Peço, como sempre, conhecimento interno do
Senhor que por mim se fez homem para mais amá-lo e segui-lo. Peço
também graça para decidir, eleger, escolher, optar e me comprometer com
Jesus, segundo o que estou sentindo ser mais atraído e gratuito no Senhor.
Configurando-me com ele, realizo a minha missão.
Vejamos agora a prontidão da nossa vontade em se
decidir resolutamente pelo Senhor.
Diante de algo que parece ser a vontade de Deus
podem aparecer três atitudes, ou três tipos de "sim":
- SIM=NÃO: Quando o sim é igual ao não há uma veleidade e, provavelmente, a concretização da decisão é adiada indefinidamente. Quando o Sim é igual a um NÃO, ficamos presos ao próprio "amor, vontade e interesse" (EE 189).
- SIM, mas...: Quando o sim a Deus coloca tantos empecilhos e condições que o fazem praticamente impossível. Com um SIM condicional não vamos a lugar nenhum. É algo assim: "Eu quero, mas não como tu queres!".
- SIM! Incondicional. É o SIM de N. Senhora: "Sim e como Tu queres e quando Tu queiras". O nosso seguimento de Jesus precisa desta resposta!
Algumas perguntas: seu compromisso com o Senhor o leva para uma mudança de vida ou fica
apenas em considerações mentais e num fluxo estéril de sentimentos afetivos?
Está mesmo se entregando realmente a Jesus ou há delongas? Está amarrado no seu
"amor-próprio, vontade e interesse" ou decidido pelo Senhor e a sua
proposta?
Precavido dos enganos e afetivamente livre pode
fazer sua opção por onde percebe estar Deus o atraindo. Para onde parece se
manifestar a vontade do Senhor a seu respeito? Você é chamado a ser um membro vivo de Jesus Cristo. Estou no meu
lugar e me realizo, quando sou um membro vivo no Corpo de Cristo. Sou um raminho
bem verde na sua videira?
Somos um ser em tensão, pois em nós vivem o Adão e o Cristo. Um velho e falso; outro novo e
verdadeiro. Acerto quando ratifico com minha liberdade a ação de Cristo em mim
e me abro para Ele. Sou obra dEle e
só Ele me salva! Somente aderindo com minha liberdade ficarei salvo. Ele atua
na minha liberdade sem destruí-la: atrai, move, espera, respeita a minha
decisão. Eleger bem é ratificar, livre e conscientemente, a escolha feita por
Deus para mim.
Não há um critério objetivo para distinguir entre
as diversas possibilidades qual é a melhor para uma determinada pessoa. No
nível subjetivo temos as “consolações” e as “desolações” como sinais para identificar
para onde Deus está querendo nos conduzir. A eleição, nossa opção não é,
primordialmente, uma tarefa nossa. É um
dom que recebemos. O dom da clareza de nos perceber chamados a, saindo de
nós mesmos, nos integra em Jesus.
Algumas perguntas: Para onde você está sendo mais movido e atraído pelo Senhor?
Aconteceram consolações e desolações? Percebeu alguma consolação do anjo mau
que terminou por mostrar sua cauda serpentina? (EE 176). Que pensamentos, que desejos brotaram da
verdadeira consolação? Que pensamentos, que desejos brotaram da desolação e da
consolação enganosa? Por estas experiências, você pode colher dados para discernir
o que o Senhor lhe está pedindo e atraindo.
Você está se decidindo de acordo
com as atrações do Senhor e rejeitando as investidas ou resistências do inimigo? Você está agindo segundo as atrações do Senhor?
Textos
para orar nesta semana:
- Jr 20, 7-11: Seduziste-me Senhor e eu me deixei seduzir...
- Mt 21, 12-22. 28-44: Expulsa vendilhões; figueira estéril, dois filhos, vinha.
- Lc 18, 18-27: O jovem rico...
- Lc 14, 15-24: Convidados para o banquete...
- Lc 6, 46: Não o que diz Senhor, Senhor, mas o que faz...
- Lc 9, 23-26; 57-62: Condições para seguir Jesus...
- Rm 7, 23-8,4 Não se diga que não podemos...
- Jo 16, 31-33: Coragem eu venci o mundo...
- Fl 2, 13: Deus desperta a vontade e a ação...
- Rm 14, 22-23: Feliz aquele que não condena a si mesmo na decisão que toma.
- Gl 5, 22-25: Se vivemos pelo Espírito,caminhemos também sob o impulso do Espírito...
Finalize com um colóquio de amizade. Jesus,
o Senhor foi sempre tão generoso para com todos, que eu aprenda a verdadeira generosidade: De
dar, sem contar. De
sacrificar-me, sem me queixar. De trabalhar, sem me gabar. De lutar, sem fazer caso das feridas. De suportar ofensas, sem me
irritar. De empenhar-me, sem
esperar outro prêmio que a sua amizade!
Um
texto profético: É verdade que durante a vida de Inácio, e de
maneira crescente depois de sua morte, os jesuítas tiveram medo da
liberdade exigente e da responsabilidade intensamente assumida no Senhor, que
Inácio desejava ver em seus companheiros. Conhecedores de nossos limites e
fraquezas, os sucessores de Santo Inácio julgaram mais prudente refundar
a Companhia e a CVX sobre regras e práticas obrigatórias, sem dúvida também para
proteger a espiritualidade inaciana. Dever-se-á esperar 1967, para
se reencontrar nos textos da CVX e da Companhia a plenitude da experiência
inaciana, sem excluir sua dimensão mística e sem abstraí-la de uma radicalidade
que certamente não está reservada apenas aos jesuítas. (Pe. Kolvenbach, na
Assembléia Mundial da CVX, em 1998. Ed. Loyola, pp. 33 e 34).
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