Das
crianças é o Reino de Deus...
As crianças são frágeis e vulneráveis e querem sempre aprender. Riem sem
motivo, fazem caretas, caem e voltam a se levantar. São incansáveis! As
habilidades sociais começam a vislumbrar-se nesta fase. As normas éticas e de
educação se introduzem devagar e com carinho à medida que elas perguntam
e crescem.
Pelos três ou quatro anos de idade o
desenvolvimento psicossexual entra num sereno patamar, embora as realidades
sexuais e as relacionais estejam intimamente conectadas. A criança já sabe que
deve andar vestida e que em público não deve tocar seus genitais, nem usar
palavras de baixo calão. Aos poucos, elas aprenderam
a controlar palavras, gestos e curiosidades espontâneas. Começam a se vestir e a usar o
banheiro de forma adequada e a nudez fica vinculada à privacidade. A criança, nesta fase, sabe que é
sexuada e que essa realidade está revestida de certo mistério.
O corpo das crianças está inativo em
termos de hormônios sexuais, após aquela onda vital de testosterona, nos
meninos e estrógeno nas meninas, na segunda semana de vida. Os meninos e as meninas não produzirão seus
hormônios até chegarem à puberdade.
Neste momento, a resposta sexual é mais de
natureza social do que hormonal e a busca ocasional do prazer sensível faz parte
da natural necessidade de se sentir e se reconhecer.
Como
encarar os jogos “sócio-sexuais”? Como fica aquele “vamos brincar de papai e de mamãe?...”
Brincar, olhar, contar piadas pesadas, entrar em armários fechados, participar
de acampamentos são cenários naturais para explorar a mútua revelação dos
corpos. Isso começou ao redor dos quatro anos de idade. O jogo é o campo de aprendizagem para a vida real. Pelo jogo se
experimentam sentimentos e condutas dos representados. À medida que se
partilham os brinquedos, o jogo sexual avança. A possível curiosidade infantil
pelos genitais converte-se em esporádica e singela exploração.
A
palavra chave, nesta etapa é a “mutualidade”. Se as primeiras experiências sexuais vividas nos jogos foram agradáveis e bem sucedidas, avança-se nessa
progressiva integração psicossexual, até chegar um dia a partilhar tranquilamente o corpo e a alma quando forem adultos.
Os
jogos das crianças sadios e normais acontecem com crianças da mesma
idade e na mesma etapa de desenvolvimento. Pelo contrário, sejam impedidos se as brincadeiras
não estão dentro do marco referencial próprio de uma criança ou se há
violência, temor ou abuso sexual.
Eis
algumas situações sexuais que devem ser impedidas com carinho e firmeza:
- Ausência de mutualidade (brincadeiras psicossexuais feitas por um adolescente ou um adulto com crianças).
- Jogos sexuais manipulados e públicos, com pressão social e emocional.
- Violência, dor ou penetração em orifícios corporais.
- Precocidade sexual ou obsessão por brincadeiras sexuais.
- Sinais de medo ou vergonha.
Uma
pergunta: Como repercutem, hoje, suas experiências de infância?
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