A Congregação Vaticana
que cuida dos processos de canonização (declaração de santidade!) deu o
sinal verde, para abrir a causa do “pequeno
bispo de Olinda e Recife, amigo dos pobres”, Dom Hélder Câmara.
O governo militar do Brasil tinha colocado Dom
Hélder de lado, no maior ostracismo possível, pela sua firme convicção e apoio
ao movimento estudantil, operário e aos diversos movimentos contra a fome e a
miséria. Naquela época, até o Vaticano não
o via com bons olhos.
Dom Hélder contribui decisivamente no surgimento da
CNBB, 1950, e até do CELAM, 1955. Mas, vai ser no Concílio Vaticano II, 1964 (ano
do golpe militar no Brasil), que ele verá claramente a identificação de Cristo com
os pobres, carne de Cristo, como diz e
repete o Papa Francisco.
Nos anos setenta, Dom Hélder Câmara denunciou o uso
sistemático da tortura contra os dissidentes políticos presos pela ditadura
militar. Os militares e alguns eclesiásticos começaram a chama-lo de “o bispo vermelho”. É famosa sua frase;
Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando
pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista.
Algo mudou
no Vaticano para que comecem a fazer parte da lista dos possíveis santos e santas da
Igreja pessoas que antes foram “fraternalmente” excluídas.
Dom Romero, Dom Hélder Câmara, Dom Luciano Mendes de Almeida... são os primeiros.
Ainda faltam muitos!
D. Hélder Câmara, o bispo vermelho, deve ser santo! Que notícia boa em tempos de pedidos (insanos) pela volta da ditadura.
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