Quem conhece a
Xu Guangqi (1562-1633), alto
funcionário imperial da corte dos Ming, e discípulo cristão do grande jesuíta missionário Matteo Ricci (1552-1610)? Paulo Xu, letrado, mandarim,
agrônomo, astrônomo, matemático, homem sábio e santo de Shangai.
Seu exemplo atraiu parentes, amigos e intelectuais chineses para a fé católica.
Um fato curioso: No século passado, ainda se encontravam alguns descendentes dele, como sacerdotes católicos da igreja local de
Shangai.
Numa corte imperial, moralmente decadente, este homem não se deixou
corromper nem pelo dinheiro nem pela depravação. Ele sempre se destacou pela sua sabedoria e honestidade de vida.
O Padre Ricci foi a China não só para levar a ciência, mas sobre tudo o Evangelho. Amigo de diversos jesuítas, Paulo recebe
o batismo aos 48 anos de idade.
Ele percebeu que a fé cristã potencializava a proposta moral
de Confúcio.
Paulo fez duas vezes os Exercícios Espirituais inacianos, (30 dias!), em Macau. Rezava frequentemente o terço e fazia o seu exame de consciência cotidianamente, antes
de dormir. Casado, teve um filho, que também recebeu o batismo.
A espiritualidade inaciana deste homem foi exemplar: Ele mergulhava cada vez
mais nas realidades políticas e econômicas do seu país.
Este funcionário imperial foi um homem austero e verdadeiro. Realista e
pouco amigo das intrigas da corte. Ele foi uma bênção para a China e o seu povo,
quase quatrocentos anos depois, ainda o estuda com afinco e carinho.
Sua beatificação
ou canonização seria muito bem vista pelo governo chinês, pois o tem como um
dos grandes vultos históricos da sua pátria.
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