Reflexões sobre a condição homossexual...


 
Estamos diante de um tema complexo e altamente polêmico. As polarizações a favor ou contra freqüentemente são exacerbadas pela ideologia dos nossos posicionamentos. Nossas decisões provocam conseqüências morais, mas também político-sociais inimagináveis. Isso é, certamente, escandaloso. Contudo, não se pode negar a existência do fato homossexual.

É fácil não tocar no assunto e ignorar quem tem uma orientação sexual diferente à da maioria. Quem fecha os olhos para uma realidade, provavelmente a tem e a nega. E, como ignorar milhões de pessoas que vivem uma experiência diferenciada ao nosso lado? A condição humana, seja qual for a sua orientação sexual, não faz de ninguém um anjo ou um demônio e muito menos o faz caminhar pelas nuvens. Ser homossexual não é uma anomalia; anomalia é não saber conviver com essa situação.

Outro dia me chamaram para rezar por um jovem que tinha morrido de AIDS. Rezei as orações da Igreja e quando finalizei seu companheiro, muito emocionado e segurando as mãos do falecido disse: meu amor, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida... E falava e chorava; chorava e falava... Todos  escutamos respeitosos e comovidos...

Queiramos ou não existem pessoas que sentem atração pelos iguais. Homossexualidade, homofilia, homo-erotismo são palavras diversas que expressam uma realidade profunda e confusa, expressada por palavras e gestos. Negar despoticamente a expressão é como silenciar o canto dos pássaros ou o vôo das borboletas, pois nem todos tem vocação para o celibato!

A cultura dominante é, evidentemente, heterossexual e machista e quem não se adequar a esse padrão passa por situações complicadas e excludentes. Contudo e como dizia o poeta Manoel de Barros, os limites me transpõem! Queiramos ou não há pessoas que rompem tradições familiares e sociais e se relacionam de outro modo. Isso incomoda, mas o respeito pelo diverso e pluricultural é uma conquista democrática. A orientação sexual não é uma opção, mas algo que se descobre com dor e se vive com medo. 

A condição homossexual é um fato que, por séculos, tentou-se reprimir e ignorar. Muitos foram perseguidos ou excluídos por causa do que sentiam e viviam. Outros, não aguentando tamanha pressão, acabaram se marginalizando ou suicidando. Ninguém entrou por esse caminho sem sofrimento!

Hoje, nos países mais democráticos, a homofobia ou perseguição pública do homossexual é crime. Contudo, ficam as gozações e ironias pessoais. 

A orientação sexual diversa ganhou espaço e cidadania na sociedade. Os que antes eram considerados publicamente como “doentes” ou “culpados”, hoje não o são nem se sentem assim, pois cada um vive sua sexualidade e afetividade do modo que pode.  

Vivemos numa sociedade democrática e ao mesmo tempo erotizada. À queda dos grandes sonhos, paradigmas e utopias seguiu-se o cultivo e cuidado do individual e do relativo. Com o muro de Berlim, dezembro de 1989, ruíram também outros muros, altíssimos e antigos que dividiam os humanos. Desde então, uma onda permissiva percorre, de Oriente ao Poente, os corações das pessoas. Cada um sente o direito de ser como é, sem tabus e preconceitos excludentes. Governos democráticos aprovam na sua legislação leis que regulam os direitos e deveres de convivência entre iguais. Refletamos, pois, sobre a “misteriosa e poliforme realidade da sexualidade humana, da qual a orientação homossexual é uma variante”.

1. Posição oficial da igreja Ultimamente, alguns fatos colocaram em maior evidência a realidade da homossexualidade dentro e fora da Igreja. A Igreja católica, no seu magistério oficial e na sua mais alta hierarquia, tem reagido fortemente ao fato homossexual emergente. Lembremos o documento da Sagrada Congregação para a doutrina da fé: Declaração de alguns pontos sobre a ética sexual/1975 ou a Carta aos bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais/1987O documento de 1975 diz “que os atos (não a tendência!) de homossexualidade são intrinsecamente desordenados” e chama a homossexualidade de “anomalia”. O documento de 1986 criou também muita celeuma, pois define a homossexualidade como “desordem objetiva”, quando já anos atrás a psicologia e psiquiatria tinham deixado de listar a homossexualidade como uma enfermidade ou desordem psicológica. A recepção de tais documentos não foi unânime. Além da gritaria esperada da “mídia”, alguns teólogos, comprometidos com a causa dos excluídos e das minorias, expuseram publicamente seu mal-estar diante de tais posicionamentos.

A linha rígida e oficial da Igreja Católica contra a homossexualidade não tem ajudado às pessoas com essa tendência e sua condenação ocasionou maior exclusão social e situações de angústia psicológica. A homofobia acaba sendo um modo perigoso de “apartheid”. O Arcebispo anglicano de Cidade do Cabo e Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, disse que a homofobia é um "crime contra a humanidade e tão injusta como o apartheid” (Afrol News, 8/07/2004).

Assim, pois, a reflexão moral e teológica sobre a condição homossexual sofreu uma forçada parada com essas intervenções do magistério, voltando-se para a defesa das propostas mais rígidas e conservadoras. Reverter essa tendência dependerá de uma visão antropológica maior e melhor explicação da complexidade humana.

2. Discussão moral e teológica diante do fato homossexual. Três posturas de fundo parecem atualmente coexistir:
a) Uma maioria considera os atos homossexuais (não a pessoa homossexual!) como essencialmente imperfeitos, e fruto de uma expressão humana não-completa... Esse parecer estão muito próximo do magistério mais tradicional da Igreja Católica.
b) Um grupo menor e mais crítico avança na teoria e na prática, embora guarde a ortodoxia do magistério oficial. Estes procuram ter em conta o que dizem as ciências sobre o assunto e buscam uma consciência ética mais arejada e adequada. Este grupo distingue entre comportamentos homossexuais “desintegradores” (prostituição, promiscuidade...) de “outros comportamentos” que propiciam e manifestam certa integração em nível psíquico, humano e cristão. Evidentemente, condenam os primeiros e perdoam mais os segundos, dizendo que o importante “é” amar e não “como” amar!
c) Um terceiro grupo defende a quase ruptura com o ensinado até agora pelo magistério ordinário da Igreja, achando-o muito influenciado pelo maniqueismo neo-platônico e agostiniano, onde há pouco espaço para o valor do prazer sexual. O ser humano é uma realidade “relacional”, dizem eles, e por isso deve se relacionar com os outros seres humanos, não de um modo “ideal” e normativo, mas como pode. Às vezes, o “ideal” é inalcançável para alguns.   

3. Algumas considerações psico-pastorais. O quadro da sexualidade humana é, como sabemos, altamente complexo. A cultura atual exige nova visão da realidade e pede critérios que tragam esperança e salvação aos que deles precisarem. O tempo da condenação e da caça às bruxas acabou no Ocidente!

Assim, pois, algumas reflexões novas surgem a partir das ciências biológicas, pelas diversas descobertas no campo da genética. Um fator novo vem à tona: O que diferencia o homem da mulher é mais do que pensamos e menos do que imaginamos.
           
A antropologia constata algo parecido. As ciências psicológicas e sociais ajudaram a tomar maior consciência de que a diversidade dos modelos comportamentais entre os sexos não se deve só a razões naturais, mas também a fatores culturais e a relacionamentos de poder. Isto, até assusta!

E as teorias relacionais parecem andar por caminho semelhante. Essas dizem que a raiz do humano está fundamentalmente na “relação” marcada por complexos processos socioculturais. O relacionamento homem-mulher constitui, sem dúvida, o modelo fundante maior, mas não esgota todas as possíveis expressões de relacionamento humano...

Por último, a exegese contemporânea vem superando a interpretação fundamentalista e tradicional das passagens bíblicas referidas a este tema. A revelação hebraico-cristã valoriza a centralidade da “relação” na estrutura originaria do humano. Isso está presente nos relatos da Criação, particularmente quando se define o humano como «imagem de Deus» (Gn 1, 26-27). O tema da imagem, lugar central na antropologia bíblica, não se refere à pessoa individual, mas à realidade da relação que se dá no homem-mulher, seu paradigma, e que, em sentido amplo, se estende também a toda forma de relacionamento humano.

As conseqüências destas reflexões no terreno ético e no que se refere à homossexualidade, parecem ser evidentes. É preciso superar, na formulação do juízo moral, o “modelo naturalístico" para adotar o “modelo relacional”, mais amplo e cristão, valorizando os diversos comportamentos inter-pessoais. O relacionamento heterossexual permanecerá, no plano objetivo, e não só por razões quantitativas, a experiência mais completa e alta, mas nem sempre a única e possível para todos.

A união homo-afetiva, delimitada pela ausência da fecundidade pro-criativa, procura abrir-se no direito de adoção de crianças, coisa ainda não permitida pela legislação de muitos países. Contudo, é fundamental criar uma legislação aberta e adequada, para que direitos e deveres não fiquem pisoteados. Negar, a priori, a possibilidade de uma verdadeira reciprocidade neste tipo de relacionamento, parece um desrespeito aos direitos humanos. 

Hoje, diante da situação plural e complexa dos relacionamentos humanos, parece urgente fomentar a formação da consciência ética e religiosa das pessoas. Contudo, paralelamente devemos respeitar a identidade de cada um, favorecendo seu crescimento pessoal de modo que a própria sexualidade seja uma linguagem capaz de expressar e interpretar o sentido mais profundo dos relacionamentos humanos possíveis.

A vida, com certeza, é o bem maior que o Criador nos deu, mas o que dá sentido à vida é, muitas vezes, mais importante do que a própria vida. Não somos anjos, nem demônios, apenas humanos e sempre diferentes.

Uma pergunta: E você, o que achou deste artigo? 

21 comentários:

  1. Luchamos por una iglesia de excluidos y no de exclusion. Una Iglesia de inclusion, que promueva la vida, la paz, la integracion, la tolerancia y sobre todo el proyecto de DIOS "el amor, en la salvacion de la persona humana".
    Padre Ramon, excelente el articulo; tomare algunos puntos para mi ensayo del Magis. Hay algunas palaabras que aplicanto el portuñol no logre entender, me gustaria tener este articulo 100% al castellano. Saludos. EN TODO AMAR Y SERVIR. Orlando (Guatemala)

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  2. Um tema delicado para nossa sociedade, mas onde as radicalidades têm convivido com o amadurecimento do debate e das conquistas humanas em acolher as diferenças. Uma boa reflexão Sr. Ramon. A propósito, belíssima a sua homilia de hoje no CCB. Muito feliz a leitura de Khalil Gibran. Trouxe uma reflexão para o meu relacionamento com minha namorada. Fraternal abraço

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  3. Curti muito o artigo de hoje! Já compartilhei em minha página. Abraços...

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  4. Com certeza, Ramón um de seus melhores artigos...

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  5. Impressionante. O teu texto é uma voz serena que ecoa o amor do Cristo. Dá sentido ao Evangelho do dia: "E quem é o meu próximo?" (Lc 10, 29).

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  6. LINDO: "A vida, com certeza, é o bem maior que o Criador nos deu, mas o que dá sentido à vida é, muitas vezes, mais importante do que a própria vida. Não somos anjos, nem demônios, apenas humanos e sempre diferentes."

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  7. Excelente artigo! O que Deus vê é o coração!

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  8. P. RAMÓM, SEU TEXTO É ESCLARECEDOR E RICO. SÃO IMFORMAÇÕES QUE PRECISAMOS, PARA ESTAR ESCLARECIDOS COMO CRISTÃO E SABER ORIENTAR A QUEM NOS PROCURA, PARA A MAIOR GLÓRIA DE DEUS E SALVALÇAO DE TODOS.
    O TEMA É DELICADO, MAS PRECISAMOS SABER O QUE FAZER E COMO CONDUZIR DETERMINADAS SITUAÇÕES. AINDA NÃO ME SINTO PREPARADA PARA UMA ORIENTAÇÃO SEGURA. JÁ ME APARECERAM CASOS DE ORIENTAÇÃO NESTE SENTIDO E SEGUI A ORIENTAÇÃO DO AMOR E NÃO DA EXCLUSÃO. MAS SINTO QUE COM CERTEZA PRECISO DE MAIS ORIENTAÇÕES E DE SEUS TEXTOS TÃO ESCLARECEDORES.
    UM ABRAÇO AMIGO E AGRADECIDO.
    LUIZA DOS SANTOS CANGUSSÚ

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  9. Texto muito inspirado...

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  10. Muito bom!Temos grande resistência ao novo, mas haveremos de nos atualizar... Mas acredito q vá ainda por um bom tempo esses questionamentos.
    Muito bom ler um artigo assim: nem se joga na "novidade" como se fosse simples demais, nem há preconceito, e sim uma vontade enorme de compreender, para depois aceitar.
    Ñ aceitar de pronto, nao significa preconceito nosso, e sim, um tempo para "digerir" tudo.
    Muito bom!!!

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  11. Grande Pe. Ramon! Só podia ser um companheiro de Jesus!!!

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  12. Ótimo! Mas estou com algumas dúvidas após a leitura do seu texto...

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  13. Tava lendo sobre o assunto hoje, pois postaram no Blog "O Catequista" a posição do vaticano de se afastar dos seminários rapazes que apresentam tendencia homossexual...

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  14. Texto ridículo, totalmente contrário aos ensinamentos da Igreja!

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  15. Olá Pe. Ramon! Espero que esteja a passar bem. Por este meio quero lhe felicitar e rogo ao Deus Altíssimo que te conceda muitas forças, saúde e bem estar, sobretudo em estar sempre ao lado dos mais necessitados "pobres". Da minha parte tenho gostado muito das suas novidades, dos diversos temas que tens tratado. Obrigado por tudo. Eu padre, vivo em Angola e sou angolano, ainda sou muito jovem nestes caminhos, pois sou padre à três anos...e sou feliz da minha vocação e me sinto muito feliz no meio dos Jovens. Espero partilhar mais...
    Estamos unidos na oração. Desde Angola receba um forte abraço.

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    1. Penso que é muito importante refletir, discutir, estudar e ler sobre esta questao, pois os posicionamentos variam muito. Seria interessante se questionar quando se tem um membro na familia homossexual, pois nao teria ele(a) nascido de uma uniao heterosexual? Como a "familia" trata esses "casos"? Prontos ou nao, nao podemos ficar indiferentes e negar-lhes uma vida social tranquila.

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  16. O final do pontificado de Ratzinger é um momento bastante oportuno para avaliações, sobretudo num dos seus aspetos mais polemicos e conflituosos, que é a relação com o mundo homossexual.
    À primeira vista, saltam aos olhos as declarações duríssimas contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, as famílias homoparentais e a teoria do genero. A equiparação da união homossexual à união heterossexual é considerada uma ferida grave infligida à justiça e à paz. A família sem a dualidade homem e mulher tornaria o filho não um sujeito de direito, mas um objeto que se pode adquirir. E a teoria do genero, que contesta a heterossexualidade compulsória e a submissão da mulher ao homem, seria uma autoemancipação do ser humano em relação à criação e ao Criador, conduzindo-o à destruição de si mesmo. Estas oposições da Igreja já existiam no pontificado de João Paulo II, mas Bento XVI deu-lhes uma dimensão catastrófica. Isto teve imensas repercussões na mídia, além de inevitavelmente alimentar o ódio contra os homossexuais.
    ouve um avanço importante quase desapercebido. Em 2008, discutiu-se na ONU a discriminalização da homossexualidade, conforme proposta da França. Os países ocidentais posicionaram-se a favor e os islâmicos contra. A delegação da Santa Sé manifestou-se pela discriminalização e condenou todas as formas de violência contra as pessoas homossexuais. Para a Igreja, os atos sexuais livres entre pessoas adultas não devem ser considerados um delito pela autoridade civil. Numa viagem à África, em 2009, Bento XVI declarou que não se pode superar o problema da SIDA só com dinheiro e distribuição de preservativos. Se os africanos não se ajudam, assumindo responsabilidades pessoais para humanizar a sexualidade, o problema aumenta... No ano seguinte, o Papa finalmente inovou, afirmando que em algumas circunstâncias o uso do preservativo representa o primeiro passo para uma humanização da sexualidade.
    Outro avanço foi a declaração das autoridades do Vaticano, há poucas semanas, defendendo os direitos civis para casais de fato, homossexuais ou não, a fim de se garantir questões patrimoniais e se facilitar condições de vida, impedindo injustiças para com os mais fracos.
    Com o Concílio Vaticano II, nos anos 60, a Igreja incorporou muitos elementos da modernidade, como a aceitação da separação entre Igreja e Estado, o reconhecimento da autonomia das ciências e da liberdade de consciência. A fidelidade à norma reta da própria consciência é um direito e um dever da pessoa, acompanhados da obrigação de sempre buscar a verdade.
    De acordo com os ensinamentos da Igreja hoje, nenhum ser humano é um mero homo ou heterossexual, mas é antes de tudo criatura de Deus e destinatário da Sua graça, que o torna filho Seu e herdeiro da vida eterna. Quanto à moral, ela deve basear-se na razão iluminada pela fé, servindo-se das descobertas seguras das ciências.
    É preciso reconhecer também que os homossexuais não estão a salvo em muitos ambientes católicos, onde há pregações homofóbicas utilizando a doutrina com extrema rigidez e sem matizes. Alguns homossexuais são encaminhados para “orações de cura e libertação”, que frequentemente são formas escamoteadas de exorcismo. É um assédio moral devastador. Noutros ambientes católicos, por sua vez, há leigos, religiosos e sacerdotes compreensivos e acolhedores. Há grupos que ajudam as pessoas a conciliarem a orientação homossexual e a fé, como o Diversidade Católica e a Pastoral da Diversidad... Um dos grandes desafios é proteger os homossexuais dos ambientes religiosos homofóbicos e encaminhá-los aos ambientes acolhedores.
    Jamais se deve aceitar a falácia de que não há lugar para os homossexuais na Igreja. "O cristianismo não é um conjunto de proibições, mas uma opção positiva. E é muito importante evidenciar isso novamente, porque essa consciência hoje quase desapareceu completamente”. Nisto, o Papa abre portas para caminhos que ele mesmo não chegou a percorrer. Mas outros podem fazê-lo...

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  17. Absurdo, não sabia que Cristo tinha deixado uma doutrina paralela à que Ele já deixou à Sua Igreja... Esses padres modernistas são uma vergonha e um perigo para o evangelho...

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  18. Esse texto é contra a Doutrina da Igreja!

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  19. Caro Ramon, meu amigo no Senhor!
    Quando você me dizia: " cara, tu tens que descer do pedestal" eu não entendia o que significava. Hoje, um pouco mais crescido, aquela suas palavras deram-me o tombo necessário da vida. Eu era o xiita doutrinário. Mas já me perdoei daquilo também. A gente cresce, se quiser evidentemente. A única coisa que não me perdoei e, talvez não o faça nunca, é o fato de que aquelas limitadas visões que tinha, não me permitiram seguir a vocação de Jesuíta. Ainda acredito que eu seria tão feliz quanto hoje sou como pai. Eu tinha certeza de que poderia crescer; mas carecia de tempo. O tempo não deu e a vida se encarregou de cuidar. Mas, tudo bem. O que pude aprender com vocês, meu amigos jesuítas, é para toda a vida. O amor é maior do que nós. Escrevi um texto há pouco tempo que gostaria de compartilhar aqui. Quando o escrevi senti-me sozinho, sobretudo porque Padres "amigos" meus excomungaram-me de suas vidas e os doutrinário, como essa pessoa "anônima" acima deram-me nas ventas. Não tive medo, apenas senti-me sozinho por abordar uma questão ainda pouco abordada pelos Jesuítas, meus mentores. De qualquer maneira, agora sinto-me mais tranquilo, pois não expus aqueles por quem tenho profundo carinho, os amigos no Senhor.
    Forte abraço e e força na luta por um mundo mais tolerante!
    http://notredestination.blogspot.com.br/2013/04/e-se-jesus-cristo-o-senhor-fosse-gay-o.html
    Fabio de Fretas

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  20. Parabéns Pe Ramón. O senhor está praticando e externando exatamente o que Jesus nos ensinou: Amar o próximo como a si mesmo.

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