Meus desconhecimentos aumentaram...
Sabe aquela vontade de comer algo que não se
tem bem em mente o que seja? Não é fome
ou apetite,
mas certa necessidade de comer algo. Você abre a geladeira – abarrotada de coisas –, olha e olha e
não encontra nada. Pois bem, talvez essa
vontade esteja relacionada com algo mais sério: o tédio.
Não se quer nada especificamente, mas
sente-se inquieto e o ato de comer parece, instintivamente, a resposta. Há quem faça o mesmo no uso da internet,
com as redes sociais. Busca-se não se sabe o que, encontra um monte de coisa e,
ao sair, tem-se a sensação de nada ter encontrado. Tudo são formas atenuadas de tédio.
O tédio é parente da melancolia e da
angústia, um daqueles estados de alma que nos inquietam e que, geralmente,
mascaramos a vida inteira. Quando se está entediado, há um certo desconforto
que atinge em cheio a existência da pessoa e sua relação com o mundo. Desinteresse por tudo.
A pessoa quer algo, mas
não há um objeto específico para o seu desejo. Então, ela olha para tudo e nada se
apresenta como capaz de satisfazê-la. Nada interessa. Eis aqui o tédio: vontade de qualquer coisa que se converte em vontade
de coisa alguma. Falta algo, sensação de vazio.
O tédio é vontade vazia e
esvaziadora.
Uma
pergunta: Você já experimentou o tédio?
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