Do lugar onde estou já fui embora... (M. de Barros)
Palavra do profeta Isaías: Senhor
vem para curar os corações
feridos... (Is 61,1). Muitos se encontram nessa situação e precisam dessa sanação emocional. Depressão, mágoa, decepção! Quanto mais caminhamos, mais nos machucamos. Não são poucos os que vivem com o coração encolhido!
Problemas emocionais e transtornos
psicológicos enchem os consultórios clínicos e psiquiátricos. Com o passar dos
anos alguns se isolam nas suas lembranças e desistem de partilhar a própria vida. Quem os quer escutar? Quando o desenvolvimento emocional anterior não foi sadio,
repercute negativamente nas etapas posteriores e se chega à vida adulta
amargurado e agressivo.
Ressentimentos e mágoas precisam ser
sanados. Você já percebeu como as curas dos relatos evangélicos também podem
ser as nossas? Todos precisamos do carinho dos outros, por isso deixe de lado
suas lamentações e comece a viver coisas melhores.
Para alguns a vida não é nada fácil:
traição, abandono, abuso, miséria... Há experiências devastadoras que teimam em
permanecer ancoradas dentro do coração. Contudo, se somos frágeis, também
carregamos a capacidade de nos refazer. Luzes e sombras fazem parte da vida de
todos!
1. Nossas feridas emocionais. Quando lesionamos o crescimento pessoal, fica comprometido
o processo emocional, afetando para sempre nossos relacionamentos.
Sentimo-nos, então carentes e incapazes de expressar o nosso afeto com transparência e liberdade.
Prisioneiros de emoções reprimidas,
precisamos curar nossos sentimentos, como no tempo do profeta Isaías (740 aC). Há feridas emocionais sempre e quando não conseguimos manter
relacionamentos adequados, isto é, quando agredimos ou rejeitamos.
Eis algumas experiências que podem
ocasionar traumas emocionais:
* Sexualidade menosprezada. O abuso sexual deixa marcas que não se
apagam com o passar do tempo. Partilhar com alguém de confiança, ajuda a
descarregar o mal-estar emocional.
* Culpabilidade. Sentimos remorso ao fazer algo de
errado. Há pessoas incapazes de se sentirem culpadas, apesar de suas ofensas;
sofrem de um “transtorno antissocial da personalidade”.
* Fracassos. O fracasso nos relacionamentos causam
sempre desconforto e aflição e isso faz parte da cura. Seu efeito negativo:
fechar-se e guardar mágoas imperdoáveis.
* Narcisismo. Preocupa-se apenas consigo mesmo e
acontece mais nos superprotegidos. O narcisista nunca se revela de forma
autêntica nem mantém compromissos duradouros.
Quanto mais cedo estas experiências
aconteceram, maior o dano no desenvolvimento emocional da pessoa.
2. Ritos de sanação. Se as feridas emocionais começaram cedo,
teremos maiores dificuldades nos nossos relacionamentos interpessoais. Para uma
sanação verdadeira é preciso olhar a história do nosso amor e contá-la com
simplicidade, como fez aquela samaritana com Jesus, no poço de Sicar. Contar
primeiro para si e depois para alguém que compreenda e ajude a nomear a verdade
daquilo que ficou escondido, é o primeiro passo para recuperar-se positivamente.
Os ritos estão sempre associados à
salvação. É possível criar outros que ajudem na sanação do ferido ou rejeitado.
Eis algumas possíveis feridas e sua possível sanação.
Período da Infância (0 a 12 anos):
1ª
Fase. Há
ausência da consciência sexual e o interesse por sensações e condutas é
limitado ou está ausente. As experiências no campo sexual dependem sempre de
outras pessoas.
2ª
Fase. Despertar
sexual. Os adultos fixados nesta fase têm um comportamento emocional impróprio:
Centram-se em si mesmos e facilmente se sentem ameaçados, por isso seus
relacionamentos são curtos e superficiais. Os pedófilos têm fixação nesta fase.
3ª Fase. Socialização
emocional. Os adultos com problemas nesta fase se escondem: Pensam, sentem e
agem sexualmente, mas não o demonstram, nem falam disso. São duros quando
julgam o comportamento dos outros. Zelosos da sua privacidade, não se
relacionam em profundidade. Buscam compensações em filmes pornográficos e numa
masturbação compulsiva.
Para sanar as experiências negativas desta
etapa é preciso perceber o comportamento atual da pessoa adulta. Há sanação
quando o adulto começa a dar nomes aos seus sintomas e encontra suas causas em
experiências negativas acontecidas, nesta primeira fase de sua história.
Adolescência (13 a 18 anos):
1ª
Fase. Fantasia
sexual. Adultos fixados nesta etapa vivem a sexualidade mais na fantasia do que
na realidade. Idealizam tanto as relações interpessoais que ninguém está à
altura de suas expectativas. Vivem com ciúmes, ressentimentos e são
tremendamente centralizadores e possessivos.
2ª
Fase. Preocupação
sexual. Adultos fixados nesta fase vivem preocupados excessivamente com o
sexo e a sua própria pessoa: “seus” desejos, “suas”
necessidades, “seus” sentimentos... Não se relacionam com "a pessoa amada”, mas
com as partes corporais dela... Utilizam os outros e os abandonam se não mais o agradam ou o excitam.
3ª
Fase. Descoberta relacional. Adultos fixados nesta fase são superficiais, medrosos e com baixa autoestima.
Para sanar as experiências negativas nesta
etapa é preciso recordar o acontecido e refazer o registro emocional, dando-lhe
uma conotação positiva. A recuperação pessoal saudável acontece quando o adulto
nomeia não só os seus sintomas como encontra uma relação com alguma experiência
negativa experimentada nesta fase de sua história.
Idade adulta (a partir dos 21 anos):
1ª
Fase. Mutualidade
emocional. As pessoas mantêm relacionamentos sadios e recíprocos. Sabem amar e ser amadas; valorizar e ser valorizadas por aquilo que elas são e
não pelo que fazem ou têm. Os problemas desta fase são: medo de tomar
decisões e de assumir riscos nos compromissos emocionais, por senti-los como
ameaçadores da sua liberdade.
2ª
Fase. Integração
psicossexual. Aqui não há fixações, mas uma integração da vida toda. As pessoas
tomam decisões e assumem suas consequências. As pessoas crescem na liberdade e
no compromisso, fazendo-se mais livres e disponíveis.
A vida de cada um consiste em como
escolheu distorcê-la e isso começou numa fase determinada da vida.
Uma pergunta: Em que etapa você começou a “distorcer” sua vida?
"Padre, no se si la traducción está incorrecta, aparece "distorsionar su vida"? ¿Por qué tendría que haber una distorsión?, cambio? Cuando se producen experiencias dolorosas, éstas provocan cambios significativos en las personas. Pienso hoy, en los niños de África, Palestina, ...
ResponderExcluirEn toda época y lugar se han producido distorsiones de las Sociedades, y los más indefensos han pagado las injusticias de los poderosos.
La Iglesia Católica No está exenta de ello. Falta humildad, misericordia, consecuencia y verdadera fe en Jesucristo.
Como decía y se repetía para sí el Padre Alberto Hurtado: "¿Qué haría Cristo en mi lugar?".
Faltan en la Iglesia, hombres y mujeres "misericordiosos", La mayoría se ha aprovechado y ha lucrado en bien No de los necesitados sino de los adinerados. Hay acepciones como en todo.
¿Por qué tantas distorsiones en las mentes humanas? será por demasiadas carencias? falta de oportunidades, alimentos, educación, abrigo, medicamentos.... El Señor nos pedirá cuenta de ello: "Estuve enfermo,... en la cárcel, ... " Mateo 25.
Hacemos muy poco, y me incluyo. Bendiciones abundantes".
Amigo, lo entendiste bien. Por desgracia, la mayoria pierde la trayectoria...
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