No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e
cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder
mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, sem poder ver
uns aos outros ou a si próprios. Atrás dos prisioneiros há uma fogueira, separada
deles por uma parede baixa, por detrás da qual passam pessoas carregando
objetos que representam "homens e outras coisas viventes".
As pessoas
caminham por detrás da parede de modo que os seus corpos não projetam sombras,
mas sim os objetos que carregam. Os prisioneiros não podem ver o que se passa
atrás deles, e vêem apenas as sombras que são projetadas na parede em frente a
eles. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo
que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser
eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras
sejam a realidade.
Imagine que um dos
prisioneiros seja libertado e forçado a olhar o fogo, e os objetos que faziam
as sombras (uma nova realidade, um conhecimento novo). A luz iria ferir os seus
olhos, e ele não poderia ver bem. Se lhe disserem que o presente era real e que
as imagens que anteriormente via não o eram, ele não acreditaria. Na sua
confusão, o prisioneiro tentaria voltar para a caverna, para aquilo a que
estava acostumado e podia ver.
Caso ele decida voltar à
caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente
enganosa em que se encontram, os seus olhos, agora acostumados à luz, ficariam
cegos devido à escuridão, assim como tinham ficado cegos com a luz. Os outros
prisioneiros, ao ver isto, concluiriam que sair da caverna tinha causado graves
danos ao companheiro, e por isso não deveriam sair dali nunca. Se o pudessem
fazer, matariam quem tentasse tirá-los da caverna.
Platão (427-347 aC) buscava a essência das
coisas para além do mundo sensível.
Uma mensagem para todas as pessoas e de todas as épocas...
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