Jesus não é moralista. Somos nós que moralizamos o
Evangelho. Foi
o que o Papa e a Cúria Romana escutaram na última palestra dos Exercícios
Espirituais. Imagino que alguns abaixaram arrependidos a cabeça, e outros
pelo contrário a levantaram um pouco mais, para não se sentir aludidos.
No Dia
Internacional da Mulher o religioso recordou que no Evangelho muitas
mulheres seguiam e serviam Jesus, lamentando a presença somente de
homens no Retiro.
No jantar na casa
de Simão começa um conflito surpreendente: o fariseu e a prostituta; o potente
e a sem nome, a lei e o perfume, a regra e o amor em confronto. O erro
de Simão, o fariseu, foi julgar as pessoas que ele via.
Jesus não julga, ele é a pura misericórdia.
O erro dos
moralistas de todas as épocas, dos fariseus de sempre é julgar os outros, e
nunca a si mesmo.
Adão é pobre antes
que pecador; somos frágeis e prisioneiros de mil
limites, antes que culpados. Somos nós que moralizamos o Evangelho. Ele é libertador!
O Evangelho não é
uma moral, mas salvação que nos leva para fora do paradigma do
pecado e nos conduz para a vida em
plenitude.
No centro da cena
deveria estar Simão, o piedoso fariseu, e ao invés, está essa
mulher sem nome.
O que nos faz tanto
medo para ficar distantes desta mulher, e de todas as outras? Jesus era
soberanamente livre diante do passado de uma pessoa, e do gênero de uma pessoa. E o Espírito
Santo distribua os seus dons sem olhar para o gênero das pessoas.
Generalizar,
colocar as pessoas dentro de uma categoria, classificá-las e o modo de alimentar a dureza do nosso coração, a 'esclerocardia', doença que Jesus mais lamentava.
Tornamo-nos
burocratas das regras e analfabetos da misericórdia. Desse modo, não encontramos vida, mas somente o nosso preconceito.
NB. Esta reflexão serve para aqueles que se acham donos da verdade e da ortodoxia católicas.
0 comments:
Postar um comentário