26. Irmã morte... (Autobiografia de S. Inácio de Loyola)

A doença é, para alguns, o desmoronamento das suas pequenas certezas; para outros, experiência maior do amor e grandeza de Deus.

Estando doente uma vez em Manresa, chegou a ponto de morte, com uma febre tão extrema que julgou claramente que a alma lhe sairia logo. Vinha-lhe um pensamento que lhe dizia ser tudo isso justo e causava-lhe tanta aflição que só lhe dava repugnância, pondo-lhe diante seus pecados. Com tal pensamento tinha mais trabalho que com a própria febre; mas não podia vencer essa idéia, por mais que pelejasse por afastá-la. Mas, aliviado um pouco da febre e não mais naquele extremo de expirar, começou a dar gritos a umas senhoras, que tinham vindo para visitá-lo, pediu-lhes por amor de Deus, quando outra vez o vissem em perigo de morte, lhe gritassem em altas vozes, dizendo-lhe: “Pecador! Lembra-te das ofensas que cometestes contra Deus!” (Autob. 32)

Alguns estão mais preocupados em viver intensamente tudo do que em viver bem sempre. Projetos, programas, sonhos... Tudo desmorona quando a morte chega. Vivemos como se ela não existisse, contudo está do nosso lado desde que nascemos. Inácio de Loyola a viu de perto e por diversas vezes.

Existem quatro fontes de autoconhecimento: os pensamentos, os sonhos, o corpo e as nossas atitudes. Inácio de Loyola sente que umas e outras lhe revelam o lado mais negativo da sua existência. E isso ainda lhe traz desgosto! Só mais tarde experimentará que as situações limite serão ocasião privilegiada da presença amorosa de Deus!  

Meses atrás tive um problema cardíaco sério. Após o cateterismo, fui encaminhado para uma cirurgia urgente, onde me colocaram duas pontes safenas e uma mamária... Nesse ínterim, mil pensamentos, quase sempre negativos, perpassaram pela minha cabeça. Tentei me serenar e me colocar confiante nas mãos de Deus e dos homens. Minha experiência de limitação poderia fazer transparecer mais e mais a bondade do Senhor. Assim acreditei e assim o esperei!

Os momentos de dor são um convite para mais amor!

Uma pergunta: Como você lida com os problemas de saúde? 

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