Está na mesa o cardápio da última ceia! Ouvi essa frase ao redor de uma belíssima e variada
mesa, na cidadezinha de Niha El Chouf, nas montanhas do Libano. Claro,
meu sogro traduziu pra mim, já que a dona da casa, Nazira, falava em árabe.
Fiquei intrigado. Jesus era
judeu e a nossa mesa era árabe...
Conversando, depois, com meus
anfitriões, fiquei sabendo que as culinárias
árabe e judaica tem muita coisa em comum, já que, em sua origem, são povos
irmãos que compartilham, há séculos, o mesmo território. Pena que os conflitos
históricos empanem o brilho desse convívio. Mas vamos a um pouco de história
sobre essa ceia famosa.
Jesus era judeu e seus
discípulos também. Naquela noite de quinta-feira eles celebravam a Páscoa
Judaica, relembrando a experiência de libertação do Egito. Na mesa havia:
Ervas amargas: no início da Ceia, lembram os tempos de escravidão e
sofrimento.
Matzos: o pão ázimo lembra a pressa com que saíram de suas
casas, sem ter tempo de deixar a massa fermentar.
Pesah: o cordeiro pascal que os judeus sacrificaram ao Senhor em lembrança daquela
noite em que Deus os libertou da escravidão. É o prato principal.
Hoje, em tempos de fast food, é difícil entender que uma ceia, um jantar possam contar uma história. No entanto, a tradição de
todas as civilizações e culturas fez da mesa altar, espaço e momento de
celebração da vida.
A mesa é, por excelência, lugar de encontro e de partilha.
A mesa é, por excelência, lugar de encontro e de partilha.
Encontremo-nos, pois, fraternalmente ao redor de qualquer mesa.
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