Entramos num tema polêmico. Por que
as mulheres ganham, em média, 70%
do salário dos homens e são minoria em cargos de
chefia? Isso é discriminação de gênero. Além disso, as mulheres também
acumulam os afazeres domésticos e os cuidados
com os filhos. E isso é um abuso!
A desigualdade entre
os gêneros é uma realidade construída em anos de história,
mas que agora começa a ser questionada. Por que as mulheres não podem ganhar o
mesmo que os homens? Por que os homens não podem exercer
certos afazeres? O que
parecia impossível de mudar pode ser mudado!
Na sua casa, após o almoço de domingo, as
mulheres vão limpar a cozinha enquanto os homens vão ver televisão? Se você
respondeu afirmativamente, então
está na hora de reavaliar alguns
conceitos e costumes: Os
pais têm de mostrar dentro de casa que não é para o menino ir jogar futebol
enquanto a menina ajuda a mãe na cozinha. Ambos devem ajudar na cozinha e ambos
podem ir jogar futebol.
A educação na igualdade é tarefa de todos e deve começar
em casa. Meninos e meninas
que tiveram direitos e oportunidades iguais provavelmente serão adultos que
saberão respeitar os outros, independentemente do fato de ser homem ou mulher,
branco ou negro, hétero ou homossexual....
A igualdade de gêneros é considerada uma
das bases para construir uma sociedade com menos preconceito e sem
discriminação.
Contudo, há polêmicas tanto no Plano
Nacional de Educação (PNE) quanto nos Planos Estaduais e Municipais, para combater a discriminação e a
desigualdade de gênero. As discussões se intensificaram desde que, em junho
de 2014, foi instituído o prazo de um ano para que estados e municípios
aprovassem documentos para a educação nos próximos dez anos.
O tema tem
sofrido resistências dos setores mais conservadores da sociedade. Em alguns municípios e estados até foi
retirado dos Planos de Educação. Mas a igualdade de gênero é tão negativa para
as pessoas e a sociedade?
A Constituição Federal e os tratados
internacionais, dos quais o Brasil é signatário, fundamentam e possibilitam a
presença da igualdade de gênero nas políticas educacionais e no cotidiano da
escola. “A igualdade de gênero
deve ser discutida no âmbito
dos direitos humanos, abordando o respeito
entre as pessoas e garantindo o direito a sua identidade de gênero, racial e de
pertença religiosa”.
A igualdade de gênero na educação
possibilita que a escola dialogue e trabalhe com temas e conflitos presentes no
dia a dia das salas de aula.
A escola deve propor as mesmas oportunidades para meninos e meninas,
contribuindo com sua autonomia, e a construção de uma sociedade sem violência
de gênero física e psicológica.
Por que não falar de gênero na escola? Nela acontecem questões que envolvem opressão, preconceito,
homofobia, sexismo, racismo e outras iniquidades. Recusar e omitir esta
discussão não contribui com a democracia e a pluralidade das realidades
humanas. Silenciar as questões de gênero é manter a opressão de alguns e
a exclusão de outros, no ambiente escolar e na sociedade.
É importante a igualdade de gênero nas diretrizes
educacionais, assim como a Constituição Federal garante a igualdade entre
homens e mulheres perante a lei.
E quem é contra? Algumas Igrejas defendem que as questões de gênero devem
ser debatidas só em âmbito da família. Contudo é necessário estabelecer
políticas educacionais e ações pedagógicas que assegurem o reconhecimento e o
respeito à diversidade sexual de todos.
Até os 4 anos, o menino e a menina são
chamados de crianças. E depois? A proposta de ideologia de gênero não foi
aprovada no Congresso e ficou para ser legislada nos municípios.
Sem a discussão sobre gênero, muitos
jovens sofrerão bullying por não se enquadrar no padrão hétero normativo da
maioria.
A sexualidade precisa ser tratada sob a
perspectiva da diversidade/pluralidade se queremos incluir todos e educá-los
sem discriminação ou exclusão. Os direitos das pessoas são sagrados e não
devem ser menosprezados em nome de uma maioria.
E você o que opina sobre este assunto?
Brilhante, padre! É tão bom ler seus textos! Sempre tão lúcidos, sóbrios, humanos e, acima de tudo, evangélicos! Paz e bem! (A.M)
ResponderExcluirBrilhante, padre! É tão bom ler seus textos! Sempre tão lúcidos, sóbrios, humanos e, acima de tudo, evangélicos! Paz e bem! (A.M)
ResponderExcluirPadre Ramon sempre brilhante, didático e objetivo!
ResponderExcluirEstou com saudades de ti já! Em novembro espero te ver novamente em Itaici...
(Sou aquele que o senhor diz que "está sempre consolado, sempre sorrindo"...rsrs)
Um grande abraço a ti e a todos por aí!
Enfim, Padre Ramon! Há muito queria ler, aqui no seu blog, algo a respeito desse tema que tem gerado tanta polêmica. E acredito que o assunto deva ser abordado justamente na perspectiva do acolhimento misericordioso e das garantias constitucionais. Grande abraço!
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