“Pobreza
e misericórdia” foi o tema da Audiência Geral do dia 18/MAI no
Vaticano, comentando a parábola do homem rico e do pobre Lázaro.
O portão da casa do rico estava sempre fechado ao pobre, que ali jazia
esfomeado e coberto de chagas. Lázaro
representa bem o grito silencioso dos pobres de todos os tempos e a
contradição de um mundo em que imensas riquezas e recursos estão nas mãos de
poucos.
O rico ignora Lázaro e nega-lhe até mesmo as sobras da sua mesa. “Ignorar o pobre é desprezar Deus”,
repetiu duas vezes o Pontífice, pedindo para que aprendamos esta lição. Enquanto
o nome do rico não é mencionado, repete-se cinco vezes o nome do pobre –
chama-se "Lázaro" – que, em hebraico, significa "Deus ajuda".
Assim, Lázaro à porta é um apelo vivo
feito ao rico para que se recorde de Deus, mas o rico não acolhe este apelo. Ele será condenado não pelas suas riquezas,
mas por não ter tido compaixão de Lázaro.
O resultado desta atitude é descrito na
segunda parte da parábola, que apresenta a situação invertida de ambos depois
da morte: o pobre Lázaro aparece feliz junto de Abraão, já o rico é
atormentado. Agora o rico reconhece Lázaro e pede-lhe ajuda, enquanto em vida
fazia de conta que não o via.
“E
quantas vezes tantas pessoas fazem de conta que não veem os pobres. Para eles,
os pobres não existem”, lamentou o Papa. Antes, negava a ele as sobras da mesa, agora pede para lhe dar de
beber. Mas, como explica Abraão, aquele portão de casa que, na terra,
separava o rico do pobre, transformou-se num 'grande abismo', que é
intransponível.
Até quando Lázaro estava diante de sua casa, havia possibilidade de
salvação para o rico, mas agora que estão mortos, a situação é irreparável. Deus nunca é chamado
diretamente em causa, mas a parábola adverte: a misericórdia de Deus por nós está ligada à nossa misericórdia em relação
aos outros. “Se não abro a porta do
meu coração ao pobre, esta permanece fechada inclusive para Deus, e isso é
terrível”.
A este ponto, o rico pede que Lázaro
volte à terra para advertir os seus irmãos em vida que correm o risco de acabar
como ele. Mas para nos converter, recordou o Papa, não devemos esperar eventos
prodigiosos, mas abrir o coração à Palavra de Deus, que nos chama a amar o
próximo. A Palavra de Deus pode ressuscitar um coração árido e curá-lo de sua
cegueira.
Nenhum mensageiro e nenhuma mensagem podem substituir os pobres que
encontramos no caminho, acrescentou Francisco, “porque neles está Jesus que vem ao nosso encontro”. E citou as
palavras de Cristo: “Sempre que deixastes
de fazer isto a um destes pequeninos, foi a Mim que o deixastes de fazer”.
Ouvindo este Evangelho, concluiu o
Papa, todos nós, com os pobres da terra, podemos cantar com Maria: “Depôs poderosos de seu trono e a humildes
exaltou. Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias”.
Uma pergunta: Você se aproxima do pobre?
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