“Lázaro, vem para fora!... (Jo 11, 43)”
Os
relatos evangélicos do 3º, 4º e 5º domingo da Quaresma apresentam Jesus como ‘Fonte de Água viva’ (Samaritana), ‘Luz do mundo’ (cego de nascença) e ‘Vida’ (ressurreição de Lázaro).
A Quaresma
termina com um chamado à vida, à Vida verdadeira. O relato da
ressurreição de Lázaro é uma catequese sobre o encontro com Aquele que é Vida. Jesus vem comunicar a Vida de Deus.
Em Jesus acontece algo totalmente novo; Ele traz
uma nova maneira de viver diferente, qualitativa, expansiva... Nada mais
contrário ao espírito do Evangelho do que a vida instalada e uma existência
estabilizada.
A “vida eterna” não é um prolongamento ao infinito de nossa
vida biológica. É a dimensão inesgotável e decisiva de nossa existência. É Vida
a plena prometida por Jesus: “Eu
vim para que tenham a vida e vida em abundância” (Jo 10,10)
Facilmente vivemos
como que atados com faixas. A imagem de Jesus, presente junto às vidas feridas
e bloqueadas, nos ajuda a conhecer nossa própria interioridade e colocála em direção a novos horizontes. Vida seduzida pelo amor, e pela ternura.
“Lázaro” representa
a humanidade ferida e amada, com dimensões necrosadas, amarradas,
presas nos sepulcros. Nós mesmos podemos perceber parcelas de nossa vida
paralisadas e atrofiadas.
Lázaro morto está
presente em cada um de nós, esperando a ressurreição. Precisamos que alguém afaste a pedra que bloqueia
o impulso da vida. Primeiro passo,
remover a pedra.
Segundo passo:
ouvir a
palavra de Jesus que diz: “Lázaro, vem para fora!...”. “Ele tinha as mãos e os pés amarrados com faixas e um pano em volta
do rosto”. Essas ligaduras podem
ser nossos bloqueios internos, dependências, medos, inseguranças, carências que
nos impedem de fazer o bem...
Diante do túmulo,
Jesus mobiliza a todos: uns afastam a pedra, outros estendem as mãos e desatam
as faixas, e há também aqueles que o toca e o ajudam a pôr-se de pé.
“Vem para
fora!...” não
é, por acaso, o grito diário de Deus em nossas vidas? Todos somos portadores de
um sepulcro que nos fecha, nos isola e nos asfixia, privando-nos de nossa
liberdade. É preciso dar asas à vida, soltá-la em direção à imensidão do
universo. Não vivvamos mais para nós mesmos, mas para Ele e os que precisam de
mim. Sair de um mundo fechado, egoísta, no
qual nos habituamos com a morte e a mesmice de sempre: “Senhor, já cheira mal: é o quarto dia”
Cada dia Deus
nos dá vida nova.
A cada "novo"encontro com o Deus da vida,somos surpreendidos.
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