Todos
já vimos um invento recreativo para crianças, composto de um globo inflável que
flutua sobre um reservatório de água. Tal invento evoca um comportamento
frequente nas famílias de hoje; elas fabricam uma bolha e se fecham nela como
num reduzido microcosmo enclausurando as pessoas em um mundo familiar muito
definido e protegido.
Para
as famílias cristãs, podemos perguntar se há algo mais por detrás dessa bolha, desse globo
fechado no qual todos brincamos como crianças inconscientes...
Deus
“se fez diferente” e é na “diferença”
que Ele vem ao nosso encontro como chance de enriquecimento vital. Deixemo-nos surpreender pelo Deus da vida
que rompe esquemas, legalismos e bolhas...
Também
os muros estão voltando à moda; altos e com arame farpado por encima. Tudo f para segregar
os “diferentes”, pois separam uns dos outros..
A
festa da Sagrada Família nos convida a romper as bolhas fabricadas e os muros levantados
afogando a própria existência.
A
mudança de mente, de coração
e de paradigmas exige que todos, de tempos em tempos, revisem suas
vidas, conservando umas coisas, alterando outras, derrubando ideias fixas,
convicções obsoletas, e modos fechados de viver
que impedem arejar a própria vida.
Em todo nós há a tendência de cercar-se
de muros, e isolar-se. No entanto, essa forma de viver é asfixiante e nada evangélica.
Numa vida assim faltaria a criatividade, a audácia,
a coragem de ser discípulo e irmão.
Se
quisermos ter a marca da Família de
Nazaré é necessário sair da mesmice e
viver em comunidade; romper com o
tradicional e acolher a surpresa; deixar a “margem
conhecida” para vislumbrar o “outro
lado”... Não há razão para permanecer nas ‘bolhas’ e viver em condomínios fechados... Tudo isso isola
e esteriliza. Tudo se torna ‘líquido’,
passageiro e descartável...
Inspirando-se
na Sagrada Família muitos experimentam uma vida nova, profunda e fraterna.
A
expressão “O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria...” sugere a
atitude básica de tantos pais e mães: cuidando da vida frágil dos seus
pequeninos. O ambiente familiar, sadio e
instigante, torna os filhos conscientes de que são seres em movimento,
protagonistas de mudanças, capazes de criar novos modos de existir e buscar o
diferente.
A
família é o espaço dos relacionamentos melhores, onde os sonhos amadurecem e as
pessoas se tornam mais fraternas.
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