13º DTC: Acolher para humanizar-se... (cf. Pe. A. Palaoro SJ)

“Quem vos recebe, é a mim que está recebendo...” (Mt 10,40)


Pedro e Paulo, discípulos e apóstolos de Jesus cristo, serviram o Senhor com estilos e caminhos diferentes. Com tudo, nessa diversidade ambos foram testemunhas do amor misericordioso do Pai. Por isso celebramos numa só solenidade o martírio deles.

É justo celebrar sua oferta por amor do Senhor. Memória da unidade na diversidade. A iconografia representa os dois apóstolos unidos num só abraço, profecia da única comunhão eclesial e na qual as legítimas diferenças podem conviver.

Todos já vimos um invento recreativo para crianças, composto de um globo inflável que flutua sobre um reservatório de água. Tal invento evoca um comportamento muito frequente nas pessoas atualmente. Elas mesmas fabricam uma bolha e se fecham nela como num reduzido microcosmo; esse pequeno globo enclausura em um mundo muito definido e estreito: o êxito, a vaidade, o dinheiro, os bens materiais... A presença do outro, sobretudo do “diferente”, é totalmente desprezada.

Pedro e Paulo nos convidam a vivermos, cada um com seu jeito, como filhos e filhas de Deus, mas em fraterna comunhão: Católicos, Ortodoxos, Coptas, Armênios, Luteranos, Anglicanos...

Deus “se fez diferente” e é na “diferença” que Ele vem ao nosso encontro como chance de enriquecimento vital. Deixemo-nos surpreender pelo Deus da vida que rompe esquemas, legalismos e bolhas... A nossa vivência de fé não se reduz a um ritualismo egoísta e fechado.

Também os muros da segregação estão voltando à moda. O muro é uma ordem escandalosa, um silêncio forçado e prolongado, é vontade de poder. E os piores são os muros interiores!

Os muros não têm semente, embora se multipliquem pelo mundo, e são um veneno mortal para todos. Todo muros é um murro em alguém.

O seguimento de Jesus implica romper a bolha que asfixia a vida e derrubar os muros que cercam o coração e atrofiam a própria existência.  Hospitalidade é a palavra-chave para acolher Aquele que se fez andarilho e buscou hospedagem. Hospitalidade é abrir o coração para o outro e viver fraternidade.

Quem oferece hospitalidade sai de sua própria comodidade.

Precisamos sair do nosso pequeno mundinho, daquela bolha que nos encerra, e acolher fraternalmente o outro, como o abraço de Pedro e Paulo.


A comunidade (Igreja, família...) rompe o nosso isolamento.

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