Inácio de Loyola aprendeu na marra a discernir suas moções: O que pensava e o que sentia. Nesses dias veio-lhe um pensamento aborrecido que o molestou. Representava-se-lhe a dificuldade de sua vida, como se lhe dissessem dentro da alma: Como poderás sofrer tal vida nos 70 anos que hás de viver? (Autob. 20).
Nos Exercícios Espirituais ele registrou: Pressuponho que há em mim três pensamentos. A saber: o meu próprio, que provém da minha liberdade e querer; e outros dois, que vêm de fora: um proveniente do bom espírito e outro do mau. Pensamentos significativos positivos e negativos... Quando concretizar os primeiros e deixar de lado os outros?
O caminho do Senhor Jesus está cheio de surpresas, pois no inicio, tudo parece fácil e maravilhoso, mas logo chega a monotonia, o desânimo e a confusão. Não há pior tentação do que se equiparar com o mais negativo dos outros. Quando desconfiamos dos nossos melhores propósitos, estamos entrando por mal caminho. Cadê o ânimo e a generosidade iniciais?
O desalento é o começo de uma depressão ou de uma alarmante desolação. Por que surgem agora, neste momento de desolação, tantas perguntas e tão poucas respostas? São João da Cruz, com metáfora expressiva, compara a noite escura dos sentidos, ao que sente uma criança ao ser desmamada: insegurança e desprazer... mas também é tempo de crescer.
Inácio de Loyola irá aprendendo a separar o trigo da cizânia, a discernir suas moções e a optar pelos pensamentos melhores. Ele diz ao Senhor o que pensa e sente e lhe pergunta o que fazer?... Aos poucos, percebe haver uma grande graça nas suas próprias desgraças... Talvez você já descobriu que há uma bem-aventurança de Deus e outra do mundo, e são bem diferentes.
As dificuldades sentidas exigem de nós maior generosidade.
Uma pergunta: Suas dificuldades são apenas aborrecimentos ou também desafios de crescimento?
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