Eu sou o horizonte dessas desgraças...
Vivemos numa época marcada por grandes
mudanças de alcance global que impactam não só culturas e economias, mas também
à família e à própria Igreja. Esta
mudança em constante ebulição se define como pós-moderna,
pós-cristã e até pós-humana. É uma crise
colossal desprovida de valores e sentido. Dinheiro e prazer, diversão
e ócio são os maiores anseios de muitos. A palavra “compromisso” se fez rara e
deu lugar a outras formas de ser e conviver.
Num mundo tão diverso e egocêntrico não
conseguimos conviver facilmente com os outros. O viver juntos, com o passar do
tempo, virou desventura. Cansamos
das coisas e das pessoas e buscamos, sem pudor, alternativas passageiras. O
descartável começou a fazer parte da nossa vida! Tudo dura pouco. A busca do
prazeroso deixou de lado valores tradicionais, valendo agora apenas
o possível e o passageiro.
Pouco valor damos às palavras e aos
gestos, e a verdade, faz tempo, sumiu dos relacionamentos de muitos. Mas, se tudo é relativo nada é
importante e significativo. Contudo, o que fazemos têm consequências pessoais e sociais. Esta convivência humana plural e complicada invadiu de drogas e fármacos o nosso viver. O resultado é uma imensa solidão compartilhada nos relacionamentos virtuais.
Conviver não é fácil, mas é o único modo de sentir o que somos...
Uma pergunta: Como você se sente no meio das pessoas?
Conviver não é fácil, mas é o único modo de sentir o que somos...
Uma pergunta: Como você se sente no meio das pessoas?
Eu estou fazendo parte dessa solidão...
ResponderExcluirNão à toa, o polonês Bauhman cunhou a expressão "tempos líquidos" para definir a falta de solidez no amor, nas relações e na vida moderna... Vejo essa realidade como a chance (e desafio!) de revelar a face terna de Deus ao mundo!
ResponderExcluirNão me sinto mal no meio das pessoas; gosto de estar com gente, de conversar e ouvir o outro!
ResponderExcluirHoje vejo lugares cheios de pessoas vazias...
ResponderExcluirDepende de quem são as pessoas... Há as que sugam, irritam, empobrecem, fragilizam... Há as que conseguem ser estruturantes, confirmadoras e consoladoras.
ResponderExcluirAmo descaradamente a solidão, sim. Quando se trata de saboreá-la, não perco uma! Mas, definitivamente, não poderia dar-me ao luxo de viver o tipo de vida que vivo sem meus amigos. Um punhadinho de gente que faz toda a diferença. Confirmam, acompanham, somam, consolam!
Agora, convivência fácil? Longe disso!... Como comunidade, os confrontos e discordâncias são o pão nosso de cada dia, rsrs... Porém não nos é tão difícil assim superar: O apreço que temos pela companhia uns dos outros nos torna tolerantes. Idem a consciência de que, talvez, não suportássemos o caminho sem o conforto da relação nos une. E, sobretudo, somos sustentados pela constatação de que o que nos une - se é de Deus - é eterno.
Nos não fizemos isso, não foi fruto de nossa vontade. Foi uma Graça que, em certo momento da caminhada, percebemos que havíamos recebido: estávamos unidos para sempre por aquilo que chamamos de "mesmo DNA espiritual".
Convidar a eternidade do amor de Deus a fazer parte dos vínculos mais preciosos. Confiar uns nos outros a tal ponto que o desentendimento não nos faça recuar e ser defensivos... Esse é o caminho que nos foi oferecido para escaparmos da dissolução de todas as coisas destes tempos pós-modernos...
eu não estou na solidão pois tenho pai e mãe
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