E os outros nove, onde estão?... (Lc 17, 17)

Todos carregamos um possível santo...
As perguntas de Jesus sempre mexem comigo!... Um dia dez pessoas excluídas se aproximaram dele... Eram leprosos e, pelo seu amor e acolhida se sentiram curados. 

Hoje há muitas situações pessoais (sociais, raciais, religiosas ou de gênero!) que alguns não admitem e agressivamente até desprezam. Com que facilidade eliminamos pessoas dos nossos relacionamentos!

Por outro lado, é interessante ver como aqueles excluídos aprenderam a se unir e fazer grupo para sobreviver e se defender. Esse coletivo era bastante ecumênico, pois entre eles havia judeus, samaritanos desprezíveis e até pagãos... Os `preconceitos religiosos´, para uns tão importantes, onde ficaram? A necessidade de sobreviver cria, espontaneamente, solidariedade! 

Outro dia, perguntei a um gay cristão se queria participar de um grupo católico da comunidade ou de outro exclusivamente homo-afetivo e cristão, mas em formação... Ele disse que poderia ajudar mais no que agora estava se formando... Ajudar mais, além de cristão é muito inaciano!  

O discernimento e a generosidade fazem a diferença! Às vezes estamos num lugar sem saber como e por quê. E esquecemos ainda de agradecer! Onde estão os outros nove?... Só este estrangeiro veio para agradecer? 

Será que você é um daqueles que sumiram no meio da multidão?
 

2 comentários:

  1. Procuro, muitas vezes, entender o que movia os que não voltaram para agradecer. Não sei. Conheço muitos homens, porém, que só conseguem estar diante de outros homens na condição de pedintes... Isso sim, tem muitas razões...
    Mas o que me encantou foi isto: "A necessidade cria espontaneamente solidariedade!" É verdadeiro! Não são nossos encantos, nossas superioridades, nossas especialidades que nos levam aos outros ou que os trazem a nós. São nossos limites, nossas necessidades. Talvez a raiz de nossa solidão resida nesse engano fundamental de pensarmos que é nos exibindo, nos mostrando superiores que seremos apreciados e teremos companhia... É cheio de significado amar o último lugar.

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  2. Boa noite Pe. J. Ramón!
    Tenho batido muito no princípio da isonomia consagrado no art. 5º, caput, da CF/88.Seja numa multidão,ou de uma forma isolada, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Mesmo diante de todas explicações, não entendo, e não concordo com formação de determinados grupos "separados" dentro da própria Igreja: Como:de segunda união,ora, são casados perante a lei civil e muitos na igreja novamente, afrodescendentes,que ganharam o direito de cota universitária, só por ser afrodescendente, exame de consciência negra, de culpabilidade? Ora, isso seria sanado,caso o Estado melhorasse as condições das escolas públicas e a qualidade de ensino, fizesse prevalecer e fiscalizasse melhor, o direito de trabalho e isonomia salarial para todos, dentro de suas funções: cargos iguais, salários iguais, todos terão igualdade de condição de concorrer e de passar num vestibular para Faculdades Estaduais, Municipais e ou Federais,cotas é discriminatório. Agora com o direito da união homo-afetiva, que vem na verdade, cuidar do direito patrimonial adquirido na constância contratual das partes, em nada difere de um pacto antenupcial, determinando o direito e a forma de uma futura partilha,começam também a formar grupos na sociedade, que acabam por torna-los diferentes e discriminados,dentro da comunidade!É claro e evidente que se perguntar para eles, vão querer formar um grupo separado, já por constrangimento, insegurança de aceitação dentro da própria comunidade, penso que o que se deveria fazer, seria conscientizar sem monopolizar as pessoas, a entenderem, compreenderem o clã que vem se formando dentro das igrejas,com moral, ética e princípios legais, sem ferir o respeito da fé, e da religião que professam,isso sim, é praticar a isonomia da lei civil que coaduna com a lei de Deus! O contrário a esse plano de vida,não é coerente, não é justo e para mim fere os princípios da isonomia e do direito de ir e vir sem discriminações, sem impor regras diferentes! Ora, são pessoas normais, agora, possuem direitos civis e legais,como todos, somos sujeitos do direito com nossas diferenças, para os que creem, fiéis na religiosidade própria de cada um, fazemos aliança com Deus, e dessa aliança, nasce a aliança entre as pessoas, o importante é sermos honestos,corretos em nossas ações, sermos mais éticos na forma de tratamento uns com os outros, isso sim. E no pensamento de Papa Francisco, que comunga com o meu, e acredito que de muitos outros, a Igreja, a sociedade como um todo tem que ser mais acolhedora, e procurar aceitar as pessoas com suas diferenças, embora ninguém seja obrigado a conviver com o que não queira, mas aí, é um outro caso esporádico,que precisamos respeitar também, questão de informação, conhecimento, educação e tempo para maturar o pensamento, como pessoas "normais" que somos, "civilizadas",com nossas características e personalidades próprias, com nossa fé, religiosidade independente de grau, número ou gênero, a nossa liberdade de expressão e de ser na multidão, independe da nossa sexualidade,condição social, estado civil,cor, raça, etnia,cultura e ou tradição,formar grupos diferenciados,dentro das igualdades, não acho certo, serão sempre taxados, como o "grupo de gays", de afrodescendentes, como já existe os da segunda união, convenhamos, isso é excluir na inclusão, rsss... Ecumenismo é uma ideia a ser assimilada, mas antes, muitos sacerdotes teem que ser conscientizados, porque muitos, não aceitam o Ecumenismo, não dão o mínimo de respaldo e tem essas pastorais no mais ínfimo conceito, infelizmente, não se conscientizaram ainda, da grande importância dessa pastoral para o diálogo inter religioso,a paz e a integração mundial! Embora eu concorde que também urge, cuidar da unidade, do diálogo, da aceitação,solidariedade, entre os próprios cristãos, essa Igreja celular!

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