O jornal do Vaticano, “L'Osservatore
Romano” (2014), acabou reabilitando o filme "O
evangelho segundo São Mateus", do diretor
italiano Pier Paolo Pasolini.
Censurado e muito
criticado pela Igreja Católica há 50 anos, quando foi lançado no festival de
Veneza/1964, o filme agora é exaltado pelo Vaticano como a melhor obra já feita sobre a vida de
Jesus Cristo no cinema.
“L’Osservatore Romano” destaca a habilidade do diretor em deixar a mensagem da Bíblia fluir livremente pelo filme. O outrora “maldito” cineasta (homossexual declarado) é agora mencionado como um realizador da inspiração religiosa na tela. A cinemateca do Vaticano também anunciou que “O evangelho segundo São Mateus” foi arquivado em seu banco de dados digital.
“L’Osservatore Romano” destaca a habilidade do diretor em deixar a mensagem da Bíblia fluir livremente pelo filme. O outrora “maldito” cineasta (homossexual declarado) é agora mencionado como um realizador da inspiração religiosa na tela. A cinemateca do Vaticano também anunciou que “O evangelho segundo São Mateus” foi arquivado em seu banco de dados digital.
A obra foi abençoada como uma “performance inspirada por um realismo sincero”. No filme de Pasolini, que ganhou o prêmio especial do júri do Festival de Veneza/1964, Jesus aparece com um líder politizado e combativo. A mãe do diretor interpretou Maria, e os outros papéis ficaram a cargo de atores amadores.
Todos devem reconhecer a beleza da poética pasoliniana em O Evangelho Segundo São Mateus. Os sermões de Jesus são inflamados, e o seu temperamento é constantemente sujeito a descontroles muito humanos. Jesus é uma figura que desperta simpatia e compaixão imediatas pela pureza, e sua convicção. A câmera recorrentemente enquadra o sol sobre a cabeça de Cristo.
Pasolini fez um filme muito mais sobre a palavra de Cristo do que sobre sua vida. Praticamente todas as falas são pregações Há uma sequência definidora, na qual Jesus Cristo profere alguns dos seus sermões mais famosos em sucessivos primeiros planos dele com uma paisagem desértica às suas costas.
O primeiro plano como escala predominante é uma constante com todos os personagens (o filme começa com o rosto sorridente de Maria). Após o milagre da multiplicação dos pães, a câmera realiza uma longa panorâmica em que são filmados todos os apóstolos de Cristo em close-up, rosto após rosto. E em que outra parte do corpo poderia se concentrar um filme sobre a fé?
Há que se
destacar a maneira singela e econômica com que são filmadas as clássicas ações
milagrosas de Cristo. Pasolini parte do princípio de que milagre é milagre, e não precisa ser
justificado. Quem problematiza a fé são os personagens; o filme em si não
discute o milagre, apenas mostra-o.
Cristo nunca é indagado pelo filme quanto à autenticidade de sua missão. Pasolini buscou a leveza. Tendo a música de Bach como complemento sublime (a "Erbarme dich mein Gott"
Para ver o filme CLIQUE AQUI
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