Paulo era membro da família Miki, nobres Samurais do Japão. Educado pelos Jesuítas, entrou aos 16 anos no noviciado da Companhia de Jesus e logo se destacou como pregador e evangelista. Presos pelos oficiais do Shogun local, foram levados para a colina chamada Nishizaki, Nagasaki, onde foram crucificados e furados com lanças. O martírio foi testemunhado por centenas de pagãos japoneses e alguns cristãos que ficaram horrorizados.
Lembremos os nomes desses mártires, religiosos e leigos, jovens e idosos: Francisco, Takeya, Pedro Sukejiro, Miguel
Kozaki, Diogo Kisai SJ, João Gotó, Paulo Ibachi e seu irmão Leo, Antônio, Pedro Batista, Martinho
Assunção, Felipe de Jesus, Gonçalves Garcia (português), Francisco Blanco (espanhol), Francisco de São Miguel, Mathias
Boaventura, Tomas Kozaki, Joaquim Sakakibara, Francisco Kichi, João Kinuya, Gabriel Jusuke, Paulo
Suzuki... Que os seus nomes fiquem
registrados para a posteridade!
A colina onde Paulo e seus companheiros
foram martirizados é chamada atualmente de “A Colina dos Mártires”. Uma grande cruz de pedra e 26
arvores foram plantadas para lembrar o acontecido.
Os mártires japoneses foram canonizados em
1862, pelo Papa Pio IX .
Nesta mesma cidade de Nagasaki, outros
muitos cristãos foram massacrados em 1637. Três séculos depois, a Fortaleza Voadora B29 despejou
sua bomba atômica nesta cidade, 9/AGO/1945,
matando mais de 70.000 pessoas.
Mártires de Nagasaki, rogai a Deus pelo
Japão e pela paz mundial!
Uma pergunta: o que você faz pela paz?
PALAVRAS DO
PAPA J. PAULO II, POR OCASIÃO
DA VISITA À COLINA DOS MÁRTIRES DE NAGASAQUI (26/FEV/1981)
Caros
amigos
1. Hoje quero ser um dos tantos peregrinos que vêm aqui à
colina dos Mártires em Nagasaqui, ao lugar onde os cristãos, com o sacrifício
da vida, selaram a sua fidelidade a Cristo. Triunfaram sobre a morte com um ato
insuperável de louvor ao Senhor. Em atitude de oração diante do monumento dos
Mártires, quereria penetrar no mistério da sua vida, quereria que eles me
falassem, e à Igreja inteira, quereria ouvir a sua mensagem ainda viva depois
de centenas de anos. Como Cristo, foram levados para um lugar onde eram justiçados
os criminais comuns. Como Cristo, ofereceram a própria vida para que todos nós
pudéssemos crer no amor do Pai, na missão salvífica do Filho, e na guia
infalível do Espírito Santo. Em Nishizaka, a 5 de Fevereiro de 1597, vinte e seis Mártires testemunharam o poder da Cruz; eram os
primeiros de uma rica messe de Mártires, porque muitos, em seguida, teriam
consagrado esta terra com o seu sofrimento e morte.
2. "Ninguém tem
maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos amigos" (Jo 15, 13). "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se
morrer, dá muito fruto" (Jo 12,
24).
Morreram cristãos em Nagasaqui, mas a Igreja em Nagasaqui não
morreu. Estava para ser subterrada,
mas a mensagem cristã foi transmitida de pais a filhos, até a Igreja não voltar
à luz. Radicada nesta colina dos Mártires, a Igreja de Nagasaqui cresceria e
floresceria, até se tornar um exemplo de fé e de fidelidade para todos os
cristãos, uma expressão de esperança fundada em Cristo Ressuscitado.
3. Hoje venho a este lugar como peregrino, para agradecer a Deus a vida e a morte dos
Mártires de Nagasaqui — daqueles vinte e seis e de todos os outros que se
lhes seguiram —, compreendidos os heróis da graça de Cristo recentemente
beatificados. Agradeço a Deus pela vida de todos aqueles, onde quer que
estejam, que sofrem pela sua fé em Deus, pela sua lealdade a Cristo Salvador e
pela sua fidelidade à Igreja. Cada época — passada, presente e futura — produz,
para a edificação de todos, brilhantes exemplos do poder que está em Jesus
Cristo.
Hoje venho à colina dos Mártires para testemunhar o primado do amor
no mundo. Neste santo lugar, pessoas
de todas as condições deram prova de que o amor é mais forte que a morte.
Encarnaram a essência da mensagem cristã, o espírito das Bem-aventuranças, a
ponto de, quem quer que dirija os olhos para elas, poder ser inspirado a deixar
modelar a própria vida pelo amor desinteressado de Deus e pelo amor do próximo.
Hoje, Eu, João Paulo II, Bispo de Roma e Sucessor de Pedro,
venho a Nishizaka para rezar por que este monumento possa falar ao homem
moderno, como as cruzes no cimo desta colina falaram àqueles que, há séculos,
foram testemunhas oculares.
Oxalá este
monumento fale ao mundo, para sempre, do amor, fale de Cristo.
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