“Estou pronto
para ser imolado...” (2 Tm 4, 6)
A revolução mexicana, ou Guerra Cristera, ocorrida no
México, é uma realidade desconhecida por muitos. Este conflito
foi deflagrado pela legislação anticlerical promulgada em 1926, e pela feroz perseguição
contra a Igreja Católica promovida pelo então presidente Plutarco Elías Calles.
A legislação
anticlerical proibiu as ordens religiosas, suprimiu a Companhia de Jesus e seus
colégios, e impôs a deportação e o encarceramento dos bispos ou sacerdotes que
protestassem. A Igreja foi privada dos direitos de propriedade e liberdade
civil.
Pior, os laicistas concederam liberdade
para todos os cultos, exceto o católico, submetido ao violento controle do
Estado.
Pio XI publicou na
encíclica “Iniquis afflictisque” as agressões sofridas pela Igreja no México: “Já quase não resta liberdade alguma à Igreja
[no México], e o exercício do ministério
sagrado se vê de tal maneira impedido que é castigado, como se fosse um delito
capital, com penas severíssimas...”.
A Igreja Mexicana não se acovardou diante de tamanha perseguição. Pelo contrário: A Liga Nacional Defensora de la Libertad
Religiosa espalhou-se por todo o país,
opondo aos adversários uma frente destemida, de impressionante solidez. E quando era mais feroz a perseguição, inúmeros
heróis se ofereciam ao martírio e morriam gritando “Viva Cristo Rei!”
Um desses mártires era apenas um adolescente... Chamava-se JOSÉ LUIS SANCHEZ DEL
RIO.
Nasceu em Michoacán e fazia
parte da Associação Católica da Juventude Mexicana.
Quando a Guerra Cristera
explodiu, seus irmãos alistaram-se na Liga Defensora da Libertad Religiosa, mas
sua mãe não permitiu que ele o fizesse, pois era muito jovem. O próprio general
que comandava a força de resistência (Prudencio Mendoza) também não achava
oportuno o alistamento daquele menino. Mas José Luis insistiu: “Também quero ter a oportunidade de dar a
vida por Cristo, e de chegar ao céu!” E tamanha foi a insistência que
conseguiu a autorização de sua mãe.
Numa luta fortíssima no dia 6/FEV/1928, o cavalo do dito general
foi morto. Nosso
pequeno herói, então, teve o gesto que o levaria à prisão: Imediatamente
desmontou de seu cavalo e o ofereceu ao general, dizendo: “Aqui está meu cavalo, meu general. Monte nele. Salve-se. O senhor faz falta
na luta. Eu não faço...”
O general conseguiu fugir, mas José Luis foi preso e
encarcerado num calabouço medonho, e fedorento, aguardando a
morte firme, valente, inabalável. Tão íntegro que os inimigos diziam: “És valente, menino! Vem
conosco, que será melhor para ti do que estar com esses cristeros...” E José Luís respondia: “Antes morto.
Fuzilem-me!”
Chegou o dia fatal. Às 10 horas da noite o tiraram do calabouço e,
com a faca, cortaram-lhe os pés. E o puseram a andar a pé até o cemitério. Achavam que, com
aquele tormento ele negaria a fé, mas não foi o que aconteceu: fez o
caminho dando vivas a Cristo Rei e a Nossa Senhora de Guadalupe.
No cemitério, perguntou qual era a sua sepultura, e até lá andou, colocando-se
à beira da cova. Uma vez lá, os guardas lançaram-se sobre ele, apunhalando-o. A cada punhalada, nosso
menino glorificava Cristo rei e Nossa Senhora de Guadalupe.
O capitão-chefe da escolta,
mais por crueldade, perguntou-lhe, a certa altura da tortura, o que deveria
dizer a seus pais. José Luis respondeu: “Que
nos veremos no céu! Viva Cristo Rei! Viva Nossa Senhora de Guadalupe!” O
capitão disparou contra sua cabeça. Tinha
14 anos de idade.
Seus restos mortais repousam no templo paroquial de Santiago Apostol, en Sahuayo,
Michoacán.
SAO JOSE LUIS SANCHES DEL RÍO foi canonizado no dia 16/OUT/2016 pelo Papa Francisco.
Menino cristero! Como podemos matar crianças por uma causa política! Ele dorme nos braços de Deus...
ResponderExcluirQue linda a vida desse garoto ,a coragem , sua maior demonstração de fé é para nos envergonharmos, pois muitas vezes me pego observando e tb me incluindo , qdo vejo católicos e evangélicos manifestando tanta fé nas missas e cultos eu pergunto-me : E se Jesus aparecesse agora qtos acreditariam??? Qtos demonstrariam sua fé verdadeira ou nós o apedrejaríamos novamente??????
ResponderExcluirSempre me impressiono com esses corpos incorruptos
ResponderExcluirE eu também...
ExcluirNão acho que isto muito importe, mas, enfim: corre o mundo a afirmação de que o corpo de Joselito estaria incorrupto. Eu, com as imagens que tenho, não posso deixar de pensar que isso não procede. Veja algumas:
ResponderExcluirEsta é a da exumação. Só há ossos, e não em bom estado. Na verdade, soube que a clavícula que foi levada como relíquia ao altar de sua canonização quebrou em 3 pedaços, de tão frágil. Tiveram que levar um desses 3 pedaços.
Os restos mortais de Joselito estão envoltos nesse pano dourado, cujo conteúdo sequer se parece com um corpo, que dirá incorrupto...
Obrigado. (M.A.V)
Viva Cristo Rei! Rogai por meus filhos Eduardo e Enzo, óh São José Sanchez del Rio.
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