Naquele dia, as tempestades amainaram e o sol se manifestou no seu esplendor. Os pesadelos que atormentavam Inácio sumiram e agora, este pobre peregrino de Jesus, experimenta imensa paz interior. Os dias passam rápidos em Manresa e Inácio mergulha em mistérios divinos nunca antes imaginados.
K. Wilber fala dos três olhos do conhecimento: o da carne, o da mente e o do espírito. O primeiro é apenas animal, o segundo racional e o terceiro olhar é simplesmente contemplativo, pois enxerga, além dos sentidos e da razão, horizontes sem limites. Inácio de Loyola, por muitos anos, vivera no primeiro e no segundo nível. Agora, por pura graça de Deus, é introduzido no terceiro modo de sentir, enxergar e amar.
Uma vez se lhe representou no entendimento, com grande alegria espiritual, o modo com que Deus criara o mundo. Parecia-lhe ver uma coisa branca da qual saiam alguns raios e dela fazia Deus luz... (Autob. 29).
Onde ficaram a escuridão e a confusão? Onde aquelas imagens sensuais que tinha como pintadas na sua mente? Inácio experimenta, nesta nova fase da sua vida, pensamentos e desejos gratuitos, com profunda alegria e clareza. Inácio se sente encantado com esta nova forma de ser e de viver. Ele vê e entende muito mais do que enxerga: Deus, Jesus, o mundo criado... Tudo parece estar interligado. Deus, doador e fonte de todo bem, produz no coração do Peregrino uma resposta de “acatamento” e de serviço.
Deus trabalha por mim e assim age em todas as coisas criadas (EE 236). Tudo é graça, o que mais ele pode desejar? Apenas, amar e servir!
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