Onde proliferou o pecado superabundou a
graça (Rm 5, 20). Essa
é a experiência de Paulo de Tarso, mas provavelmente não a nossa, por causa
do nosso sentir “espontaneamente” negativo. O espontâneo e natural revelam o mais profundo do nosso ser e ele
pode ser positivo ou negativo... A limitação e a negatividade fazem parte
da nossa pré-história!
A liberdade
depende muito da sensibilidade e se esta
pode ser espontaneamente positiva ou negativa, nosso agir está irremediavelmente
condicionando. Lembro que os
Exercícios Espirituais de S. Inácio de Loyola são para pessoas “condicionadas negativamente”, pois eles pretendem “preparar
e dispor a alma para tirar de si todas
as afeições desordenadas” e decidir positivamente
o sentido da vida.
Afetos
desordenados produzem vidas e sociedades desorganizadas e injustas. A desordem
reinante (social, política, econômica, moral...), manifesta a pobreza
interior vivida e imaginada. Contentamo-nos
com pouco e não esperamos muito da vida, pois nos acostumamos aos condicionamentos interiores e exteriores que nos habitam e rodeiam.
Este desencanto é perverso, pois acaba com
os nossos sonhos melhores.
É utópico ordenar o desordenado? Podemos
romper os nossos condicionamentos sociais e pessoais e abrir-nos a horizontes maiores? É possível outro
tipo de sociedade com os condicionamentos que carregamos?
Nesse
chão humano tão limitado e incoerente, Deus se faz presente, pois ele não fica fora de nada.
No imenso mundo das nossas incoerências e
fantasias, tantas vezes condicionadas, sempre haverá lugar para a gratuidade, a
verdade e o amor. Deus é maior do que as nossas limitações. Paulo já dizia: nada no mundo nos pode separar do
imenso amor que Deus tem por nós!
Mudemos o nosso registro interior e
digamos: Nas minhas limitações Deus se
faz mais presente, pois dÉle tenho maior necessidade! Deus está onde não imaginamos e transparece até nas profundas limitações humanas...
0 comments:
Postar um comentário