O escândalo da misericórdia... (Cf. Enzo Bianchi)

 

O que está acontecendo nestes dias sinodais, mas também desde o início do pontificado de Francisco, é um verdadeiro apocalipse (revelar, desvelar...) que apresenta situações difíceis vistas de uma outra maneira. O que está em jogo, neste confronto, não é a doutrina, mas a dimensão pastoral da Igreja, o como proceder mais evangelicamente. Sejamos claros, o que escandaliza é a misericórdia! 

Lembremos: Jesus foi condenado à morte pelo seu comportamento demasiado misericordioso: Os inimigos de Jesus eram peritos na Sagrada Escritura (escribas) e homens “religiosos” (fariseus) que confiavam no seu comportamento observante.

É, interessante, que uma oposição parecida emerja também contra o Papa Francisco, ele que tem no seu lema a palavra “misericórdia” (Miserando atque eligendo).

Se o Papa for fiel ao Evangelho encontrará oposição, rejeição e até desprezo, como o seu Senhor.

Retornemos ao tempo do Concílio, e lembremos as murmurações contra João XXIII e Paulo VI... Sempre são os mesmos! O que mais espanta é a oposição ferrenha daqueles que estão mais perto dele, para ajudá-lo.

As diversidades são legítimas, mas por favor, com educação e caridade, como corresponde aos discípulos do Senhor.

Não é fácil ser “servo da comunhão” para o Papa Francisco.

É a hora da “Revelação”, do Apocalipse na Igreja: cada um assuma suas responsabilidades e seja o que deve ser!

A Sinodalidade (caminhar juntos!) é o caminho da Igreja neste Terceiro Milênio.