Texto bíblico: Mt 6,1-6.16-18...
Em meio a um mundo sacudido pela violência
e egoísmo exacerbado, o Papa Francisco
nos convida a viver um Jubileu extraordinário, colocando a Misericórdia no
centro de nossas vidas. “Sede misericordiosos
como o Pai”.
A Quaresma
pode ser um tempo privilegiado e o ponto de partida para transformar a
própria vida. Quarenta dias como tempo propício para viver a “operação saída”, ou seja, expandir a vida em novas direções.
Momento litúrgico como parada
estratégica em meio à voracidade do caminho e perguntar-nos se vivemos como realmente desejamos viver. Algum
reajuste necessário para reorientar nossos passos e estabelecer maior harmonia
entre cabeça e coração, desejos e hábitos? A liturgia nos pergunta como nos
relacionamos com nossos desejos/impulsos/decisões (jejum)? Como consideramos os nossos semelhantes (esmola)? Como cuidamos de nossa
amizade com Deus (oração)?
As três disciplinas espirituais da
Quaresma (oração, jejum e esmola), encontram sua relação com as três dimensões
do amor: a Deus, ao próximo e a si mesmo. As práticas quaresmais que a
liturgia busca ativar (oração, jejum e
esmola) vão além de nós mesmos.
Com
a Quarta-feira de Cinzas iniciamos à Quaresma e entramos num movimento
de discernimento: de quê jejuar e com quê saciar-nos
nesse tempo litúrgico? Mais que jejum de alimento e bebida, podemos jejuar de soberba, de vaidade, de
consumismo, de fazer-nos centro de tudo, de ativismo, de afetos desordenados
(smarts, internet...), e da frieza nos relacionamentos...
O
jejum ativa o amor que nos faz mais compassivos, solidários e misericordiosos.
O jejum e a abstinência nos conduzem ao
autocontrole e à autoestima e são sinônimos de desintoxicar-se, desconectar, desapegar-se, desprender-se... Pessoas
mais equilibradas, autônomas e livres.
A esmola
(“elemosyne”) sempre esteve ligada à
compaixão e à piedade. Quem partilha do
que tem é com-passivo e misericordioso. Coração sensível à miséria do
outro. Compaixão, ternura e solidariedade.
A esmola
– misericórdia em ação – é uma atitude
do cristão, pois criar laços de comunhão.
A oração
nos ajuda a amar a Deus e a colocá-Lo no centro de nossa vida. A vivência da
oração e das práticas associadas a ela (silêncio, solidão, reflexão, meditação...)
nos ajudam a entrar em sintonia com Deus.
As tais práticas quaresmais são uma
autêntica revolução e uma alternativa para viver com sentido.
Uma pergunta: Você começou realmente a Quaresma?
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