Papa Francisco aos Jesuítas da Revista Civiltà Cattolica... (Cf. M Sbardelotto)

No dia 9/FEV, o Papa Francisco se encontrou com os membros da revista La Civiltà Cattolica e indicou três palavras-chave e três "padroeiros", como "desenho constitucional" da publicação.

Aqui vai a síntese:

INQUIETAÇÃO. Sem inquietação, somos estéreis. [...] Às vezes se confunde a segurança da doutrina com a suspeita pela pesquisa. Para vocês, não seja assim. Os valores e as tradições cristãs não são peças raras a serem trancadas nas caixas de um museu. A certeza da fé, em vez disso, seja o motor da pesquisa de vocês.

Padroeiro: São Pedro Fabro (1506-1546), homem de grandes desejos, espírito inquieto, jamais satisfeito, pioneiro do ecumenismo.

INCOMPLETUDE. Deus é o Deus semper maior. Vocês devem ser escritores e jornalistas de pensamento incompleto, isto é, aberto e não fechado e rígido. Que a fé de vocês abra o seu pensamento. Deixem-se guiar pelo espírito profético do Evangelho para ter uma visão original, vital, dinâmica, não óbvia.

Padroeiro: Pe. Matteo Ricci (1522-1610). Como ele, mostrem as descobertas recentes, deem um nome aos lugares, façam conhecer qual é o significado da 'civilização' católica, mas também façam conhecer aos católicos que Deus está trabalhando também fora das fronteiras da Igreja, em cada verdadeira 'civilização' com o sopro do Espírito.

IMAGINAÇÃO. É preciso penetrar a ambiguidade, é preciso entrar aí, como fez o Senhor Jesus assumindo a nossa carne. O pensamento rígido não é divino, porque Jesus assumiu a nossa carne que não é rígida, senão no momento da morte. [...] Quem tem imaginação não se enrijece, tem senso de humor, goza sempre da doçura da misericórdia e da liberdade interior."

Padroeiro: Ir. Andrea Pozzo (1642-1709), que foi capaz de escancarar visões amplas mesmo em espaços restritos [...] abrindo com a imaginação espaços abertos, cúpulas e corredores, lá onde há somente tetos e muros.

Sim, a vida é fluida e se agita sem parar, assim como se agita o ar no céu e o mar no mar. O pensamento da Igreja deve recuperar genialidade e entender cada vez melhor como o homem se compreende hoje para desenvolver e aprofundar o próprio ensinamento. E essa genialidade ajuda a entender que a vida não é um quadro em preto e branco. É um quadro em cores. Algumas claras e outras escuras, algumas tênues e outras vivas. Mas, de todos os modos, prevalecem as nuances. E esse é o espaço do discernimento, o espaço em que o Espírito agita o céu como o ar, e o mar como a água.

Meu comentário: Meu Deus, que mensagem bonita, tão diferente a outras que não eram ditas e tão temidas!

Deus seja louvado!