Diálogos inesquecíveis...

Tuas palavras eram dóceis como o mel...
Há pessoas que falam muito e não dizem nada e outras que são inesquecíveis não tanto pelo que dizem, mas pelo que são.

Inácio de Loyola, como bom basco, nunca foi de conversa fácil. Por temperamento e por raça, ele era de poucas palavras, mas de gestos significativos com todos. Vejamos o percurso, consolidado e progressivo, que este homem fez, por pura graça divina.

Antes da conversão, Inácio dizia palavras encantadoras e vãs só para seduzir e enganar e, nesse jogo amoroso mais de uma moça sentiu-se tocada, arrebatada e iludida... Isso, com o passar do tempo, lhe criou diversos problemas e decepções.

Inácio, após sua conversão,  se destacará pelas suas conversas espirituais. Um passo enorme fora dado! Parece que começou assim: Primeiro foi num campo de batalha. Todos corriam perigo de vida, e Inácio sentiu necessidade de compartilhar sua vida fendida, com um companheiro de armas. Isso foi em maio de 1521 e o que ele confessou, só Deus sabe. Certamente, ele partilhou com simplicidade zonas ambíguas e escuras de um tempo mal vivido... Ele tinha então trinta anos de idade!

Naquela batalha, Inácio caiu gravemente ferido. Após oito meses de convalescência e leitura de livros espirituais, começa uma mudança que todos percebem. Com a família conversa sobre coisas de Deus... E, antes falava de quê? 

Conheci pessoas que mudaram radicalmente de estilo de vida, como Selma (nome fictício) ex-prostituta ou Rafaela (nome fictício) ex-guerrilheira... Também Inácio experimentou tamanha transformação. Seu irmão Martin e outros parentes desconfiaram de tanta mudança e começaram a questioná-lo, tentando por todos os meios, afastá-lo do seu novo fervor e utópico projeto. Os sonhos, quando verdadeiros, questionam e não desaparecem! 

Na base destes novos “diálogos espirituais”, agora iniciados, está a grande conversação que Inácio mantem com Deus. Deus se lhe apresentou cheio de amor e misericórdia, falando "como um amigo fala com o seu amigo". Estes colóquios profundos e íntimos mexiam com a sensibilidade de Inácio e, muitas vezes. até chorava de emoção.

Inácio falava intimamente com Jesus e também com o Pai... Sua oração se converteu, aos poucos, numa verdadeira conversação! Escutando Deus, aprendeu a escutar as pessoas; falando com Deus, aprendeu o devido respeito e reverência por aqueles com quem ele também conversava...

Uma pergunta: Suas conversas são espirituais ou mundanas?

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