Anos atrás, foram entrevistados 1502 jovens
espanhóis, entre 18 e 29 anos de idade e de grandes valores humanos e cristãos, sobre a Vida Consagrada.
Eles disseram que se optassem pela Vida
Consagrada (irmão, irmã ou padre), sua opção teria boa acolhida nas suas
famílias (68%). Muitos deles estão engajados em experiências de voluntariado ou
em ONGs a favor dos outros e a grande maioria (91%) se declara católico
praticante e comprometido. Uma coisa fica clara: sem fé profunda ninguém entra na Vida Consagrada.
Qual a imagem que eles têm da Vida Religiosa? A grande maioria dos entrevistados (65% a 95%] tem uma imagem positiva da Vida Consagrada. E então a pergunta: se eles tem uma imagem positiva por que há poucos que decidem pela Vida Consagrada?
Esses jovens veem os religiosos/as como pessoas diferentes, com outros valores mas também fora da realidade deles. O que é, pois, importante para os jovens de hoje?
Qual a imagem que eles têm da Vida Religiosa? A grande maioria dos entrevistados (65% a 95%] tem uma imagem positiva da Vida Consagrada. E então a pergunta: se eles tem uma imagem positiva por que há poucos que decidem pela Vida Consagrada?
Esses jovens veem os religiosos/as como pessoas diferentes, com outros valores mas também fora da realidade deles. O que é, pois, importante para os jovens de hoje?
Para os jovens de hoje tudo é
descartável e relativo, por isso uma opção para toda a vida resulta arriscada e incompatível
com a mentalidade circundante. O radicalismo da Vida Consagrada não é fácil de
ser assumido por esses jovens (88%), pois
tudo muda e também todos nós mudamos... dizem eles. Para eles é quase impossível comprometer para sempre o seu futuro
pessoal e social. Só um 11% diz não ser afetado por isso.
Se por um lado, hoje, há um relativismo corrosivo do que é absoluto e estável, por outro também há uma banalização do fundamental por absolutizar o relativo. Essas confusões arruínam pessoas e instituições, fazendo-as descartáveis, obsoletas e sem significado.
A sexualidade, para os jovens de hoje, não é algo mau ou pecaminoso. Eles valorizam o celibato de Jesus, mas ‘também se pode seguir o Senhor Jesus vivendo a sexualidade como casados...’ (86%) dizem eles. O matrimônio é uma forma de vida plenamente cristã, por isso não podemos colocar a Vida Consagrada como rival do matrimônio, mas como uma vocação diferente do compromisso humano e cristão. As duas vocações são um chamado a viver em plenitude a vida crista. A Vida Consagrada não é uma fuga da vivência da sexualidade, mas um outro modo de vivê-la. Desse modo, eles questionam o celibato.
A liberdade pessoal é outro empecilho para optar pela Vida Consagrada. O mundo religioso e eclesiástico parece impositivo e autoritário para a maioria dos jovens (88%). Numa sociedade democrática, o exercício da autoridade deve ser participativo e dialogante, respeitando a liberdade pessoal, embora esta esteja muito condicionada. Uma autoridade vertical, impositiva e dogmática é um contra-valor cultural e fere a liberdade pessoal...
A maioria dos entrevistados (90%) se sentiriam afetados seriamente se tiverem que renunciar à própria autonomia pessoal... Desse modo, também eles questionam o voto de obediência!
A valorização exagerada do individualismo degenera facilmente no egoísmo. Há primazia do indivíduo sobre o grupo e deste sobre o bem comum é uma das consequências do capitalismo selvagem. A absolutização do próprio ‘eu’ e da realização pessoal às custas dos outros não é positiva nem evangélica. A autonomia é um dos valores mais complexos e ambíguos da nossa sociedade, pois em nome de uma sadia autonomia podemos cair no egoísmo mais banal.
A fé cristã de muitos jovens é frágil, "líquida", enquanto a vida religiosa exige uma fé forte e segura. Isso é uma dificuldade para 67% dos jovens poder optar pela Vida Consagrada. O pensamento débil existente na nossa cultura, afeta todo o sistema de valores, relativizando-o e debilitando-o. Ajudar os jovens a ter uma relação pessoal com Jesus Cristo é o meio mais seguro para se defender de ideologias que debilitam ou fanatizam a fé.
Enfim, o maior bem-estar social e qualidade de vida dificultam a decisão pela vida Consagrada para 87% dos entrevistados. Os jovens de hoje querem se divertir e usar todas as possibilidades ao mesmo tempo. A renúncia não condiz com o estilo de vida deles.
O bem-estar e a qualidade de vida são valores do nosso tempo, mas quando isso chega a ser um fim em si mesmo (hedonismo, ceticismo...) as pessoas se infantilizam e autodestroem. O amor não é hedonista! Esse clima ‘epicurista’ de usar os sentidos para gozar episodicamente incapacita as pessoas para a Vida Consagrada e também para a vida familiar, social e laboral.
Muitas coisas que os religiosos/as faziam no campo da educação, hospitalar ou social (pobres, marginalizados...) hoje são exercidas e renumeradas pelo próprio Estado...
Outra crítica dos jovens de hoje é sobre o lugar social da mulher na Igreja, de subordinada para 71% dos entrevistados. essa situação não e admissível numa sociedade democrática e igualitária.
Os jovens formam três grandes grupos, segundo o seu posicionamento diante dos valores da modernidade: Os progressistas (65% dos entrevistados): desejam um tipo de Vida Consagrada mais comprometida;
Os conservadores (15% dos entrevistados): desejam um tipo de vida mais tradicional e infantilizada;
Os indiferentes (20% dos entrevistados): não souberam dizer que tipo de Vida Consagrada desejam...
Se por um lado, hoje, há um relativismo corrosivo do que é absoluto e estável, por outro também há uma banalização do fundamental por absolutizar o relativo. Essas confusões arruínam pessoas e instituições, fazendo-as descartáveis, obsoletas e sem significado.
A sexualidade, para os jovens de hoje, não é algo mau ou pecaminoso. Eles valorizam o celibato de Jesus, mas ‘também se pode seguir o Senhor Jesus vivendo a sexualidade como casados...’ (86%) dizem eles. O matrimônio é uma forma de vida plenamente cristã, por isso não podemos colocar a Vida Consagrada como rival do matrimônio, mas como uma vocação diferente do compromisso humano e cristão. As duas vocações são um chamado a viver em plenitude a vida crista. A Vida Consagrada não é uma fuga da vivência da sexualidade, mas um outro modo de vivê-la. Desse modo, eles questionam o celibato.
A liberdade pessoal é outro empecilho para optar pela Vida Consagrada. O mundo religioso e eclesiástico parece impositivo e autoritário para a maioria dos jovens (88%). Numa sociedade democrática, o exercício da autoridade deve ser participativo e dialogante, respeitando a liberdade pessoal, embora esta esteja muito condicionada. Uma autoridade vertical, impositiva e dogmática é um contra-valor cultural e fere a liberdade pessoal...
A maioria dos entrevistados (90%) se sentiriam afetados seriamente se tiverem que renunciar à própria autonomia pessoal... Desse modo, também eles questionam o voto de obediência!
A valorização exagerada do individualismo degenera facilmente no egoísmo. Há primazia do indivíduo sobre o grupo e deste sobre o bem comum é uma das consequências do capitalismo selvagem. A absolutização do próprio ‘eu’ e da realização pessoal às custas dos outros não é positiva nem evangélica. A autonomia é um dos valores mais complexos e ambíguos da nossa sociedade, pois em nome de uma sadia autonomia podemos cair no egoísmo mais banal.
A fé cristã de muitos jovens é frágil, "líquida", enquanto a vida religiosa exige uma fé forte e segura. Isso é uma dificuldade para 67% dos jovens poder optar pela Vida Consagrada. O pensamento débil existente na nossa cultura, afeta todo o sistema de valores, relativizando-o e debilitando-o. Ajudar os jovens a ter uma relação pessoal com Jesus Cristo é o meio mais seguro para se defender de ideologias que debilitam ou fanatizam a fé.
Enfim, o maior bem-estar social e qualidade de vida dificultam a decisão pela vida Consagrada para 87% dos entrevistados. Os jovens de hoje querem se divertir e usar todas as possibilidades ao mesmo tempo. A renúncia não condiz com o estilo de vida deles.
O bem-estar e a qualidade de vida são valores do nosso tempo, mas quando isso chega a ser um fim em si mesmo (hedonismo, ceticismo...) as pessoas se infantilizam e autodestroem. O amor não é hedonista! Esse clima ‘epicurista’ de usar os sentidos para gozar episodicamente incapacita as pessoas para a Vida Consagrada e também para a vida familiar, social e laboral.
Muitas coisas que os religiosos/as faziam no campo da educação, hospitalar ou social (pobres, marginalizados...) hoje são exercidas e renumeradas pelo próprio Estado...
Outra crítica dos jovens de hoje é sobre o lugar social da mulher na Igreja, de subordinada para 71% dos entrevistados. essa situação não e admissível numa sociedade democrática e igualitária.
Os jovens formam três grandes grupos, segundo o seu posicionamento diante dos valores da modernidade: Os progressistas (65% dos entrevistados): desejam um tipo de Vida Consagrada mais comprometida;
Os conservadores (15% dos entrevistados): desejam um tipo de vida mais tradicional e infantilizada;
Os indiferentes (20% dos entrevistados): não souberam dizer que tipo de Vida Consagrada desejam...
Há um caleidoscópio de valores na juventude de hoje. A verdadeira mudança ocorre no
interior das pessoas e estas mudam, quando seus valores e a sua hierarquia também
se transformam. Alguns valores legítimos e humanos da sociedade de hoje não são
tais para a Vida Consagrada. Os jovens francamente não se encaixam, daí a
admiração e respeito, mas sentem não
poder viver com pessoas de valores tão diferentes...
Se queremos jovens nas nossas comunidades religiosas precisamos convidá-los a seguir o jeito que Jesus viveu: livre de tudo e a serviço de todos!
Se queremos jovens nas nossas comunidades religiosas precisamos convidá-los a seguir o jeito que Jesus viveu: livre de tudo e a serviço de todos!
Uma
pergunta: e você, o que acha da Vida Consagrada (irmãos, irmãs, padres) no
Brasil?
Boa tarde Pe. Ramón! Essa é só uma visão que tenho dos dias atuais sobre seu tema, hoje abordado com muita propriedade.Tenho comigo, que a vida sacerdotal e religiosa como um todo, deveria ser VOCACIONAL MESMO! É um chamado que se recebe ainda na infância, e desabrocha na adolescência,é uma flecha direto no coração, na vontade,e sua frutificação depende da família, e da igreja que frequenta, quando bem orientados!Dependendo da comunidade que frequenta, muitos sacerdotes são infelizmente, desestimulantes para o chamado vocacional,ou para a frequência em missas, queira sim ou não, é questão de sintonia,de acolhida, de respeito mútuo,pelo seu procedimento.E um dos fortes motivos hoje, que levam muitos jovens a esse chamado, através dos vários movimentos, é o conforto que a vida sacerdotal hoje tem,e sua modernidade,eles pensam que após feito os votos, nada mudará em seu estilo de vida, e realmente hoje a igreja passa esse exemplo, de "liberdade", conforto, e segurança,os jovens vocacionados acabam por decidir ser padres como segurança de uma excelente profissão e remuneração, o conforto,que muitas profissões aqui fora não dão,para quem é cristão praticante, é de encher os olhos de muitos jovens.O Papa Francisco tem razão, é preciso rever o luxo, as pompas, e a "liberdade" que muitos padres vivem, e que os leigos sabem e participam. A vocação sacerdotal corre perigo!Os Padres hoje, são vistos pela própria comunidade jovem, e indignação pelos adultos mais conservadores,nos bastidores, demonstram uma certa restrição.Interagir sim, mas sem perder a referência de sua ordem e votos vocacional! Para mim, o dito popular: "A bata não faz o monge"! É errada, faz sim! Ela enseja e inspira cuidado, zelo e respeito pela ordem a que pertence,e um exemplo vivo em nossa diocese, é o jovem Padre Michel,excelente orador,simples no contato com a comunidade, humilde na acolhida,que veio a convite de Dom Pedro Stringhini, e foi servir numa pequena cidade de nome Restinga, e tornou-se admirado e respeitado pela comunidade, pelo seu diferencial,fazer uso em seu cotidiano pelas andanças na rua e visitas,da sua batina preta, coisa rara nos dias de hoje,os padres, acabam por se misturar na multidão, são mais um, tenho minhas dúvidas se isso é bom, fazer a diferença, sem perder o referencial, acho que ajudaria o jovem melhor se direcionar,ao sentir o chamado! Vamos orar por um direcionamento vocacional, mais realista dentro de cada ordem.
ResponderExcluir