Dias atrás, participei de um encontro
inter-religioso no Centro Cultural de Brasília, obra dos jesuítas nesta cidade. Presentes? Lideranças de diversas expressões religiosas: Cristãs (Católicos, Evangélicos, Ortodoxos...), Bahá´i, Budistas (Shin, Zen, Tibetano...) e judeu... Entre nós reinou um ambiente fraterno e de grande admiração pelo mistério que cada um carregava.
O povo brasileiro é religioso por natureza e também por graça, pois a grande
maioria se declara como pertencente a uma religião cristã (católicos: 64,6%; evangélicos:
22,2%; sem religião: 8%...) Mas, uma mesma fé não quer dizer comportamento
uniforme: Há católicos que discordam frontalmente de algumas propostas da hierarquia e
crentes que vivem ao seu bel prazer. Essa incoerência comportamental
revela a índole do nosso coração. Somos alérgicos a imposições externas.
No campo dos fieis, tanto católicos como evangélicos ou muçulmanos, acontece um fenômeno
preocupante e perigoso: o fundamentalismo religioso que se traduz em
ser mais papista que o Papa ou em tomar a Sagrada Escritura ao pé da letra. O
fundamentalista não é humano nem ecumênico e acaba sendo um agnóstico potencial!
A fé verdadeira se traduz em gesto fraterno também com os
diferentes. O bom relacionamento entre iguais é fruto da natureza, mas com os
diferentes é por pura graça de Deus!
As religiões nos completam e complementam sem perder com isso a própria identidade. Se permitimos que Deus nos conduza para além de nós mesmos, seremos plenamente humanos e religiosos verdadeiros.
As diversas
expressões religiosas são uma mostra da riqueza infinita de Deus e da compreensão limitada que dele temos...
A religião se concretiza no amor!
A religião se concretiza no amor!
Ótimo!! abraços e um ótimo 2014!
ResponderExcluirQue bela partilha! Isso me faz pensar que o pluralismo é "dom de Deus" e aí, residem muitos mistérios, muitas riquezas e belezas. Abertura, acolhida, aprendizado são passos importantes para criarmos alternativas para as comunidades locais que sofrem de tanta pobreza e tanta miséria.E somos um povo tão religioso. Mesmo não enxergando claro os caminhos o Senhor tem suscitado alguns sonhadores para buscar um pouco mais de unidade e amor. Sandra Santos
ResponderExcluirIsso! Vou colocar assim: a religião encontra seu sentido na realização da fé. E a fé que é fé leva ao amor. E, como diz Edith Stein, "o amor é um fim em si, porque Deus é amor". A fé que não é fé, e sim fundamentalismo, não passa da adesão a algo que livra da fragilidade e do medo... E isso é triste, porque rouba da vida, rouba a vida. Não sei se me expresso bem, mas a religião poderia ser descrita como um fenômeno de "afinidade estética". Algo que vem de encontro à forma da minha alma. E que, assim, me leva ao encontro com o Transcendente. É de notar como alguns enunciados das várias religiões fazem pleno sentido para alguns e não dizem nada a outros. Algo tão "incerto", tão "variável" não poderia, não deveria servir para nos separar. Isso seria a religião. Mas a fé, a verdadeira fé, invariavelmente leva ao amor, independente do caminho que tomamos para isso. Não estou dizendo que "tanto faz". Estou dizendo que Deus, que é Amor, se deixa encontrar. A propósito disso, achei, por acaso, na internet, este texto, sem autoria conhecida. E ele resume isso: "A inteligência sem amor te faz perverso.
ResponderExcluirA justiça sem amor te faz implacável.
A diplomacia sem amor te faz hipócrita.
O êxito sem amor te faz arrogante.
A riqueza sem amor te faz avaro.
A docilidade sem amor te faz servil.
A pobreza sem amor te faz orgulhoso.
A beleza sem amor te faz ridículo.
A autoridade sem amor te faz tirano.
O trabalho sem amor te faz escravo.
A simplicidade sem amor te deprecia.
A oração sem amor te faz fechado.
A lei sem amor te escraviza.
A política sem amor te torna cego.
A fé sem amor te faz fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor...… não é vida.