Está em andamento silencioso o diálogo entre a Santa Sé
e o governo chinês.
O Pe. jesuíta chinês Joseph Shin, 90 anos de
idade, tece possíveis avanços neste relacionamento complexo China-Vaticano. O
sacerdote, que vive atualmente em Xangai, revela os sentimentos dos católicos
chineses e os problemas que a diplomacia deve enfrentar para manter um canal
sempre aberto com Pequim, em vista da plena relação e respeito.
A leitura que o Pe. Shih faz do Bispo Ma Daquin, auxiliar de Xangai e ordenado
em 2012 com o aval do Papa, e acusado de “colaboracionista” por alguns
católicos tradicionalistas, é o de poder dialogar fora dos preconceitos que um e outro
guardam. Embora esteja atualmente em
prisão domiciliar, o bispo Ma Daquin
está tentando se aproximar do governo. É
importante que a Santa Sé o apoie, e o deixe tentar este caminho tantas vezes
falido.
Qual a
relação que deveria existir entre a Santa Sé e o governo da China? Oposição? Seria um suicídio
para os católicos. Acordo? Tampouco,
porque a Igreja perderia sua identidade. A única relação possível é a da `recíproca tolerância´. A `tolerância´ é diferente do acordo. A `tolerância´ não cede, nem exige que o outro
ceda.
É preciso ir além
dos preconceitos e das aparências. Há valores no socialismo do governo chinês que
não são incompatíveis com o Evangelho, disse
o Pe. Shin. Esta frase certamente o
governo leu e esmiuçará com lente para fazer possível a reaproximação com o Vaticano. Aparentemente nada mudou, mas as conversações entre um e outro continuam politicamente cordiais...
A Igreja Católica na China existe e funciona, e a Companhia de Jesus também está ali...
Isto significa
que a `tolerância´ já é vivida e experimentada de algum modo...
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