O deserto e o silêncio são um mistério e também um espelho, pois revelam nosso "eu profundo", o que somos realmente.
Os pais do deserto, acorrendo à solidão, buscavam um contato íntimo com o seu "eu" inconsciente, e se reconciliar com suas emoções e paixões mais profundas. Na solidão surgem com clareza inusitada os monstros que nos habitam, e só tomando consciência deles foram reconciliados e pacificados. Uma árvore só fica de pé se estiver profundamente enraizada.
Na busca sincera do Absoluto, aqueles homens e mulheres do deserto foram, aos poucos, iluminados pela presença de Deus que os encorajava e conduzia à compreensão de si. Com máscaras ou sem elas somos o que somos.
Ao assumir a natureza humana, o próprio Cristo aceitou em tudo a nossa condição humana. Jesus não se entregou a nenhum mal ou mentira, mas na sua condição humana foi duramente tentado no deserto e nas cidades. Nele não havia sombras, só Luz. E em você?
Ninguém faz silêncio ou se retira ao deserto para fugir dos perigos externos, pois eles nos rodeiam e habitam. Mas, nesse confronto somos iluminados.
Animais ferozes vivem no deserto, e no silêncio eles aparecem. Contudo, os valores verdadeiros ali crescem e se fortalecem.
Quem não souber silenciar, nunca estará seguro de si mesmo!
Boas palavras Sr. Ramón. Andamos a esta época de corações cheios e cabeças sempre ligadas. A qualidade dessas matéria que nos apossa nos confunde a todo instante, e ao mesmo tempo, tememos o silêncio e o esvaziamento. Queremos sempre mais e mais, em uma sede estranha que não se sacia. Precisamos levar essa inquietação conosco para dias de caminhada no deserto. Fraternal abraço.
ResponderExcluirNesse tempo de muita informação e correria, o silêncio e o esvaziamento se tornam um constante exercicio, que muitas vezes não são completados....
ResponderExcluir"Silêncio não quer dizer apenas deixar de falar, mas significa também que eu desisto das possibilidades de fuga e que me suporto assim como eu sou" do livro Ás exigências do Silêncio - Anselm Grun.
Abraçosssssssss