Sabemos que o Papa Francisco agrada a muitos e
descontenta àlguns poucos. Esse
pequeno grupo crítico não percebe que suas propostas criam um falso magistério
paralelo. O que eles vêm como falso é precisamente
o verdadeiro.
Vejamos
as críticas que eles fizeram à exortação apostólica "A alegria do amor". por ocasionar "dor e confusão" na Igreja, e não ser fiel à fé e à moral
da mesma. Para eles, alguns
pontos da Amoris laetitia é contrária às Escrituras e a tradição da Igreja.
Vejamos
algumas de suas críticas e que eu chamo de atrevido “magistério paralelo”.
Proposições "heréticas" do documento:
1. “A Igreja rejeita com
firmeza a pena de morte..."
(Amoris
laetitia, 83). Os ultraconservadores defendem a pena de morte apoiados na história mais triste da
igreja.
2. O documento diz: “É importante deixar claro a rejeição de toda forma de submissão sexual...” (AL, 156). Eles,
pelo contrário, acham essa afirmação como herética, perniciosa e contrária
às Escrituras, pois o marido tem autoridade sobre a esposa e esta deve
obedecer às ordens legítimas do marido.
3. A Amoris Laetitia diz: São Paulo
recomendava a virgindade, porque esperava para breve o regresso de Jesus Cristo
e queria que todos se concentrassem apenas na evangelização: «O tempo é
breve» (1 Cor 7, 29). Contudo deixa
claro que era uma opinião pessoal e um desejo dele (cf. 1 Cor 7, 6-8), não uma exigência de Cristo... Neste
sentido, diz São João Paulo II que os textos bíblicos «não oferecem motivo para
sustentar nem a “inferioridade” do matrimónio, nem a “superioridade” da
virgindade ou do celibato»... Em vez de se falar da superioridade da virgindade
sob todos os aspectos, parece mais
apropriado mostrar que os diferentes estados de vida são complementares, de
tal modo que um pode ser mais perfeito num sentido e outro pode sê-lo a partir
dum ponto de vista diferente. (AL 159).
E eles afirmam em alto e bom som que Quem negar que o estado de vida virginal
consagrado a Cristo não seja superior ao estado de matrimonio é herético e
contrário às Escrituras.
4. Neste ponto, eles sobem de
raiva pelas paredes: São João Paulo II propunha a chamada «lei da gradualidade », ciente de que
o ser humano «conhece, ama e cumpre o
bem moral segundo diversas etapas de crescimento». Não é uma « gradualidade da lei», mas uma gradualidade no exercício
prudencial dos atos livres em sujeitos que não estão em condições de
compreender, apreciar ou praticar plenamente as exigências objectivas da lei..» (AL 295).
Já não é possível dizer que todos os que estão numa
situação chamada «irregular» vivem em estado de pecado mortal, privados da
graça santificante. Os limites não dependem simplesmente dum eventual
desconhecimento da norma. Uma pessoa, mesmo conhecendo bem a norma, pode ter
grande dificuldade em compreender «os valores inerentes à norma » ou pode
encontrar-se em condições concretas que não lhe permitem agir de maneira
diferente e tomar outras decisões sem uma nova culpa (AL, 301).
Eis o magistério paralelo deles: Se um cristão não tem força, com a graça de Deus, para seguir as exigências
objetivas da lei divina é herético e contrário às sagradas Escrituras, além de
ímpio e blasfemo.
5. Ninguém pode ser condenado para sempre, porque esta
não é a lógica do Evangelho! (AL, 297).
Entendida como que ninguém
pode ser condenado ao castigo eterno do inferno é herético e contrário às
sagradas Escrituras, além de escandaloso e pernicioso. E o que eu acho mais
estranho é que esses nossos irmãos “católicos” xiitas não acham a sua afirmação de enviar pessoas para o inferno, nada estranha nem escandalosa.
(continua)
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