Eu estou apaixonado...

Eternidade é palavra encostada em Deus!... (M. de Barros)

Eu estou apaixonado!... Foi o que me disse, dias atrás, uma pessoa compartilhando a experiência que estava vivendo. E falava livremente, sem parar... Como é que pode?... À minha idade?... Dia e noite a sua imagem não me sai da cabeça... É a coisa mais bonita que me podia acontecer... É um ambiente adocicado, amar e ser amado!... E sorria e parecia quase levitar, superar os próprios limites e até as distâncias maiores e invisíveis... Entendi que amar é falar sempre bem da pessoa amada!

Eu escutava curioso, pois sei que os relacionamentos humanos não são fáceis. Contudo, as palavras que ouvia eram espontaneamente positivas... E eu pensava com os meus botões: O amor é realmente cego!... pois não é fácil dizer palavras bonitas o tempo todo... Só os poetas! 

E a pessoa continuava: Foi de repente... Parece como se os nossos anjos se dessem bem!... Quando estamos juntos, o tempo voa e as 24 horas do dia parecem ser poucas!... A gente se completa... minha identidade e liberdade ficaram maiores... Sou feliz até a medula dos meus ossos!

Pensei no mestre e psicólogo C. G. Jung falando das projeções da 'anima' e do 'animus'... A paixão, com  o passar do tempo, termina... Mas também lembrei do velho apóstolo João dizendo: Deus é amor! E o amor não tem fim!

Agora me pergunto: Será que o amor de Deus não é realmente cego e apaixonado?...

E você, já se apaixonou alguma vez?...


3 comentários:

  1. Boa noite Pe.J.Ramón! Sim,é bom apaixonar, é assim mesmo, envolvente, a gente pensa dia e noite sem parar,quando a gente se encontra,dá um frio na barriga, e rubor nas faces,e quem não quer um compromisso mais sério, deve aproveitar esse instante mágico, ser eterno enquanto dure.Mas, lendo o Monge e o executivo, uma história sobre a essência da liderança de James C.Hunter, ele faz uma comparação entre a liderança e a paixão,essa narrativa se dá num mosteiro Beneditino, um empresário rígido,casado, com filhos, já enfadonho de sua rotina,vai em busca de si mesmo, da sua transformação,num retiro espiritual, e num determinado momento do encontro,entre espiritualidade e palestras, alguém ressalta sobre o amor impulsivo e eterno dos jovens noivos, e ele pergunta-lhes friamente se eles não teriam motivo melhor do que se apaixonar um pelo outro. Assustados argumentam que seu amor é para sempre!Qual poderia ser uma razão melhor do que essa? Se amar perdidamente? É um momento de juras de amor, os hormônios estão a todo vapor. Aproveitem. Porque esse sentimento vai acabar, de todos acaba, mas, é o compromisso que sustenta as relações. E eu acrescento também, tem que ter cumplicidade, se o casal não se comprometer, não se entender nas "entrelinhas" ou num simples olhar, se não tiver essa cumplicidade, aproveite bem esse tempo, porque como a flor,as paixões são realmente fortes, intensas e nos faz sonhar, ao mesmo tempo são frágeis,e tem seu tempo de curta duração, assim, são os amores nascentes, explodem como vulcão,cega-nos, para depois acabar em cinzas e rochas frias, sem vida!É preciso se comprometer!Diz que cada casamento oferece uma oportunidade para uma união real e profunda, mas só sabemos se somos capazes de construi-la quando a paixão inicial acaba.Desejo que esse casal se apaixone a cada dia, mas acima de tudo que aprenda a se comprometer, a saber respeitar o momento e o espaço do outro!

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  2. Não há duvida de que seu interlocutor está projetando adoidado, Padre. (rs...)
    De fato, a paixão é fugaz, efêmera. No entanto, não é de nos perguntarmos se uma energia tão poderosa, tão forte, violenta mesmo, nasceu apenas para ser tragada depois pela inexistência, apenas para passar? Creio que não. Penso que essa energia possa ter um papel eterno na construção do próprio amor. O amor é desafia, confronta, exige, exaure enquanto se consolida. E a paixão, poderosa energia, torna essas exigências possíveis. Multiplica a força. Direciona a alma. Muitos amores em construção não seriam possíveis se a energia da paixão não levasse ao enfrentamento e à vitória sobre a demanda. SQuando a paixão passar, um dia, muitos obstáculos terão sido vencidos porque ela existiu no momento certo.
    Rilke fala que o amor é a tarefa última para a qual tudo é "obra de preparação". Vejo a paixão como a energia, o combustível dessa preparação até que a obra não corra mais risco de desabar... Pode ser, né?
    Este é o texto arrebatador de Rilke. Os introvertidos raramente falam dessas coisas. Assim, quando um deles fala, é preciso registrar e repetir, repetir...

    "Amar também é bom, porque o amor é difícil.
    O amor de duas criaturas humanas talvez seja a tarefa mais difícil que nos foi imposta,
    a maior e última prova, a obra para a qual todas as outras são uma preparação.
    Por isso, pessoas jovens que ainda são estreantes em tudo, não sabem amar: tem que aprendê-lo.
    Com todo o seu ser, com todas as suas forças concentradas em seu coração solitário,
    medroso e palpitante, devem aprender a amar.
    Mas a aprendizagem é sempre uma longa clausura. Assim, para quem ama, o amor, por muito tempo e pela vida afora, é solidão, isolamento cada vez mais intenso e profundo.
    O amor, antes de tudo,
    não é o que se chama entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa.
    Que sentido teria, com efeito, a união com algo não esclarecido, inacabado, dependente?
    O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer,
    tornar-se algo em si mesmo, TORNAR-SE UM MUNDO PARA SI POR CAUSA DE OUTRO SER. (maiúsculas minhas;
    é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe.
    Do amor que lhes é dado, os jovens deveriam servir-se unicamente como de um convite para trabalhar em si mesmos.
    A fusão com outro, a entrega de si, toda a espécie de comunhão não são para eles; são algo de acabado para o qual, talvez, mal chegue atualmente a vida humana.
    Creio que aquele amor persiste tão forte e poderoso em sua memória justamente por ter sido sua primeira solidão profunda e o primeiro trabalho interior com que moldou a sua vida."
    (Reiner M. Rilke)

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  3. Me apaixonei recentemente, mas não foi reciproco. Minto, a paixão foi reciproca mas eu realmente comecei a ama-la e dai começou todo o problema. Não recebia o que esperava em atitudes, mas ela não era culpada, simplesmente, a paixão dela não "evoluiu". o porquê não sei! e o que é pior talvez nunca saiba...
    Ainda a amo, mas me abri a outra menina que tenta ao máximo fazer parte da minha vida e mostrar que está atraída por mim. O pior, só penso e sinto no amor o quanto amo aquela outra menina que tem grande carinho por mim mas não sente o mesmo que eu.
    Muitas vezes me sinto um vilão, um traidor e um traído. Vilão, ou melhor, um mentiroso, pois me encontro e deixo me envolver com alguém que não sinto o mesmo (não é reciproco mesmo sendo bom) e não consigo para de pensar na outra. Um traidor, porque por mais idiota que seja, me sinto traindo quem queria realmente estar. Me sinto um traído, pois não me senti amado por quem amo.
    Queria felicitar essa pessoa do texto que ama e está sendo amada também, pois descobri, da pior forma, a pouco o quanto é importante o amor, valorizar o sentimento e quem se ama. Infelizmente, foi uma daquelas experiencias nada cinematográfica devido ao final que não foi feliz pra mim.
    O que aprendi? por mais piegas que seja essa frase ela é verdadeira, "O homem não é o maioral por conquistar muitas mulheres ao longo da vida mas sim quando conquista a mesma todos os dias". Não traia, quero dizer, não se traia, pois o sentimento "primeiro" ou aquele que ainda permanece é mais importante, construtivo e valioso do que um transa com a mulher mais gostosa da rua, do bairro, do estado, do pais ou do mundo. O que se diz que sente é bonito e faz bem tanto pra quem fala quanto pra quem escuta, mas demostre e de sinais para ela que vc a ama e perceba aqueles que ela deixa tambem. Entre outras coisas... e "a vida não vai parar só porque você está com coração partido".
    obrigado pelo espaço.
    PS: Ainda amo.

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