Noite estrelada de V. van Gogh (1853-1890)
O ritmo frenético e estressante da
sociedade atual impede vivenciar a dimensão de profundidade em
nossa vida diária. Vivemos mergulhados num contexto do imediato e pragmático
que exclui a profundidade e o silêncio. Tal situação desumaniza e faz perder a beleza do cotidiano. Só o amor transfigura a realidade.
A Transfiguração de Jesus lembra o que somos realmente
no nível mais profundo e revela nosso ser verdadeiro. Carregamos um mistério divino que nos habita.
Em Jesus o amor de Deus
transparecia, por isso ele vivia constantemente transfigurado. A transfiguração foi seu estado habitual
de ser. Por desgraça conhecemos o contrário, pessoas e coisas constantemente deformadas e desfiguradas...
O que fazia de Jesus um homem
transfigurado? Sua beleza exterior ou a interior? O que os outros
percebiam? Bondade, compaixão, autenticidade, integridade, coerência, liberdade...
Sua humanidade era tanta que todos
achavam ela divina. O amor ilumina! No humano Deus transparece...
Quando tocamos com carinho e respeito a carne de Cristo no pobre e excluído, somos transfigurados. Quem sobe ao Tabor também desce em direção à humanidade excluída e ferida. Conheço pessoas que vivem felizes nesse serviço misterioso e silencioso. Felizes por que encontraram a pérola preciosa que ilumina e dá sentido à vida.
Uma
pessoa profundamente humana é certamente transfigurada.
Procuro ser humano e oxalá assim seja melhor cristão...
ResponderExcluirQue bela reflexão , Pe Ramón. Um abraço!
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