Dias
atrás, após
ler um artigo de V. Codina sj, sonhei
com a Igreja. Primeiro aparecia a Igreja
que temos e depois a que eu sonhava. Eis, rapidamente, os traços do meu sonho:
- Primeiro apareceu uma
Igreja poderosa, distante, fria, endurecida, medrosa, e só depois uma mais simples, próxima, acolhedora, sincera e
realista, mais carinhosa;
- Veio também a imagem de uma Igreja moralista, legalista, doutrinária, chata e só depois uma Igreja bonita, centrada em Jesus Cristo e, difusora
da misericórdia do Evangelho;
- Surgiu também uma Igreja negativa, condenatória, onde o sacramento da confissão era quase uma tortura e o
acesso aos sacramentos uma alfândega inquisitorial. Logo depois, sonhei com uma Igreja compassiva e com entranhas maternais; uma Igreja
hospital de campanha que curava feridas e dores, onde os sacramentos eram para todos
e não só para alguns;
- Passei pelo pesadelo de uma Igreja
centrada nela mesma, autorrefencial, preocupada com números e roupas clericais, mas, graças a Deus logo surgiu a imagem de uma Igreja de todos, preocupada com a dor e
o sofrimento humano: guerra, fome, desemprego, idosos... onde os últimos eram
os primeiros e aonde não se podia servir a Deus e ao dinheiro. Uma Igreja profética e livre em relação
aos poderes deste mundo. Que beleza!
- Ah! Mas também vi uma Igreja fechada em si mesma, museu do passado e com cheiro de mofo excomungando uns e condenando outros. Mas logo veio a imagem de uma
Igreja que ia às ruas e às margens existenciais, às fronteiras; uma
Igreja semente e fermento, que abria caminhos novos; uma Igreja livre e em
estado de missão;
- Confesso que NÃO
gostei daquela imagem de uma Igreja discriminadora, condenadora e
excludente, e sim daquelas outras mais inclusivas e respeitadoras das diferenças, ecumênica, dialogante; ufa!, uma Igreja de portas
abertas...;
- Sonhei com uma Igreja da colegialidade, desclericalizada, servidora e que convivia com as diferenças culturais e dava responsabilidades aos leigos: homens e
mulheres. Pastores que “cheiravam a
ovelha” e que caminhavam na frente, atrás e no meio do povo; Que maravilha!
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