Sínodo significa “fazer juntos o caminho” (syn= juntos; odos=caminho) ou “caminhar
juntos”. O Sínodo acontece a partir da convocação do bispo (em uma Diocese)
ou do Papa (em âmbito da Igreja toda).
Com tudo, confesso que não estamos acostumados a esta forma compartilhada
de ser e viver. Somos muito individualistas em todos os níveis: na cúpula e na
base.
A Sinodalidade é a forma
mais evangélica de exercer o poder na Igreja. Uma Igreja sinodal não
contradiz a unidade, mas faz parte de sua dimensão constitutiva, embora por
séculos esquecida. Juntos podemos superar melhor a autorreferencialidade e corrigir
o poder absoluto, prepotência internalizada dos senhores feudais.
Esta Colegialidade sinodal foi pedida, 50 anos atrás, no Concílio
Vaticano II, mas ainda não implementada por resistências internas em diversas
instâncias.
Como envolver mais o
povo de Deus, e acelerar esta colegialidade em todos os níveis? Como colocar os
leigos, eles e elas, em postos de decisão nos diversos organismos
eclesiásticos?
Precisamos descentralizar o poder, como acontece nas Igrejas de Rito Oriental.
Passar do “evento” passageiro de alguns
para o “processo” participativo de muitos. Os bispos devem estar em
comunhão com o Bispo de Roma e também com os seus fieis. Não deveria haver um bispo sem povo.
Toda atividade
sinodal tem três momentos fundamentais: Preparação, celebração e ação. No primeiro
momento, consulta geral; na fase celebrativa, contar com a presença de peritos,
participantes e auditores; na fase da implementação,
ter em conta as instâncias intermédias: locais, nacionais e continentais.
Só uma Igreja poliédrica e culturalmente diversa com Jesus como centro,
consegue contentar a todos e não excluir ninguém. O Papa Francisco está
tentando caminhar nesse sentido, apesar do descontentamento de alguns aferrados
a antigas formas de poder.
Precisamos caminhar juntos
e viver esta eclesiologia plural, inclusiva e sinodal. Uma Igreja que consulta,
reza e vive na diversidade. Povo de Deus, Colégio episcopal, Religiosos, bispo de
Roma... Todos em comunhão e com suas idiossincrasias.
Só assim seremos mais fraternos e ecumênicos!
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