6º Dia, 1º Exercício: Somos escolhidos pelo Senhor...

Peço, como sempre, conhecimento interno do Senhor que por mim se fez homem para mais amá-lo e segui-lo. Peço também graça para decidir, eleger, escolher, optar e me comprometer com Jesus, segundo o que estou sentindo ser mais atraído e gratuito no Senhor. Configurando-me com ele, realizo a minha missão.

Vejamos agora a prontidão da nossa vontade em se decidir resolutamente pelo Senhor.
Diante de algo que parece ser a vontade de Deus podem aparecer três atitudes, ou três tipos de "sim":
  • SIM=NÃO: Quando o sim é igual ao não há uma veleidade e, provavelmente, a concretização da decisão é adiada indefinidamente. Quando o Sim é igual a um NÃO, ficamos presos ao próprio "amor, vontade e interesse" (EE 189).
  • SIM, mas...: Quando o sim a Deus coloca tantos empecilhos e condições que o fazem praticamente impossível. Com um SIM condicional não vamos a lugar nenhum. É algo assim: "Eu quero, mas não como tu queres!".
  • SIM! Incondicional. É o SIM de N. Senhora: "Sim e como Tu queres e quando Tu queiras". O nosso seguimento de Jesus precisa desta resposta!

Algumas perguntas: seu compromisso com o Senhor o leva para uma mudança de vida ou fica apenas em considerações mentais e num fluxo estéril de sentimentos afetivos? Está mesmo se entregando realmente a Jesus ou há delongas? Está amarrado no seu "amor-próprio, vontade e interesse" ou decidido pelo Senhor e a sua proposta?

Precavido dos enganos e afetivamente livre pode fazer sua opção por onde percebe estar Deus o atraindo. Para onde parece se manifestar a vontade do Senhor a seu respeito? Você é chamado a ser um membro vivo de Jesus Cristo. Estou no meu lugar e me realizo, quando sou um membro vivo no Corpo de Cristo. Sou um raminho bem verde na sua videira?

Somos um ser em tensão, pois em nós vivem o Adão e o Cristo. Um velho e falso; outro novo e verdadeiro. Acerto quando ratifico com minha liberdade a ação de Cristo em mim e me abro para Ele. Sou obra dEle e só Ele me salva! Somente aderindo com minha liberdade ficarei salvo. Ele atua na minha liberdade sem destruí-la: atrai, move, espera, respeita a minha decisão. Eleger bem é ratificar, livre e conscientemente, a escolha feita por Deus para mim.

Não há um critério objetivo para distinguir entre as diversas possibilidades qual é a melhor para uma determinada pessoa. No nível subjetivo temos as “consolações” e as “desolações” como sinais para identificar para onde Deus está querendo nos conduzir. A eleição, nossa opção não é, primordialmente, uma tarefa nossa. É um dom que recebemos. O dom da clareza de nos perceber chamados a, saindo de nós mesmos, nos integra em Jesus.

Algumas perguntas: Para onde você está sendo mais movido e atraído pelo Senhor? Aconteceram consolações e desolações? Percebeu alguma consolação do anjo mau que terminou por mostrar sua cauda serpentina? (EE 176). Que pensamentos, que desejos brotaram da verdadeira consolação? Que pensamentos, que desejos brotaram da desolação e da consolação enganosa? Por estas experiências, você pode colher dados para discernir o que o Senhor lhe está pedindo e atraindo.

Você está se decidindo de acordo com as atrações do Senhor e rejeitando as investidas ou resistências do inimigo? Você está agindo segundo as atrações do Senhor?

Textos para orar nesta semana:
  • Jr 20, 7-11: Seduziste-me Senhor e eu me deixei seduzir...
  • Mt 21, 12-22. 28-44: Expulsa vendilhões; figueira estéril, dois filhos, vinha.
  • Lc 18, 18-27: O jovem rico...
  • Lc 14, 15-24: Convidados para o banquete...
  • Lc 6, 46: Não o que diz Senhor, Senhor, mas o que faz...
  • Lc 9, 23-26; 57-62: Condições para seguir Jesus...
  • Rm 7, 23-8,4  Não se diga que não podemos...
  • Jo 16, 31-33: Coragem eu venci o mundo...
  • Fl 2, 13: Deus desperta a vontade e a ação...
  • Rm 14, 22-23: Feliz aquele que não condena a si mesmo na decisão que toma.
  • Gl 5, 22-25: Se vivemos pelo Espírito,caminhemos também sob o impulso do Espírito...

Finalize com um colóquio de amizade. Jesus, o Senhor foi sempre tão generoso para com todos, que eu aprenda a verdadeira generosidade: De dar, sem contar. De sacrificar-me, sem me queixar. De trabalhar, sem me gabar. De lutar, sem fazer caso das feridas. De suportar ofensas, sem me irritar. De empenhar-me, sem esperar outro prêmio que a sua amizade!

Um texto profético: É verdade que durante a vida de Inácio, e de maneira crescente depois de sua morte, os jesuítas tiveram medo da liberdade exigente e da responsabilidade intensamente assumida no Senhor, que Inácio desejava ver em seus companheiros. Conhecedores de nossos limites e fraquezas, os sucessores de Santo Inácio julgaram mais prudente refundar a Companhia e a CVX sobre regras e práticas obrigatórias, sem dúvida também para proteger a espiritualidade inaciana.  Dever-se-á esperar 1967, para se reencontrar nos textos da CVX e da Companhia a plenitude da experiência inaciana, sem excluir sua dimensão mística e sem abstraí-la de uma radicalidade que certamente não está reservada apenas aos jesuítas.  (Pe. Kolvenbach, na Assembléia Mundial da CVX, em 1998. Ed. Loyola, pp. 33 e 34).


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