Na vida acontecem coisas inesperadas... Eu estava fazendo exames de
próstata, quando o resultado foi outro: você
tem uma pedra grande na vesícula... Tem que ver um gastro...
Marco consulta com o gastro e por fim as palavras fatídicas: O senhor tem que operar!
Começa a maratona da preparação: papeis (exames de sangue, raio X
do tórax, risco cirúrgico, Unimed... ) e hospital (marcação do dia e hora...) Não
conhecia ninguém: nem médico, nem hospital, nada! Realmente estava nas mãos de
Deus e da dos homens, por isso na
véspera, pedi o sacramento da Unção dos doentes... E a noite, perdido o
sono pela ansiedade, fui ver no Youtube: Cirurgia de vesícula biliar por
laparoscopia... Depois do que vi, perdi o sono mesmo: é uma carnificina!
Dia marcado, 27/FEV/2013, véspera da renúncia do Papa Bento XVI, Diogo Fernandes,
jovem jesuíta da nossa comunidade, me levou ao hospital Brasília, como ovelha levada ao matadouro... Hospital
excelente! Até me introduziram nas dependências internas pré-cirúrgicas numa
cadeira de rodas, numa sala de espera que eu acabei chamando de sala
da tortura, onde, já vestido com a bata hospitalar, você espera a ser
levado, também em cadeira de rodas, para a sala de cirurgia... Sempre que passava
perto uma cadeira de rodas, pensávamos que era para algum de nós... Uma tortura psicológica!
Na sala de tortura encontrei duas mulheres: uma jovem com câncer
de mama e outra para redução do estômago... Todos ansiosos e conversando como
maritacas! Acabei dando uma bênção na testa delas, pois fui o primeiro a ser
levado...
Fui operado pelo Dr. Renato
Costa Souza, às 14h45. Brincando lhe disse que era para operar a vesícula e não o coração... Por favor, não se equivoquem! Uma hora depois, estava numa sala pós-operatória
e pouco depois, me levaram para um quarto...
Durante a noite me colocaram muitas injeções, pelo cateter que
tinha no dorso da mão direita e 18 horas depois, antes do almoço, já estava em
casa e ver, por TV, as notícias da renúncia do Papa Bento.
Deus
seja louvado!
Se você já foi operado gostaria de contar como se sentiu?
(Preparado para entrar na sala de tortura!)
É! Depois que passou, a gente ri muito! kkkk
ResponderExcluirFaz parte da vida! Deus é bom e acoragem vem Dele...
ResponderExcluirQuerido amigo,
ResponderExcluirsinto tanto por não poder estar presente em seus momentos de aflição quando no meu mais aflito momento estava junto de mim para me apoiar. Mas penso que talvez Deus saiba que não sou digno.... e certamente escolhe os melhores. Nesses dias tenho parado de escrever e me dediado a aprofundar sobre os mistérios do sofrimento e a edificação a partir dele. Amar a Deus em todas as coisas e todas a coisas em Deus já n ão me basta de consolo, tenho buscado sentido maior como fez São Bento quando deixou por legado que devamos nos alegrar no sofrimento pois este nos purifica e nos aproxima do sagrado. Mas sofro contigo a cada noticia de sua dor, talvez pelo amor fraternal que foi consquistado durante minha experiencia na CV, mas acredito muito mais por ter sido para mim a mão de Deus a preparar o caminho da minha salvação. A minha casa e todos os meus recursos estão a sua disposição independente de distancia, saiba que tens um verdadeiro amigo aqui em Juiz de Fora. Eu não estava pronto naquela época e sinto muito por isso, eu precisava sofrer mais para me fazer aprender sobre o que é a felicidade! Rogo a Deus que lhe tenha sempre em sua presença pois em minha memoria lhe tenho como muito amor! Grande abraço meu amigo.
Sérgio, amigo! Fico emocionado com a sua lembrança tão fraterna... Tudo é graça!
ExcluirO senhor é duro na queda! Essa, o sr. tirou de letra... e volte logo prá gente, no Rio!
ResponderExcluirEu tinha trinta e três anos. Dormi em minha cama e acordei numa UTI. Diagnóstico sussurrado entre os médicos, ouvido por mim, na penumbra do sono químico dos remédios... infarto agudo... prognóstico reservado...
ResponderExcluir72 horas sem saber se era dia ou noite, experimentando e entendendo o que é, de verdade, a solidão. 16 dias de hospital. 6 meses sem trabalhar, uma vida inteira pela frente convivendo com o medo de que esta bomba relógio que trago em meu peito, possa, a qualquer momento, explodir...
Onde Deus entra nessa história...?
Para mim, Ele tem estado presente de muitas formas, por muitas mãos, olhares e gestos.
Lá mesmo, na UTI, onde descobri com alegria que algumas pessoas têm 'imunidades' parlamentares' e podem entrar a qualquer hora. Entre esses, meus irmãos médicos e os amigos padres.
Pe. Nelson aparece. Presença sacramental. O companheiro de trabalho que me aperta a mão e sorri, transmitindo força, é o mesmo que celebra comigo Penitência, Unção e Eucaristia. Penso que Jesus foi sábio ao entregar o sacerdócio a homens comuns. Um anjo não teria segurado a minha mão...
Como valem os gestos e acontecimentos que não anotamos em agendas...!
O carinho da enfermeira com quem brinco, mexendo nos fios e acionando o alarme. Ela vem correndo mas logo descobre a minha malandragem e sorri. O médico que enxuga o suor do meu rosto. O gesto intempestivo do meu irmão que chegou de viagem e invadiu a UTI porque precisava me ver. As visitas rápidas, com as palavras nem sempre ditas, mas que transbordam de olhares, toques sutis, na inesgotável linguagem sacramental da amizade.
A flor, o santinho, a oração. Até um pacotinho de doces que não vou poder comer. Mas a doçura fica e inunda tudo o que sou.
A conta do hospital, que até hoje não sei (mas desconfio) quem pagou...
Deus tem estado presente em cada dia que tenho vivido desde então. Cada precioso dia onde me percebo mais atento, mais ligado naquilo que realmente conta, naquilo que vale a pena.
Deus tem se manifestado no amor, no carinho com que tenho sido presenteado pela família, os amigos, os meus alunos, os meus colegas de trabalho...
Deus é a presença amorosa que não me livra dos problemas e dificuldades, mas está comigo na travessia.
Não rezo mais pedindo nada. Tudo já está dado desde aquela cruz que se tornou memória viva na Eucaristia. Apenas divido meu coração com Deus. Como amigos ou amantes que se tocam, se olham, sorriem e seguem a vida, sabendo que, no silêncio e mesmo à distância, nunca estiveram tão unidos.
A vida segue seu curso. Livre, nem sempre leve e solta. Como cantou o poeta Cazuza: “Vida louca, vida, vida breve, se não posso te levar, quero que você me leve...”
Levar pra onde...?
Hoje eu sei. Para a casa do meu Pai.
Com Ele, por Ele e nEle.
Voando feito borboleta que ousou romper as duríssimas paredes do casulo da vida.
Eduardo Machado
Eduardo, amigo! A vida é um mistério que Deus deixou para a gente se emocionar... Grande abraço!
ExcluirPe. Ramom.
ResponderExcluirPor volta de Julho/2013, percebi um carocinho mole, região da virilha. Não doia, mas sentia um ardume interno,principalmente quando espirrava. Fiquei com medo. Meu pai faleceu de um aneurisma abdominal, achei que poderia ser isso. Curiosidade. Existe um médico virtual chamado "Yotube", rsrsrs, fui lá e descobri que poderia ser uma hérnia, fiquei mais aliviado. Fui ao médico e ele apenas confirmou. Tenho pavor de anestesia. O médico me disse que só resolveria o problema com cirurgia. Falamos sobre isso e ele me ofereceu 2 alternativas: Laparoscopia e com corte.
A cirurgia por laparoscopia tinha recuperação mais rápida, menos invasiva, mas anestesia geral, a outra tinha recuperação mais lenta, com anestesia local. Encurtando a conversa, decidimos fazer. Entreguei a Deus, a cirurgia foi rápida, 3 semanas sem dirigir e muito repouso. Fui tranquilo, Maria me acompanhou. Sobreviví, mesmo tendo sofrido uma incontinência urinária por algumas horas, após a recuperação. A vida continua e Deus nos ensinando. Deus lhe abençoe. Abraço fraterno. Eli de Jesus Rodrigues - Campinas.
Cuidate mucho; un abrazo en la distancia...
ResponderExcluirCaro Pe Ramon,
ResponderExcluirSó hoje fiquei sabendo de sua cirurgia.
_Como está?
_Recuperou-se bem?
O sr já estava pós-graduado em assunto de cirurgia, não é mesmo? Deve ter se saído bem...
Mande notícias.
Um grande abraço e MELHORAS!
Anatália
Olá Pe. Ramon, bom que tudo deu certo. Fico feliz em saber que o Sr. se recuperou bem desse novo susto.
ResponderExcluirTambém estive do lado de lá, vai fazer 2 anos, comecei com dores abdominais e cistite de repetição e meu médico descobriu que precisava de cirurgia, pois eu estava com diverticulos em quase todo meu intestino, e um monte encostado na bexiga. Tentei adiar a cirurgia, por conta do casamento do meu filho , mais não teve jeito...fui mesmo para a sala de cirurgia há 3 meses do casamento do meu filho. Pela graça de Deus correu tudo bem, apesar da recuperação ser muito dificil, nem beber água eu podia durante 5 dias.... O médico excelente chamado DR.JOSE BENTO fez a cirurgia por laporoscopia e apesar de todo o trauma pós operatório , fico agradecida a Deus por estar recuperada, mais não livre de diverticulos, ainda tenho alguns.....
Desejo que tudo de agora em diante com o Sr. corra na mais perfeita harmonia. Bjss no seu coração
Olá Pe. Ramon,bom que tudo correu bem.
ResponderExcluirDeus o abençoe sempre.
Abraços
Nunca pernoitei em um hospital até o dia da chegada do meu filho, inicialmente foi um sentimento de medo de não saber que iria acontecer comigo e com meu bebe. Hospital para mim era lugar de pessoas doentes sem condições de ficar em casa, mas eu não estava doente pensava e o meu médico que nunca chegava, agulha na veia e por fim a anestesia, e o medo que não pegasse... uma verdadeira tortura, até que João por fim nasceu e fiquei 2 dias no hospital os dias sem fim...
ResponderExcluirTambém passei pela cirugia da vesículas dois anos após o nascimento de João, mas foi mais tranquilo pois ia sair rápido do hospital, porém tive medo de não acordar após anestesia geral, so pensava no meu filinho e me confiava a Deus. Ele nos acompanha nesses momentos mais difíceis.
Muita saude padre Ramon que Deus te abençoe sempre. Lucy
Seu testemunho é muito humano e por isso belo. Obrigado pelo seu apoio e amizade...
ResponderExcluirQUERIDO amigo, Pe Ramon, Que alegria saber que o senhor sobreviveu ao matadouro(rs). Ver as vestes operatorias 'e divertido. Continue bem.
ResponderExcluirbeijos da Lys, Alberto e filhas.
Paz e Bem!
P.S. Desculpe os acentos nas palavras mas o computador tem versao em ingles.
Que bom que você está bem! Mas assistir a operação no Youtube acho que não foi uma boa ideia, hehe... mas quem sou eu pra falar? Eu também fico muito ansioso com essas coisas de saúde. Tem coisas que é melhor a gente ignorar...
ResponderExcluirQue bom que deu tudo certo. Se Deus é por nós, quem será contra nós! Meu saudoso abraço...
ResponderExcluirRamón, és um vencedor. parabéns pela vida nova!...
ResponderExcluirmelhoras amigo!!
ResponderExcluirQUe bom que tudo passou e o senhor está aqui contando a história!
ResponderExcluirGlória a Deus.
Grande abraço,
Lylia
Meu grande amigo,
ResponderExcluirNão sabia que havia passado por mais uma dessas. Fico muito feliz em saber que continua o mesmo guerreiro de sempre e que está tudo bem com você.
Sou sua fã e torço pela sua rápida recuperação.
Que Deus abençoe cada segundo de sua vida.
Abraço grande,
Natália - ETE
Meu amigo,
ResponderExcluirNão sabia que havia passado por mais esta.
Tenho certeza que tirou de letra e foi o mesmo guerreiro de sempre.
Espero que esteja tudo ótimo, que sua recuperação seja rápida e que Deus abençoe cada segundo de sua vida.
Vc sabe que aqui em Minas você tem uma fã incondicional que sente falta das conversas e das caminhadas.
Grande abraço,
Bom dia Padre!
ResponderExcluirmeu médico disse que precisava fazer a cirurgia de vesícula há 7 anos, mas até agora não tive coragem Padre. Tenho muito medo de cirurgia geral. Em 2006 eu sofri um acidente muito grave, onde passai 10 dias em coma induzido, na UTI e perdi parte da perna esquerda.Na ocasião os médicos achavam que eu não sobreviveria, meu esposo na época faleceu por conta do acidente.Eu passei quase dois meses no hospital e graças a bondade de Deus eu estou aqui hoje, pois até os médicos reconheceram que foi um milagre e eu agradeço a Jesus por sua misericórdia comigo.
Depois de tudo que passei fiquei com trauma de hospital Padre, por outro lado também tenho muito medo de continuar com essas pedras.Já pedi muito a Deus que me dê coragem para operar, mas parece que o medo me impede de tomar essa decisão.
Eu tenho um filho de 14 anos e como ele já perdeu o pai, hoje ele só tem a mim Padre.
preciso muito de orações para que eu possa tomar essa decisão
e peço a Deus coragem.