O uso pastoral da morte nem sempre foi correto. Outrora, imagino que mais por ignorância do que por maldade, se aproveitaram do medo que
todos temos de morrer para obter a nossa submissão à normativa eclesial apresentada. Creio que alguns dos nossos irmãos protestantes, hoje, estão onde antes nós estávamos.
A morte pessoal, da qual ninguém escapa, é um tema
que todos devemos enfrentar e que pouco caso fazemos, até ela nos alcançar. O que dizer?
Certamente o tempo corre mais do que gostaríamos. Isso nos assusta, e sabemos que todos os que nascem tem seus dias contados... Eu já agradeci ao bom Deus, e aos profissionais da saúde,
quando consegui escapar alguma vez dela.
Contudo, eu bem sei que um dia a morte chegará.
O uso pastoral da morte muitas vezes foi terrorífica, e nada esperançosa. Conheci uma pessoa que me disse que só era católica para não ir ao
inferno... Isso está certo?
A morte é
“a plenitude da vida”. A morte não é o fim. É
a última e a maior de todas as “bem-aventuranças” que Jesus nos deixou (cf. Ap 14, 13).
A morte
não entrou no mundo pelo pecado dos primeiros pais (Adão e Eva), pois
não podemos transformar um mito em história e menos ainda em teologia. O narrado é para explicitar a dramaticidade do momento.
Conheci
pessoas extremamente escrupulosas e outras cheias de remorsos por aquilo que
mal ensinamos ou entendemos. O pecado pessoal foi explicado mais como “culpa”, “mancha”, “ofensa” do que limitação e mal uso da liberdade. Pensa bem, podemos nós, imanentes e condicionados, ofender o Absolutamente Outro, e Transcendente? Pecar é ir contra a nossa própria existência.
E por último uma palavra sobre o inferno. O que você acha? Será que ele existe?
Que eu
saiba, o “inferno” nunca foi definido como dogma de fé. E eu me pergunto: pode o
absolutamente Bondoso e misericordioso ser castigador para sempre? Se nós, que somos maus, não somos assim, como o Deus amor poderia agir desse modo brutal? Crer
no Inferno é não crer no Deus de Jesus.
A morte é uma fonte inesgotável de esperança e felicidade.
Você gostaria de acrescentar mais alguma outra ideia?
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