No meu horizonte destacava sempre o amor...
Na Igreja existem muitos
modos de viver o Evangelho. A diversidade de propostas e vivências não
é um fato novo, pelo contrário, provém dos tempos apostólicos. Lembremos que as
antiquíssimas sedes patriarcais de Jerusalém, Antioquia, Roma e Constantinopla
tinham ritos litúrgicos diferentes e até compreensões várias da mesma fé.
“Catolicidade” significa abarcar o mundo todo, todas as pessoas de todos os
tempos e culturas. A Igreja é, pois, comunhão de diversidades.
Pedro e Paulo, discípulos
do mesmo Senhor, experimentaram a graça da salvação de modos diferentes. E se
nos aproximamos do núcleo da proposta Querigmática (primeiro anuncio!), nos
encontramos com “quatro” evangelhos e não apenas “um”, isto é, autores com
enfoques diversos para comunidades e culturas diferentes, pois nenhum escrito consegue abarcar a imensidade do mistério do Senhor. A diversidade dos pontos de vista aprofunda o mistério.
Na vida humana não devemos separar o corpo do espírito, pois não existe um sem o outro nem pensar que o
segundo é melhor que o primeiro. A graça da redenção (espiritual!) não existe sem a
primeira graça, a da Criação (material!). Redescobrir o valor da Criação é fundamental
para experimentar a gratuidade da Salvação.
Depois da Encarnação do
Verbo de Deus, não é necessário subirmos muito para encontrar o Senhor. Ele
está aqui, conosco, na nossa vida e história. Ele é o Emanuel, Deus conosco. A
vida espiritual acontece dentro e no meio da material. Espiritualidade é deixar-se conduzir pelo Espírito de Deus e definir
constantemente a própria vida a partir da Palavra interior de Deus. O Pe. I. Tellechea dizia: Ele (Inácio de Loyola) é um perpétuo e sensível ouvinte da palavra de Deus, de uma palavra
interior, rubricada pela alegria e pela paz, muito mais do que pela palavra
material da Bíblia. Este parágrafo abriu, um dia, minha mente, para horizontes infindos e estar mais atento para perscrutar a comunicação
interior de Deus.
Desta experiência misteriosa,
única e irrepetível, podem brotar alguns princípios e métodos de santificação, como um caminho
para Deus. A Espiritualidade Inaciana é, pois, uma dessas propostas fundamentada na vida de santo Inácio de Loyola. Este homem sentiu Deus se comunicando com ele, como um mestre fala com seu discípulo....
A Espiritualidade inaciana
não está, como outras, condensada ou sistematizada num livro, mas é fruto da
experiência que cada um faz nos Exercícios Espirituais de se encantar com a pessoa e a proposta de Jesus.
Os
diversos temas fundamentais da Espiritualidade Inaciana (Discernimento, Jesus Cristo,
Apostolado, Vida comunitária...) surgem da experiência dos Exercícios
Espirituais. Esses temas inacianos, não são pura teoria ou “gnose”, mas
amor que se traduz em gesto concreto de vida e serviço. Façamos a
distinção entre espiritual e espiritualista; este último é pejorativo e desvio do
primeiro, embora hoje muito em voga, mas despreza o social e o material.
Toda experiência, seja ela do tipo que for (sensorial, estética, espiritual...),
é única e irrepetível. A de santo Inácio, também. Mas, este homem conseguiu
tematizar de tal modo o método e a ordem de suas experiências espirituais que
facilmente podem ser propostas a outros, fazendo brotar neles experiências
espirituais semelhantes.
Toda experiência traz consigo uma
combinação de sensações internas (moções, afetos, valores...) e externas (opções, decisões...) que a fazem, de algum modo, significativa e atualizada. As experiências espirituais não facilmente exprimíveis, embora reais, são sentidas e abrangem a pessoa no seu eu profundo: entendimento (mundo dos valores) e afetividade
(compromissos).
Quando a
experiência de Deus acontece, a pessoa fica transfigurada e transformada. A
experiência espiritual se traduz em gestos e decisões concretas. A vida mudada se faz espontaneamente profética!
O modo inaciano de ser e de viver concretiza sempre a Palavra interior de Deus.
"Muchas gracias Padre, que el Señor Jesús sea siempre el inspirador valiente de nuestra alma y razón, en este mundo nuestro tan cerrado y alejado de lo espiritual.
ResponderExcluirHumildemente me encomiendo en sus oraciones. Bendiciones fraternas y abundantes".