Quando me olhei no espelho vi a única pessoa que pode realmente me fazer feliz...
O
sujeito que imagina é, certamente, mais importante do que o imaginado, mas o
imaginado nos desvenda e, ao mesmo tempo, nos configura.
A fantasia que temos não é absolutamente isenta, pois ela forma ou deforma
nossa realidade. O que imaginamos isso realizamos!
A “imaginação”
participa tanto do sujeito que imagina quanto do objeto imaginado. Além dessa
bi-locação natural e espontânea, ela é também o lugar natural da projeção do
inconsciente. A imaginação revela a realidade mais íntima de nós mesmos. É uma ingenuidade não dar importância à
nossa fantasia, pois ela não é tão neutra e tem muito a ver com a nossa
realidade.
A importância dada à
imaginação nos Exercícios Espirituais inacianos é um fator determinante para
cristianizar-nos e configurar-nos mais a
Jesus. Pelo seu imaginário Inácio de Loyola descobriu um caminho de
integração pessoal e espiritual válido para si e para outros e que leva a uma
tomada de posição. O imaginado nos configura
ou desfigura!
Atualmente, somos bombardeados
incessantemente por imagens da TV e dos MCS e corremos o risco de atrofiar
nossa capacidade interna de produzir imagens. Se nós não as produzimos, outros,
com interesses escusos, o farão. Precisamos de “nossas” imagens, pois elas
tornam o sujeito mais presente a si e ao seu mundo circundante. Os namorados
que o digam!
As
imagens produzidas podem ser de dois tipos. As primeiras e
mais primitivas são as imagem-espelho,
nas quais nos projetamos e nos olhamos. Elas nos revelam e definem. Mas, temos
também outras, as imagens-fonte ou ícone
que são presença de um significado mais positivo e gratuito; elas nos olham e
nos transformam. Inácio, na sua vida, passou das imagens-espelho, preponderantes
na sua vida mundana, para as imagens-ícone ou fonte de vida para si e os
outros.
Na
sua vida são mais frequentes as `imagens espelho´ ou as `imagens fonte´?
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