As águas remansam e rezam... (M. de Barros)
Kadosh é um filme israelita de 1999, do
diretor Amós Gitai. Ele narra a tragédia
de duas irmãs do bairro judeu ultra ortodoxo de Jerusalém. A irmã maior, Rivka, casada com Meir, não tem filhos, mas são felizes no casamento.
O rabino, chefe religioso da sinagoga que eles frequentam, diz que a Torah obriga a Meir a repudiar a sua esposa,
pois a esterilidade da mulher (e a do homem?) é como um cântaro rachado e
inútil...
Por outro lado, a pequena Milka está apaixonada por Jakó, mas é obrigada a se casar com
Joseph, um jovem rabino.
Duas mulheres
destroçadas em nome da religião. Só sobreviverá quem se
rebelar contra essa ordem pseudo-religiosa fundamentalista e asfixiante.
“Sufoco-me!”, diz a jovem
e bela Milka. Assim, pois, deixa a família e sai de Jerusalém... Ao fundo se
divisa a conhecida vista panorâmica: a explanada do antigo Templo judeu, a
Cúpula Dourada muçulmana, a mesquita Al-Aksa, e as torres das basílicas cristãs...
Que é, pois,
realmente Kadosh e santo? Certamente o que permite respirar e viver o amor, mesmo transgredindo o peso da Lei. Uma religião desumana não parece ser divina.
Em tempos do
Sínodo sobre a família é bom pensar sobre isso...
Perfeito e plenamente oportuno! 'Kadosh' é uma inspiração de rara felicidade para essa reflexão.
ResponderExcluirNa verdade, quando vi esse filme, anos atrás, não me ocorreu essa reflexão... O que me tocou profundamente foi constatar que nunca, NINGUÉM tratou as mulheres com o respeito e a ternura com que Jesus as tratou...
Valeu, Padre Ramón. Deus o abençoe e confirme na coragem com que escolhe, entre todas as coisas, o amor!