7. Primeiras experiências de socialização...

Das crianças é o Reino de Deus...
As crianças são frágeis e vulneráveis e querem sempre aprender. Riem sem motivo, fazem caretas, caem e voltam a se levantar. São incansáveis! As habilidades sociais começam a vislumbrar-se nesta fase. As normas éticas e de educação se introduzem devagar e com carinho à medida que elas perguntam e crescem.

Pelos três ou quatro anos de idade o desenvolvimento psicossexual entra num sereno patamar, embora as realidades sexuais e as relacionais estejam intimamente conectadas. A criança já sabe que deve andar vestida e que em público não deve tocar seus genitais, nem usar palavras de baixo calão. Aos poucos, elas aprenderam a controlar palavras, gestos e curiosidades espontâneasComeçam a se vestir e a usar o banheiro de forma adequada e a nudez fica vinculada à privacidade. A criança, nesta fase, sabe que é sexuada e que essa realidade está revestida de certo mistério.

O corpo das crianças está inativo em termos de hormônios sexuais, após aquela onda vital de testosterona, nos meninos e estrógeno nas meninas, na segunda semana de vida. Os meninos e as meninas não produzirão seus hormônios até chegarem à puberdade.

Neste momento, a resposta sexual é mais de natureza social do que hormonal e a busca ocasional do prazer sensível faz parte da natural necessidade de se sentir e se reconhecer.

Como encarar os jogos “sócio-sexuais”? Como fica aquele “vamos brincar de papai e de mamãe?...” Brincar, olhar, contar piadas pesadas, entrar em armários fechados, participar de acampamentos são cenários naturais para explorar a mútua revelação dos corpos. Isso começou ao redor dos quatro anos de idade. O jogo é o campo de aprendizagem para a vida real. Pelo jogo se experimentam sentimentos e condutas dos representados. À medida que se partilham os brinquedos, o jogo sexual avança. A possível curiosidade infantil pelos genitais converte-se em esporádica e singela exploração.

A palavra chave, nesta etapa é a “mutualidade. Se as primeiras experiências sexuais vividas nos jogos foram agradáveis e bem sucedidas, avança-se nessa progressiva integração psicossexual, até chegar um dia a partilhar tranquilamente o corpo e a alma quando forem adultos.

Os jogos das crianças sadios e normais acontecem com crianças da mesma idade e na mesma etapa de desenvolvimento. Pelo contrário, sejam impedidos se as brincadeiras não estão dentro do marco referencial próprio de uma criança ou se há violência, temor ou abuso sexual.

Eis algumas situações sexuais que devem ser impedidas com carinho e firmeza:
  • Ausência de mutualidade (brincadeiras psicossexuais feitas por um adolescente ou um adulto com crianças).
  • Jogos sexuais manipulados e públicos, com pressão social e emocional.
  • Violência, dor ou penetração em orifícios corporais.
  • Precocidade sexual ou obsessão por brincadeiras sexuais.
  • Sinais de medo ou vergonha.
Conhecer o que as crianças fazem é importante para crescer emocionalmente positivos. Deixemos, pois, que elas crianças cresçam e se relacionem saudavelmente, sem projetar nelas nossa malícia ou repressão. Não coloquemos obstáculos desnecessários no seu caminho. Jesus dizia: Deixem que as crianças ‘venham’ a mim...”. E "vir" é em grego, “erchomai”, isto é, movimentar-se para frente e crescer. Deixemos, pois, que cresçam, possam tocar e ser tocadas,  amar e ser amadas... O “toque”, geralmente, é a bênção que Deus colocou em nossas mãos. Nunca é tarde demais para abraçar alguém!

Uma pergunta: Como repercutem, hoje, suas experiências de infância? 

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