O que não vemos provavelmente é o mais bonito...
Qual o tipo de conversas que temos? Jogo?
Negócios? Mulheres?...
Onde ficam nossas conversas `espirituais´?
O tipo de conversa que Inácio de Loyola tinha, antes de sua conversão, era fútil e mundana, só
para se exibir ou até humilhar. Certamente nada evangélico! Após a conversão, começa
a partilhar coisas mais profundas e consistentes e precisa de “pessoas
espirituais” para confrontar o que sentia e brotava dentro de si. Caminhava por essas estradas como um
peregrino, encantando-se com o que encontrava e partilhava. Mas, não é fácil encontrar
pessoas capazes de ouvir e entender gratuitamente os nossos labirintos.
No início, a conversação espiritual de
Inácio tinha como objetivo seu
proveito pessoal. Só mais tarde, percebendo que algumas pessoas "o
vinham procurar em assuntos espirituais” e
vendo “o fruto que
fazia nas almas com esse trato", decide
tomar a iniciativa de começar as conversas espirituais nos seus relacionamentos
interpessoais, o que se transformará depois em projetos apostólicos.
Inácio foi um peregrino. Ele caminhava se
encontrando com pessoas as mais diversas e conversava com elas nas estradas ou
nas paradas. Vinte anos de sua vida
dedicou a este tipo de apostolado!
Nesse peregrinar Inácio aprendeu a sair de
si, a escutar e conversar. Seu
referencial era sempre o bem-estar humano e espiritual dos outros! Passou do desejo de ser ajudado,
para o de servir e confortar os outros com seus gestos e palavras.
A conversação espiritual é uma experiência profunda de diálogo com
Deus e com quem propõe os exercícios, em
busca de maior coerência e verdade.
Inácio coloca um pressuposto para que o diálogo espiritual
seja possível: Para que mais se ajudem tanto quem dá os Exercícios
como quem os recebe, é
necessário pressupor que
todo bom cristão deve estar mais pronto a salvar a
afirmação do seu próximo do que a condená-la... (EE, 22).
Ouvir é escutar com o coração e acolher
internamente a pessoa na revelação de suas palavras. Inácio intui que é impossível acolher Deus se,
primeiro, não acolhemos o próximo. Se
assim o fizermos, nossas conversas construirão redes fraternas que
provavelmente desembocarão em ações solidárias.
Eis a regra de ouro da conversação
espiritual inaciana: conversar com os outros para que dialoguem
com Deus e conversar com Deus para realizar gestos solidários em favor dos
outros.
As verdadeiras conversas espirituais
aquecem o coração e comprometem fraternalmente!
Uma pergunta: Onde ficam suas `conversas
espirituais´?
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