A entrevista que o Papa Francisco deu ao jornalista
Pe. A. Spadaro, jesuíta italiano, publicada no dia 19/SET, deu a volta ao
mundo, e foi publicada por quase toda a mídia. Não há dúvida que a Companhia
de Jesus é também a do Papa, nesta empreitada de reformar a Igreja e de torná-la mais evangélica.
Eis alguns destaques dessa feliz entrevista:
- O Papa se retrata como "bastante ingênuo" e "indisciplinado
nato", como um pensador com dúvidas e um crente que confia.
- Francisco tem gostos literários e musicais: Dostoievski (1821 - 1881), e Hölderlin (1770-1843) na
literatura e Caravaggio (1571-1610),
Chagall (1887-1985) na pintura. Gosta, como muitos de nós, de ouvir Mozart (1756-1791), Beethoven (1770-1827) e
Bach (1685-1750).
- Francisco pensou em ser frei dominicano, mas optou pelos jesuítas.
- Nunca fui de direita! Esta afirmação fará estremecer os mais
rígidos conservadores que o Papa
chama de "restauracionistas".
- Repete que a Igreja tem que ir ao essencial, ao anuncio de Jesus Cristo que salva e
traz sentido às nossas vidas. Proclamar a Boa Nova e não tanto a moral.
- Chama de 'feridos
sociais' aos homossexuais e diz que a missão da Igreja é a de acompanhá-los. "Deus, quando olha para uma pessoa homossexual
aprova sua existência com afeto ou a rejeita e condena?”
- Sobre a
mulher na Igreja disse que "o gênio feminino" não pode faltar na Igreja, mesmo em postos
de responsabilidade e autoridade. Mais claro impossível!
- Reconhece que o edifício da moral pode cair como
"castelo de naipes".
- E sobre os
tradicionalistas: "Um cristão
restauracionista, legalista que quer tudo claro e seguro e que busca sempre soluções
disciplinares, converte a fé em ideologia”.
- A Igreja é a "casa de todos" e não uma pequena "capela de alguns seletos".
- Não quer bispos príncipes ou de aeroporto, mas
pastores que buscam caminhos novos...
- E sobre a Curia
Roma: Os dicastérios são de "ajuda"
e não de "censura".
- Falou da sua
avó Rosa e novamente citou o Pe.
Arrupe, quando antes este era sempre excluído e quase anatematizado.
Enfim,
esta entrevista deixa claro o que o Papa Francisco pensa e a Igreja que sonha. Não vai ser
nada fácil!
É...e a gente fica mesmo embasbacada com esse homem. Levei um bom tempo para ler e ingerir na íntegra essa entrevista. Fico feliz em perceber como ele é preocupado com questões que eu também julgo essenciais. Como o senhor disse, Pe Ramon, não vai ser nada fácil, especialmente para quem tira vantagens da situação da Igreja e do mundo como está até agora...
ResponderExcluirIr. Marcele