Li e
gostei, por isso o publico.
Um dia, o Papa
Francisco se
dirigiu à Basílica de Santa Maria Maior.
Ao longo do caminho, ele se encontrou com um grupo paroquial que ia para o
refeitório da Cáritas para prestar serviço e começou a
ensinar.
Chegaram, então, quatro cardeais pomposos... Um deles disse: Estes homens e estas mulheres vivem em
situação de pecado grave manifesto. Violam a cada dia o sagrado vínculo do
matrimônio, convivendo com outros homens e outras mulheres more uxorio, muitas vezes depois de terem gerado filhos
e filhas a partir dessas uniões ilegítimas.
O que significa more uxorio?, perguntou em voz baixa um dos mais jovens do grupo paroquial. Como se fossem marido e mulher, respondeu o padre que os acompanhava.
O cardeal continuou: De acordo com a nossa lei, estes homens e estas mulheres não podem ser readmitidos à comunhão eucarística, a menos que abandonem a sua nova união ou que a vivam sem os atos próprios dos cônjuges. Tu, Santo Padre, o que dizes a respeito?
.
Quais são esses atos próprios?, perguntou o menino, ainda em voz baixa, ao padre. Boa pergunta, sorriu este amargamente, temo que ele se refira às relações sexuais. Ele queria acrescentar que reduzir o próprio do matrimônio à atividade sexual gritava por vingança, mas outro cardeal tinha tomado a palavra.
Quais são esses atos próprios?, perguntou o menino, ainda em voz baixa, ao padre. Boa pergunta, sorriu este amargamente, temo que ele se refira às relações sexuais. Ele queria acrescentar que reduzir o próprio do matrimônio à atividade sexual gritava por vingança, mas outro cardeal tinha tomado a palavra.
Tu não respondes, Santo Padre? Então, esclarece esta dúvida: grandes mestres ensinam que, na nossa lei fundada sobre a Escritura e sobre a tradição, está escrito que os atos intrinsecamente maus devem ser proibidos sempre, sem exceção. Ao contrário, parece que alguns defendem que, diante desses violadores do sacramento, não é preciso confiar apenas nas normas gerais, porque elas não abrangem todas as situações particulares. Isso não significaria entrar em contradição e negar a verdade que regula a tua e a nossa vida?
Diziam
isso para pô-lo à prova e para ter um motivo para acusá-lo.
Francisco se calava. No entanto, como insistiam
em interrogá-lo, o papa extraiu um leitor de áudio da maleta de couro preto e
deu “play”. Ressoaram juntas as vozes dos 335 participantes da XIV
Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos: Um pastor não pode sentir-se satisfeito apenas aplicando leis morais àqueles que
vivem em situações ‘irregulares’, como se fossem pedras que se atiram contra
a vida das pessoas (Amoris
laetitia, n. 305). É
mesquinho deter-se a considerar apenas se o agir de uma pessoa corresponde ou
não a uma lei ou norma geral, porque isso
não basta para discernir e assegurar uma plena fidelidade a Deus na existência
concreta de um ser humano (AL 304). A
compreensão pelas situações excepcionais não implica jamais esconder a luz do
ideal mais pleno, nem propor menos do que Jesus oferece ao ser humano (AL
307). Da nossa consciência do peso das circunstâncias atenuantes –
psicológicas, históricas e mesmo biológicas – conclui-se que, ‘sem diminuir o
valor do ideal evangélico, é preciso
acompanhar, com misericórdia e paciência, as possíveis etapas de crescimento
das pessoas, que se vão construindo dia após dia’, dando lugar à
‘misericórdia do Senhor que nos incentiva a praticar o bem possível’ (AL
308).
O Papa
Francisco apertou o “stop”. Perguntou,
então, aos cardeais: A quem de vocês
nunca foi usada misericórdia?. Os
quatro não responderam e foram embora. O grupo paroquial também foi embora.
O menino perguntou ao padre: Esses
cardeais não estavam presentes no Sínodo?. Certamente, respondeu o padre. Por
que então?... Porque, primeiro,
deveriam responder à pergunta: a quem de
vocês nunca foi usada misericórdia?
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