Em Coimbra, no ano
de 1663, o padre António Vieira apresenta-se perante o Tribunal do Santo
Ofício. O célebre padre da Companhia de Jesus, cujos sermões tornaram célebre e
perigoso, é agora alvo do sempre
inquietante Inquisição, que vai acabar por o privar da pregação.
Nascido em 1608, Vieira
foi com a família para o Brasil em 1614, onde foi ordenado padre jesuíta.
Através dos seus sermões denunciou as
injustiças do seu tempo, com especial dedicação à causa da dos índios e dos
negros, sujeitos à mais brutal escravatura. Amigo pessoal de D. João IV, Vieira é vítima das intrigas da corte e
refugia-se em Roma. Cai nas boas graças do Papa, torna-se confessor da
Rainha Cristina da Suécia e regressa a Portugal, acabando por ser obrigado a
passar os últimos anos de vida no Brasil.
O Pe. António
Vieira há muito fascina Manoel de Oliveira. A meio caminho entre o documentário
histórico e a evocação romanceada, Oliveira, recria o tempo e a vida de Vieira
através dos seus sermões, dividindo o
filme em três segmentos que correspondem a outros tantos períodos da vida do
grande pensador e lutador dos direitos humanos do século XVII.
Três atores
dão vida ao Pe. António Vieira: Ricardo Trêpa na juventude, Luís Miguel Cintra
na idade adulta e Lima Duarte no fim da vida. Oliveira regressa ao domínio do
texto sobre a imagem, onde a palavra de
Vieira se impõe de forma grandiosa, num filme contemplativo e rigoroso,
premiado no Festival de Veneza, que contou ainda no elenco com Leonor
Silveira, Michel Piccoli, Miguel Guilherme, Canto e Castro e Diogo Dória.
Para ver o filme CLIQUE AQUI
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