O Papa ‘irmão’ Francisco...

Eu queria mesmo desver o mundo... (M. de Barros)

Tenho lido muito e escrito um pouco sobre o Papa Francisco. Eis. agora, algumas considerações que me chamaram mais a atenção:

 

1. Interesse enorme da ‘mídia’ sobre a instituição Igreja Católica, tantas vezes questionada e atacada. Os jornais e TV continuam focalizando o Vaticano, minúsculo Estado, com suas teleobjetivas e microfones. Até quando?

 

2. Encantamento com o Papa Francisco. O povo ficou encantado com a novidade do nome ‘Francisco’ e o estilo despojado, simples, humano e até carinhoso do novo Papa. Um jornalista espanhol, ateu, disse que não chorou na audiência de hoje, por vergonha dos seus colegas, mas que estava superemocionado por dentro ‘vendo’ e ‘escutado’ o ‘irmão’ Francisco...

 

3. E o adjetivo ‘jesuíta’? Para uns, reformadores, traz esperança, pois vêm a Companhia de Jesus como uma Congregação religiosa que tomou a sério as propostas do Vaticano II: Colegialidade apostólica versus centralismo da Cúria Romana, valorização da vocação batismal versus privilégios clericais, Paz mundial versus intimismo sacristão, etc... Os ‘tradicionalistas’, pelo contrário, estão assustados com tamanha simplicidade e liberdade.

 

4. Os dias passam e o Papa continua provocando gestos novos. Primeiro escreveu ‘fraternalmente’ ao Rabino chefe da Comunidade judaica de Roma; no dia seguinte telefonou à Curia Geral dos jesuítas, Roma, para agradecer de coração sincero a belíssima carta que o nosso superior Pe. Adolfo Nicolás lhe fez chegar; hoje, sábado, se encontrou com os 6.000 jornalistas e suas famílias e, ao final os abençoou em silêncio, por respeito aos que não são católicos (evangélicos, agnósticos, ateus, muçulmanos, etc). Os jornalistas saíram emocionados e encantados chamando-o já de ‘irmão Francisco’.

 

5. Mais ainda? Este homem carismático ainda não foi ‘empossado’ como bispo de Roma nem iniciou o seu ministério petrino, 19/MAR, mas na véspera ainda receberá à presidenta da Argentina, Cristina Kichner (adversária política!), e no dia seguinte receberá os ‘delegados fraternos’, isto é irmãos evangélicos coordenadores de diversas denominações religiosas. No dia 22 será a vez do Corpo Diplomático diante da Santa Sé e por fim, no sábado almoçará com o ‘bispo emérito’ de Roma Bento XVI.

 

Vai ser uma semana cheia de acontecimentos e desafios diversos que o Papa Francisco deverá enfrentar. Oxalá consiga ser como até agora foi: simples, alegre e fraterno.