Na maratona do Papa em Chile, no dia 16/JAN, houve um momento com os bispos, na Sacristia da Catedral de Santiago.
O Papa, num discurso brevíssimo, destacou uma
das causas do descrédito da hierarquia chilena: o clericalismo. E convocou aos bispos para exercer melhor seu pastoreio: Uma paternidade que não é paternalismo nem abuso de autoridade. Eis um dom que vocês
devem pedir: estar perto de seus padres, com o estilo de São José. Uma
paternidade que ajuda a crescer e a desenvolver os carismas que o Espírito quis
derramar em seus respectivos presbitérios.
Um dos problemas, que enfrentam
atualmente as nossas sociedades, é o sentimento de orfandade, ou seja, sentir que não pertencem a ninguém. Este
sentir «pós-moderno» pode penetrar em nós e no nosso clero; então começamos a
pensar que não pertencemos a ninguém, esquecemo-nos
de que somos parte do santo povo fiel de Deus e que a Igreja não é, e nunca
será, uma elite de pessoas consagradas, sacerdotes ou bispos.
Não poderemos sustentar a nossa vida,
a nossa vocação ou ministério, sem esta consciência de ser povo.
A falta de consciência de pertencer
ao Povo de Deus como servidores, e não
como patrões, pode-nos levar a uma das tentações que mais danifica o
dinamismo missionário, que somos chamados a promover: o clericalismo,
que é uma caricatura da vocação recebida.
A falta de consciência do fato que a missão é de toda a Igreja, e não do padre
ou do bispo, limita o horizonte e – o que é pior – reduz todas as iniciativas que o Espírito pode suscitar no meio de
nós. Digamos claramente: os leigos não são os nossos servos, nem os
nossos empregados. Não precisam repetir, como «papagaios», o que dizemos.
O clericalismo longe de dar impulso às diferentes contribuições e propostas, apaga pouco a pouco o fogo profético do
qual a Igreja inteira é chamada a dar testemunho no coração de seus povos. O
clericalismo esquece que a visibilidade e a sacramentalidade da Igreja
pertencem a todo o povo de Deus e não só a poucos eleitos e iluminados.
Francisco convidou a vigiar contra esta tentação, especialmente nos
seminários e em todo o processo de formação. Os seminários devem pôr o
acento no fato de que os futuros sacerdotes sejam capazes de servir o santo
povo fiel de Deus, reconhecendo a diversidade de culturas e renunciando à
tentação de toda forma de clericalismo.
O sacerdote é ministro de Jesus Cristo, o protagonista que Se torna
presente em todo o povo de Deus. Os sacerdotes de amanhã devem formar-se olhando
para o amanhã: o seu ministério se realizará num mundo secularizado, e isso
exige, de nós pastores, discernir como prepará-los para realizar a sua missão
nesse cenário concreto e não em nossos «mundos ou situações ideais.
Uma missão que se realiza em união fraterna com todo o povo de Deus.
Lado a lado, impelindo e incentivando o laicato num clima de discernimento e sinodalidade, duas
caraterísticas essenciais do sacerdote de amanhã.
Não ao clericalismo e a mundos ideais, que só entram nos
nossos esquemas, e não tocam a vida de ninguém.
Senhores bispos, acordem e exerçam sua missão com renovado ardor, não para serem servidos mas discernir e profetizar.
Quer coisa mais clerical, no pior sentido da palavra, que não afastar um bispo que acobertou a pedofilia?
ResponderExcluirNosso querido Papa sempre muito fiel ao Evangelho de Jesus Cristo!
ResponderExcluirVamos acordar, enquanto ainda é tempo!!!!
O Papa Francisco testemunha que é um seguidor autêntico e de Jesus Cristo.
ResponderExcluirA orientação que ele Deus aos Bispos durante sua visita ao Chile foram inspiradas pelo Espírito Santo de Deus.
Mas, a advertência feita aos bispos deveria levar a todos nós a uma seria reflexão pessoal e deveríamos aplica_la a cada um de nós cristãos com alguma função pastoral e missionária na Igreja e na sociedade atual.