14/NOV: ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO DO Pe. PEDRO ARRUPE (1907-1991)...


Pedro Arrupe (1907-1991) nasceu na mesma terra basca onde nascera, em 1491, o nosso santo fundador Inácio de Loyola (1491-1556).
Começou o curso de medicina em Madri. Ingressou no noviciado dos jesuítas aos 20 anos de idade. E em 1938 foi enviado ao Japão, como missionário.
Dois anos depois, regia uma paróquia em Yamaguchi. Em 1942 vai a Nagatsuka (a seis quilômetros do centro de  Hiroshima), como mestre dos noviços jesuítas, enfrentando  as privações típicas de um período de guerra. Estuda a cultura japonesa e se interessa pelo zen-budismo.
No dia 6/AGO/1945 explodiu a bomba atômica em Hiroshima, e Arrupe transformou as instalações semi destruídas do seu noviciado em um hospital de campanha. Ele viveu as consequências espantosas daquela  bomba atômica.
Em 1958 a Missão jesuítica no Japão foi elevada a Província, e Pedro Arrupe nomeado seu primeiro provincial.
Homem sincero, alegre, piedoso, otimista, austero... 

Em 1965 foi eleito Superior Geral da Companhia de Jesus. Ao mesmo tempo, realizava-se o Concílio Vaticano II. Homem de sensibilidade aguçada, logo se destacou pela sua inteligência e liderança como um dos profetas do seu tempo.
O Concílio Ecumênico inaugurou uma nova época da Igreja, sobretudo na voz de João XXIII, convidando todos para um urgente aggiornamento.
O pós Concílio foram tempos de enormes mudanças. A vida religiosa, e no caso a Companhia de Jesus, fora convidada a fazer uma profunda avaliação e renovação espiritual e missionária, tendo como referencial o Evangelho, a experiência fundacional e a realidade atual. E Arruoe tomou a sério essa proposta.
Em 1973, convocou a 32ª Congregação Geral com o intuito de definir e eficazmente concretizar o tipo de serviço que a Companhia de Jesus deve prestar à Igreja neste período de rápidas mudanças no mundo.
Um dos frutos da 32ª Congregação Geral da Companhia de Jesus foi Decreto nº 4, segundo o qual: "A Missão da Companhia de Jesus, hoje, é o serviço da fé, do qual a promoção da justiça constitui uma exigência absoluta" (CG 32, d. 4, nº 2).
Na ocasião, Arrupe olhou fixamente para os 236 jesuítas ali congregados, e disse: "Estamos bem conscientes do que acabamos de votar e aprovar? A partir de agora, a prioridade das prioridades de nossa missão é o serviço da fé e a promoção da justiça. Por causa dessa decisão vamos ter novos mártires na Companhia de Jesus..." E assim foi. De fato, entre 1975 e 2007, mais de 40 jesuítas, em várias partes do mundo, foram violentamente eliminados, por causa de seu empenho evangelizador.
Arrupe também participou, como convidado, da III Conferência Geral do Episcopado Latino Americano (CELAM), em Puebla (México) (1979).
Em 1979, sensibilizado com o drama dos Boat People, cria uma nova frente apostólica fundando o Secretariado dos Refugiados.
Em 1981, retornando de uma viagem na Ásia, sofre uma trombose cerebral, que o impediria de continuar a exercer as funções de Superior Geral da Companhia de Jesus.
Não foi fácil para Arrupe seu relacionamento com a Santa Sé, e em concreto com o Papa João Paulo II (1920-2005) que, de algum modo, ralentou o Espírito do Concílio e colocou sob suspeitas a Renovação da Vida Religiosa.  
Em 1983, no discurso de renúncia como Prepósito Geral, Arrupe disse: "Yo me siento, más que nunca, en las manos de Dios. Eso es lo que he deseado toda mi vida, desde joven. Y eso es también lo único que sigo queriendo ahora. Pero con una diferencia: Hoy toda la iniciativa la tiene el Señor. Les aseguro que saberme y sentirme totalmente en sus manos es una profunda experiencia." E assim foi, quando em 5/FEV/1991 partiu para a casa do Pai.
Hoje, lembrei com carinho deste místico profeta que um dia nos guiou como pai...




2 comentários:

  1. Que bela lembrança para este dia, amigo. Você tem toda razão, trata-se de um profeta e místico. Mas senti que faltou uma terceira palavra: santo. Sim, um santo dos nossos dias. São Pedro Arrupe, rogai por nós.

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  2. Homem responsável pela decadência da Companhia de Jesus que hoje está em estado deplorável. Infernizou a vida de Paulo VI. O próprio João Paulo II precisou "interferir" na nomeação do sucessor dele.

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