É bom dar nome às nossas experiências positivas e negativas, pois facilmente apresentamos umas e escondemos as outras. Vivemos um dilema: temos fome de amor e ao mesmo tempo experimentamos dificuldades sérias nos nossos relacionamentos interpessoais. Por quê? Será que não conseguimos expressar adequadamente o nosso amor? Ter familiaridade com alguém e por um tempo prolongado não é fácil, pois a monotonia e o cansaço minam os relacionamentos[1].
No decorrer da vida encontramos pessoas com diversos problemas de tipo emocional: Autoestima baixa, agressividade, identidade sexual difusa, carências afetivas, infidelidades... Contudo, todas têm algo em comum a nível inconsciente: fome de relacionamentos humanos mais próximos e adequados, mas que no decorrer da vida se desgastam.
Para satisfazer essa fome de amor truncada precisamos abordar o processo de crescimento pessoal e a sexualidade humana. A sexualidade é fonte de vida nas relações interpessoais e os relacionamentos fracos são fruto de personalidades anêmicas.
Algumas perguntas: Sente-se bem com o seu corpo?... Partilha frequentemente seus sentimentos em profundidade?... Há algo que o incomoda? As respostas não são simples, pois entre o sim e o não, cabem outras muitas considerações.
Um pressuposto básico: o desenvolvimento psicossexual é a terra onde nascem o amor e a felicidade, a integração pessoal e o mistério da intimidade. Tomemos, pois, a sério o próprio conhecimento.
Um dia alguém me disse: o importante não é o que fizeram comigo, mas o que eu faço com aquilo que me fizeram! Há pessoas que não conseguem sair do seu passado ferido, gostariam de se sentir mais seguras e de se relacionar de um modo mais adequado com todos, sem dependências ou agressões emocionais, mas não o conseguem. Traumas antigos e desconhecidos e feridas afetivas abertas, o impedem.
Não é fácil amar e ser amado, embora todos desejamos essas experiências. Satisfazer essa fome é um processo longo a ser construído conscientemente. Não bastam as boas intenções, força de vontade ou convicções religiosas; é preciso seguir um processo começado antes do nascimento. Cada etapa deste processo de crescimento (pré-natal, infância, puberdade, adolescência, juventude e fase adulta) tem desafios próprios e depende positiva ou negativamente da fase anterior. Interromper o processo traz consequências sérias para a qualidade dos relacionamentos. Você já percebeu com que facilidade repete o seu lado mais negativo?
O caminho para a integração pessoal é uma experiência positiva e perdura a vida toda. Precisamos crescer em “tamanho, sabedoria e graça”, para transcender a negatividade das nossas limitações e relacionar-nos com maior bondade e misericórdia. A agressividade e a teimosia manifestadas, já evidenciam nossas carências.
No início Deus disse: faça-se a LUZ!... Esse foi o mandato divino no começo da Criação e também o principal desejo de Deus para cada um de nós. Por que não identificar essa “Luz” divina com a energia que nos habita? Há pessoas “iluminadas” e outras, por desgraça, “apagadas”.
O universo começou faz uns 6 bilhões de anos... Naquela primeira explosão de energia cósmica, naquele primeiro estouro de Luz estavam já contidas todas as forças criadoras. Daquele fulgor inicial brotou a misteriosa combinação de moléculas que, bilhões de anos depois, dariam um salto qualitativo originando a vida nas suas diversas formas e, também, à maravilha do corpo humano com o seu encanto e paixão, consciência e imaginação sem limites. Todos temos nossa origem naquela primeira explosão. Tudo é manifestação daquele fogo criador e expressão daquela Luz primeira.
Os físicos dizem que todo o universo, desde a luz das estrelas até o sussurro dos namorados, tem sua origem naquela primeira fonte de Luz. Todas as formas de vida e os seus sistemas complexos decorrem daquele primeiro estouro de energia criadora. Como crentes, colocamos Deus como fonte e origem desse primeiro fogo. O Credo Niceno fala de Cristo ressuscitado como “Deus de Deus e Luz da Luz...” Todos participamos da segunda parte desse enunciado. Somos realmente “luz da Luz”, energia da Energia, amor do Amor e fogo do Fogo...
Esse “fogo divino” se manifesta de muitas maneiras no cotidiano da vida: está presente no abraço de um amigo, no olhar apaixonado dos namorados, nos olhos emocionados dos pais quando pegam seu filhinho recém-nascido ou no semblante transfigurado daquele que ora e se entrega gratuitamente no serviço fraterno. Tudo é luz da Luz, pois somos filhos das estrelas!
Daquele início, algumas forças agem e não se extinguem; a mais conhecida é a “Lei da gravidade”, esse poder de atração que existe em todo o universo. A “Lei da gravidade” é o modo de falar, quando nos referimos a essa misteriosa “energia de atração” que se encontra por toda parte. O instinto animal e o amor humano fazem parte dessa atração misteriosa.
O amor, como também a energia sexual, manifestam essa força relacional que pervade o universo. O corpo humano é uma síntese microcósmica do imenso ato da Criação. A luz, a atração, o mistério, a energia vital, o amor o encontramos sobretudo nas dimensões psíquicas e espirituais do ser humano.
Pelos genes e pelo inconsciente coletivo temos acesso ao desenvolvimento biopsíquico da humanidade. Há uma História que subsiste por trás das nossas pobres e limitadas histórias e ela sempre faz referência ao fascínio que une as pessoas. No nível psicológico, como no biológico, esta energia de “atração” é fundamental na experiência humana. A “Lei da gravidade”, a força da atração cósmica está enraizada no nosso coração e também nos nossos genes. O desejo de se achegar ao outro é parte integrante dos relatos humanos e manifestam a vontade de viver. Por trás dos nossos pequenos e grandes desejos está sempre a busca da Fonte Primeira, aquela Luz da qual procede toda outra luz. “Em Ti está a origem da vida; em tua luz vemos a Luz!” (Sl 36, 9).
'Faça-se a Luz' é um modo poético e teologal de dizer faça-se a energia, desenvolva-se o universo, brote a vida, surja o amor, o zelo profético, a imaginação criadora, a convicção ardente, o ritual do amor, a paixão... Só há uma Fonte divina e dela brotam todas as outras formas de energia.
Uma pergunta: Na sua infância, o que lhe disseram sobre a sexualidade?
No decorrer da vida encontramos pessoas com diversos problemas de tipo emocional: Autoestima baixa, agressividade, identidade sexual difusa, carências afetivas, infidelidades... Contudo, todas têm algo em comum a nível inconsciente: fome de relacionamentos humanos mais próximos e adequados, mas que no decorrer da vida se desgastam.
Para satisfazer essa fome de amor truncada precisamos abordar o processo de crescimento pessoal e a sexualidade humana. A sexualidade é fonte de vida nas relações interpessoais e os relacionamentos fracos são fruto de personalidades anêmicas.
Algumas perguntas: Sente-se bem com o seu corpo?... Partilha frequentemente seus sentimentos em profundidade?... Há algo que o incomoda? As respostas não são simples, pois entre o sim e o não, cabem outras muitas considerações.
Um pressuposto básico: o desenvolvimento psicossexual é a terra onde nascem o amor e a felicidade, a integração pessoal e o mistério da intimidade. Tomemos, pois, a sério o próprio conhecimento.
Um dia alguém me disse: o importante não é o que fizeram comigo, mas o que eu faço com aquilo que me fizeram! Há pessoas que não conseguem sair do seu passado ferido, gostariam de se sentir mais seguras e de se relacionar de um modo mais adequado com todos, sem dependências ou agressões emocionais, mas não o conseguem. Traumas antigos e desconhecidos e feridas afetivas abertas, o impedem.
Não é fácil amar e ser amado, embora todos desejamos essas experiências. Satisfazer essa fome é um processo longo a ser construído conscientemente. Não bastam as boas intenções, força de vontade ou convicções religiosas; é preciso seguir um processo começado antes do nascimento. Cada etapa deste processo de crescimento (pré-natal, infância, puberdade, adolescência, juventude e fase adulta) tem desafios próprios e depende positiva ou negativamente da fase anterior. Interromper o processo traz consequências sérias para a qualidade dos relacionamentos. Você já percebeu com que facilidade repete o seu lado mais negativo?
O caminho para a integração pessoal é uma experiência positiva e perdura a vida toda. Precisamos crescer em “tamanho, sabedoria e graça”, para transcender a negatividade das nossas limitações e relacionar-nos com maior bondade e misericórdia. A agressividade e a teimosia manifestadas, já evidenciam nossas carências.
No início Deus disse: faça-se a LUZ!... Esse foi o mandato divino no começo da Criação e também o principal desejo de Deus para cada um de nós. Por que não identificar essa “Luz” divina com a energia que nos habita? Há pessoas “iluminadas” e outras, por desgraça, “apagadas”.
O universo começou faz uns 6 bilhões de anos... Naquela primeira explosão de energia cósmica, naquele primeiro estouro de Luz estavam já contidas todas as forças criadoras. Daquele fulgor inicial brotou a misteriosa combinação de moléculas que, bilhões de anos depois, dariam um salto qualitativo originando a vida nas suas diversas formas e, também, à maravilha do corpo humano com o seu encanto e paixão, consciência e imaginação sem limites. Todos temos nossa origem naquela primeira explosão. Tudo é manifestação daquele fogo criador e expressão daquela Luz primeira.
Os físicos dizem que todo o universo, desde a luz das estrelas até o sussurro dos namorados, tem sua origem naquela primeira fonte de Luz. Todas as formas de vida e os seus sistemas complexos decorrem daquele primeiro estouro de energia criadora. Como crentes, colocamos Deus como fonte e origem desse primeiro fogo. O Credo Niceno fala de Cristo ressuscitado como “Deus de Deus e Luz da Luz...” Todos participamos da segunda parte desse enunciado. Somos realmente “luz da Luz”, energia da Energia, amor do Amor e fogo do Fogo...
Esse “fogo divino” se manifesta de muitas maneiras no cotidiano da vida: está presente no abraço de um amigo, no olhar apaixonado dos namorados, nos olhos emocionados dos pais quando pegam seu filhinho recém-nascido ou no semblante transfigurado daquele que ora e se entrega gratuitamente no serviço fraterno. Tudo é luz da Luz, pois somos filhos das estrelas!
Daquele início, algumas forças agem e não se extinguem; a mais conhecida é a “Lei da gravidade”, esse poder de atração que existe em todo o universo. A “Lei da gravidade” é o modo de falar, quando nos referimos a essa misteriosa “energia de atração” que se encontra por toda parte. O instinto animal e o amor humano fazem parte dessa atração misteriosa.
O amor, como também a energia sexual, manifestam essa força relacional que pervade o universo. O corpo humano é uma síntese microcósmica do imenso ato da Criação. A luz, a atração, o mistério, a energia vital, o amor o encontramos sobretudo nas dimensões psíquicas e espirituais do ser humano.
Pelos genes e pelo inconsciente coletivo temos acesso ao desenvolvimento biopsíquico da humanidade. Há uma História que subsiste por trás das nossas pobres e limitadas histórias e ela sempre faz referência ao fascínio que une as pessoas. No nível psicológico, como no biológico, esta energia de “atração” é fundamental na experiência humana. A “Lei da gravidade”, a força da atração cósmica está enraizada no nosso coração e também nos nossos genes. O desejo de se achegar ao outro é parte integrante dos relatos humanos e manifestam a vontade de viver. Por trás dos nossos pequenos e grandes desejos está sempre a busca da Fonte Primeira, aquela Luz da qual procede toda outra luz. “Em Ti está a origem da vida; em tua luz vemos a Luz!” (Sl 36, 9).
'Faça-se a Luz' é um modo poético e teologal de dizer faça-se a energia, desenvolva-se o universo, brote a vida, surja o amor, o zelo profético, a imaginação criadora, a convicção ardente, o ritual do amor, a paixão... Só há uma Fonte divina e dela brotam todas as outras formas de energia.
Uma pergunta: Na sua infância, o que lhe disseram sobre a sexualidade?
[1] Todos os artigos deste tema "Teu ser sexual" se baseiam em Fran Ferder e John Heagle: Tu ser sexual.
Padre Ramon,
ResponderExcluirTenho 59 anos e em toda a minha vida nunca vi uma visão tão prufunda da divindade de Deus... Enche a alma ler um texto tão inteligente e de uma espiritualidade só experimentada por muito poucos nessa vida... Você conseguiu nestas palavras definir e transmitir essa energia maior que nos governa, que sentimos e chamamos "Deus", de uma forma ecumênica, plena e profunda.
Obrigado por suas palavras. O mundo necessita de missionários com essa visão e inteligência.
Carlos Mota